
O Nubank, uma das fintechs mais influentes do país, acaba de anunciar uma mudança significativa que afeta diretamente os usuários do cartão Ultravioleta, sua opção premium. A principal alteração diz respeito às regras de isenção da anuidade, um dos benefícios mais valorizados pelos clientes. A partir de agora, será necessário investir o dobro do valor anteriormente exigido para manter esse privilégio — o que levanta dúvidas e reflexões sobre acessibilidade, estratégia de mercado e o real custo-benefício desse produto de elite.
Com um período de transição definido e alternativas para quem prefere não imobilizar grandes quantias, a novidade reacende o debate sobre o papel dos cartões premium em um cenário econômico cada vez mais dinâmico.
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Mudanças no cartão premium afetam quem busca isenção de anuidade

O Nubank anunciou mudanças relevantes nas regras de isenção da anuidade do cartão Ultravioleta, voltado a clientes de perfil financeiro elevado. A principal alteração é o dobro do valor mínimo de investimento exigido, que passou de R$ 50 mil para R$ 100 mil. A decisão marca uma estratégia do banco de tornar o cartão ainda mais exclusivo, reposicionando o produto no mercado premium. Com isso, usuários que buscavam benefícios diferenciados sem grandes exigências passam a repensar a viabilidade do serviço diante dos novos critérios.
Aumento do valor mínimo de investimento
De R$ 50 mil para R$ 100 mil: o novo patamar de exigência
Antes da mudança, o cliente que mantinha R$ 50 mil investidos na plataforma do Nubank já estava apto a ter a anuidade do cartão Ultravioleta isenta. Com a nova política, esse valor dobrou, passando para R$ 100 mil.
Estratégia do banco: exclusividade como diferencial
Essa mudança tem como pano de fundo uma estratégia clara do Nubank: reposicionar o Ultravioleta como um produto ainda mais exclusivo. O aumento no valor de entrada visa atrair um perfil mais robusto de investidor, reforçando o caráter premium do cartão.
Alternativa à exigência de investimento: gasto mensal mínimo
Isenção com R$ 5 mil em gastos mensais
Para os clientes que não desejam manter R$ 100 mil investidos, o Nubank manteve uma segunda via de isenção: gastar pelo menos R$ 5 mil por mês no cartão. Essa condição continua valendo e pode ser mais viável para quem possui alto volume de gastos, mas não aplica grandes quantias na plataforma.
Comparativo entre as duas formas de isenção
Critério | Valor exigido |
---|---|
Investimento mínimo | R$ 100.000 |
Gasto mensal mínimo no cartão | R$ 5.000 |
Ambas as alternativas permitem manter o cartão sem cobrança de anuidade, desde que os requisitos sejam cumpridos de forma contínua.
Período de transição para adaptação
Seis meses para reorganizar finanças
Ciente do impacto para parte da base de clientes, o Nubank estabeleceu um período de transição de seis meses. Durante esse tempo, as regras anteriores permanecem em vigor, permitindo que os usuários se reorganizem financeiramente.
Oportunidade de adaptação
Esse intervalo funciona como uma espécie de “colchão de adaptação”, dando aos clientes a chance de:
- Reavaliar seus investimentos.
- Ajustar hábitos de consumo.
- Decidir se o cartão ainda faz sentido para o seu perfil.
Impacto para o público atual do Ultravioleta

Quem já possui o cartão terá que se reposicionar?
A depender da forma como o cliente utilizava o Ultravioleta, sim. Quem não gastava R$ 5 mil por mês e mantinha o investimento mínimo anterior, terá de:
- Dobrar o valor investido na plataforma, ou
- Aumentar seus gastos mensais para atingir o novo patamar exigido.
Clientes com menor capacidade de aporte podem optar por outros produtos no mercado, com tarifas mais acessíveis e vantagens similares.
Vale a pena manter o cartão Ultravioleta?
Benefícios continuam atrativos
Mesmo com a mudança, o Ultravioleta segue sendo uma opção sólida no segmento premium. Entre os principais atrativos:
1. Cashback de 1% em todas as compras
O valor pode ser:
- Deixado rendendo automaticamente a 200% do CDI.
- Convertido em milhas.
- Utilizado como crédito na fatura.
2. Acesso gratuito a salas VIP
Clientes têm direito a entrar em salas VIP de aeroportos, ganhando mais conforto nas viagens.
3. Programa de fidelidade com pontos exclusivos
O sistema permite a troca dos pontos por:
- Produtos.
- Experiências exclusivas.
- Vouchers e descontos em serviços parceiros.
Anuidade x benefícios: o equilíbrio
Para quem atinge com facilidade os critérios de isenção, o Ultravioleta se mantém competitivo. No entanto, é essencial considerar:
- A frequência de uso dos benefícios.
- O custo de oportunidade de manter R$ 100 mil investidos no Nubank.
- A comparação com outras opções premium do mercado.
Como essa mudança se compara com outros cartões premium?
Mercado em transformação
A tendência de elevar os requisitos para cartões de elite não é exclusividade do Nubank. Outros emissores, como Itaú (com o cartão Personnalité Black) e Bradesco (com o Elo Nanquim), também revisam seus critérios com frequência.
Cartão | Investimento mínimo | Gasto mensal exigido | Cashback |
---|---|---|---|
Nubank Ultravioleta | R$ 100.000 | R$ 5.000 | 1% |
Itaú Personnalité Black | R$ 150.000 (em média) | R$ 10.000 | 1,5% a 2% |
Bradesco Elo Nanquim | R$ 150.000 | R$ 8.000 | Até 1,5% |
Nubank ainda oferece bom custo-benefício?
Sim, especialmente se comparado a bancos tradicionais. O app amigável, a rentabilidade dos valores em cashback e o tempo de resposta ágil do atendimento continuam como diferenciais importantes.
O futuro do Ultravioleta no portfólio do Nubank

Mais exclusividade, menos acessibilidade?
A movimentação do Nubank sinaliza um desejo de tornar o Ultravioleta mais exclusivo, mas pode acabar excluindo uma parte da base atual que entrou com expectativas diferentes.
Reforço da marca no segmento premium
Ao exigir um aporte maior, o banco digital busca fortalecer o Ultravioleta como um cartão que reflete status e sofisticação, além de oferecer benefícios práticos para quem tem alto poder de consumo.
Conclusão
A decisão do Nubank de dobrar o valor mínimo exigido para isenção no Ultravioleta é mais do que uma simples atualização de política interna — trata-se de um movimento estratégico que reposiciona o produto no topo do mercado premium. Ao priorizar clientes com maior poder de investimento ou gastos mensais elevados, a fintech fortalece sua imagem de sofisticação e exclusividade, mas também impõe novos desafios para quem antes via no Ultravioleta uma alternativa mais acessível aos cartões de luxo tradicionais. Diante disso, cabe ao cliente analisar se os benefícios oferecidos justificam o comprometimento financeiro exigido. A mudança, ainda que impactante, é também uma oportunidade: rever hábitos, explorar alternativas e escolher com consciência o cartão que melhor se encaixa em sua realidade.