Carros com IPVA isento em SP: veja quem se beneficia com a nova regra

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A partir de 1º de janeiro de 2025, proprietários de veículos movidos exclusivamente a hidrogênio ou dotados de motor híbrido ganharam um importante alívio fiscal em São Paulo: a isenção total do IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores). A medida, aprovada em segundo turno pela Assembleia Legislativa do Estado (Alesp) e sancionada em dezembro de 2024 pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), busca impulsionar o uso de tecnologias mais limpas e sustentáveis no transporte.

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Quem será beneficiado pela isenção

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Imagem: Freepik e Canva

Carros a hidrogênio

Os principais beneficiados são os veículos movidos exclusivamente a hidrogênio, uma tecnologia ainda incipiente no Brasil, mas que promete uma revolução no setor automotivo. Esses automóveis não emitem poluentes durante a operação, sendo considerados uma das opções mais ecológicas disponíveis atualmente.

Veículos híbridos flex ou com etanol

Também entram na lista de isenção os veículos híbridos, desde que o motor a combustão seja do tipo flex ou funcione com etanol. Outra exigência é que o valor do veículo não ultrapasse R$ 250 mil. Essa condição visa beneficiar carros mais populares com tecnologia híbrida, e não apenas os modelos de luxo.

Ônibus e caminhões movidos a hidrogênio ou gás natural

Além dos automóveis particulares, ônibus e caminhões movidos exclusivamente a hidrogênio ou gás natural — inclusive o biometano — também terão isenção do IPVA até 2028, conforme estipula o projeto de lei sancionado.

Vigência e progressividade do imposto

A isenção não será permanente. Ela terá validade até 31 de dezembro de 2026. A partir de 2027, o pagamento do IPVA volta de forma gradual:

  • 2027: alíquota de 1%
  • 2028: alíquota de 2%
  • 2029: alíquota de 3%
  • 2030 em diante: alíquota cheia de 4%

Justificativa ambiental da medida

O governo estadual defende que a iniciativa visa incentivar o uso de veículos mais limpos, reduzindo a emissão de gases poluentes na atmosfera. O argumento central é fomentar a transição energética no setor automotivo, promovendo uma matriz veicular mais sustentável e menos dependente de combustíveis fósseis.

“Essa é uma política pública que posiciona São Paulo como protagonista na transição ecológica e tecnológica do setor de transportes”, afirmou o governador Tarcísio de Freitas durante a sanção do projeto.

Exclusão de carros elétricos gera críticas

Apesar dos avanços, o projeto foi alvo de críticas de parlamentares da oposição, especialmente por não incluir veículos 100% elétricos na lista de isenções.

O que dizem os críticos

A deputada estadual Marina Helou (Rede), que votou contra o projeto, destacou que a exclusão dos elétricos favorece um segmento que ainda utiliza combustíveis fósseis:

“Ao excluir os carros elétricos, a gente reserva mercado para um setor que utiliza gasolina nos veículos flex, emitindo mais carbono na atmosfera e não avançando em temas tão importantes como a nossa saúde”, declarou Helou durante sessão na Alesp.

Justificativas do governo

Nos bastidores, interlocutores do governo argumentam que o foco inicial em híbridos e hidrogênio busca incentivar tecnologias emergentes de produção nacional, ao passo que os carros elétricos ainda dependem amplamente de importações e infraestrutura cara.

Potenciais impactos econômicos e ambientais

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Incentivo à indústria nacional

A medida pode impulsionar a indústria automotiva local, estimulando a fabricação de modelos mais limpos com tecnologia brasileira. Montadoras já estudam ampliar linhas de produção voltadas a híbridos com motor flex, que têm maior aceitação no mercado nacional.

Redução de poluentes

Especialistas apontam que, embora o impacto ambiental não seja tão significativo no curto prazo devido ao número limitado de veículos contemplados, a iniciativa representa um importante marco simbólico e pode inspirar outras unidades federativas a adotarem políticas semelhantes.

Arrecadação do estado

A Secretaria da Fazenda de São Paulo não divulgou estimativas detalhadas sobre a perda de arrecadação com a medida, mas fontes ouvidas por veículos econômicos estimam impacto limitado, já que o número de veículos a hidrogênio e híbridos ainda representa uma fatia pequena da frota total.

Como solicitar a isenção

Para usufruir da isenção, o proprietário deve:

  • Estar com o licenciamento do veículo em dia
  • Garantir que o veículo se enquadre nas exigências (híbrido flex ou a hidrogênio, com valor de até R$ 250 mil)
  • Acessar o portal da Secretaria da Fazenda de SP e verificar o enquadramento automático ou solicitar o benefício manualmente, se necessário

Comparativo com outros estados

Até o momento, São Paulo é o estado com a medida mais abrangente voltada a veículos movidos a hidrogênio. Outros estados oferecem isenções para elétricos ou híbridos, mas sem o mesmo escopo ou progressividade estipulada pela legislação paulista.

Estado Isenção para híbridos? Isenção para elétricos? Observações
São Paulo Sim (com restrições) Não Inclui veículos a hidrogênio
Rio de Janeiro Parcial Sim IPVA reduzido para elétricos
Minas Gerais Não Sim Alíquota de 1% para elétricos
Paraná Sim Sim Incentivos via programa estadual

Expectativas para o futuro

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Analistas políticos e ambientais preveem que a exclusão dos veículos elétricos pode gerar emendas e revisões futuras na legislação. A pressão popular e do setor automotivo tende a crescer à medida que a eletrificação avança no país. Uma possível ampliação da isenção poderá incluir esses veículos nos próximos anos.

Enquanto isso, a isenção já representa um avanço importante no incentivo à sustentabilidade urbana, especialmente em uma metrópole como São Paulo, onde a poluição do ar é um dos principais problemas de saúde pública.

Conclusão

A nova política de isenção de IPVA em São Paulo marca um passo importante na transição para uma mobilidade mais sustentável no estado. Ao incentivar veículos movidos a hidrogênio e híbridos com motor flex ou a etanol, o governo busca promover alternativas menos poluentes e estimular o desenvolvimento tecnológico nacional. No entanto, a exclusão dos carros 100% elétricos levanta debates relevantes sobre coerência ambiental e abrangência das políticas públicas. À medida que a pauta climática ganha força, é esperado que novas atualizações sejam discutidas para tornar a legislação mais inclusiva e eficiente. Por ora, a medida representa um avanço estratégico na busca por soluções mais limpas para os centros urbanos.

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