
Nos últimos anos, o INSS tem sido alvo frequente de fake news, o que representa uma ameaça à estabilidade de instituições públicas e à tranquilidade de milhões de brasileiros.
Um exemplo recente viralizou nas redes sociais: um vídeo no TikTok alegava, falsamente, que o governo federal cortaria automaticamente a aposentadoria de 800 mil idosos, sem direito a recurso.
A notícia gerou pânico e insegurança entre os beneficiários, obrigando o Instituto Nacional do Seguro Social a emitir uma nota oficial desmentindo a informação.
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O que a fake news dizia

O vídeo circulou amplamente com uma narrativa alarmista, afirmando que o governo promoveria cortes automáticos em aposentadorias de idosos com mais de 60 anos, atingindo cerca de 800 mil beneficiários. A mensagem ainda destacava que não haveria possibilidade de contestação por parte dos atingidos — algo completamente inverídico.
Essa fake news distorceu um processo legítimo e previsto na legislação: a revisão de beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC), programa assistencial que não se confunde com aposentadorias e é gerido pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), embora operacionalizado pelo INSS.
A verdade por trás da revisão dos benefícios
O QUE É O BPC
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) é um direito garantido pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) e garante o pagamento de um salário mínimo mensal a idosos com 65 anos ou mais e pessoas com deficiência de qualquer idade que comprovem baixa renda. Ao contrário da aposentadoria, o BPC não exige contribuição previdenciária anterior.
REVISÃO DO BPC EM 2024
O governo federal programou, para 2024, a realização de 800 mil perícias médicas e convocações para atualização cadastral com o objetivo de revisar os benefícios assistenciais pagos atualmente. A ideia é garantir que apenas aqueles que realmente atendam aos critérios legais recebam o auxílio.
Segundo o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, o objetivo da revisão não é cortar benefícios de forma indiscriminada, mas sim identificar eventuais irregularidades e atualizar o Cadastro Único (CadÚnico).
Importante:
A convocação para revisão não implica corte automático. Trata-se de uma prática rotineira prevista em lei para manter a integridade dos programas assistenciais.
O papel do INSS do MDS na gestão dos benefícios

QUEM FAZ O QUÊ?
- INSS: Responsável por processar e pagar benefícios previdenciários e assistenciais, como aposentadorias, pensões e o BPC.
- MDS (Ministério do Desenvolvimento Social): Formula e executa políticas sociais, incluindo a gestão do BPC e do CadÚnico.
Ambos os órgãos trabalham juntos, mas com papéis distintos. O INSS atua na operacionalização e atendimento ao público, enquanto o MDS define critérios e gerencia políticas públicas voltadas ao combate à pobreza.
O IMPACTO DA DESINFORMAÇÃO NA POPULAÇÃO
Fake news como a do TikTok têm potencial destrutivo elevado, especialmente porque afetam uma população vulnerável: idosos e pessoas com deficiência. O pânico gerado pode levar ao aumento da demanda nos postos do INSS, além de causar desconfiança nas instituições públicas.
Como as fake news são espalhadas?
MECANISMOS DE PROPAGAÇÃO
- Redes sociais como o TikTok e o WhatsApp são os principais meios de disseminação de boatos.
- O formato de vídeo curto, com linguagem sensacionalista, facilita a viralização.
- A falta de checagem e o compartilhamento automático entre contatos impulsionam a desinformação.
EXEMPLOS DE OUTRAS FAKE NEWS ENVOLVENDO O INSS
- Falsos avisos de bloqueio de benefícios por falta de prova de vida.
- Boatos sobre fim do 13º salário para aposentados.
- Informações falsas sobre pagamento de bônus retroativo de valores do INSS.
Como combater a desinformação?
AÇÕES GOVERNAMENTAIS
O governo federal tem atuado por meio de campanhas de esclarecimento, notas oficiais e inserções em mídias tradicionais para conter o avanço das fake news. A própria página do INSS nas redes sociais vem sendo usada como ferramenta de comunicação direta com o cidadão.
O PAPEL DA MÍDIA TRADICIONAL E DIGITAL
Os veículos de imprensa têm responsabilidade no processo de esclarecimento. Verificar os fatos antes de noticiar, ouvir fontes oficiais e divulgar informações verificadas são práticas que ajudam a conter a desinformação.
COMO A POPULAÇÃO PODE SE PROTEGER
Dicas para evitar cair em fake news sobre o INSS
- Verifique a fonte: Informações oficiais devem vir do site do INSS ou canais do governo.
- Desconfie de linguagem alarmista: Títulos como “URGENTE” ou “Governo vai cortar tudo!” devem ser analisados com cuidado.
- Não compartilhe antes de confirmar: A checagem pode ser feita em portais confiáveis como Agência Lupa, Aos Fatos e Boatos.org.
- Use canais oficiais: Aplicativos como o Meu INSS e o site gov.br são os meios mais seguros.
A importância da comunicação clara e acessível
A transparência nas informações sobre benefícios sociais é fundamental para garantir o acesso correto e evitar confusões. Muitas vezes, a linguagem burocrática das portarias e resoluções impede que os beneficiários entendam seus direitos e deveres.
Por isso, ações de comunicação simplificada, com linguagem acessível, devem ser prioridade dos órgãos públicos.
A luta contra as fake news é de todos
A desinformação representa um desafio crescente para o Brasil, especialmente em temas sensíveis como os benefícios sociais. O caso recente envolvendo o vídeo sobre cortes de aposentadorias mostra como um conteúdo enganoso pode afetar a vida de milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade.
É essencial que haja um esforço conjunto entre governo, imprensa, sociedade civil e cidadãos para barrar a propagação de notícias falsas. Além disso, investir em educação digital e letramento midiático é uma estratégia de longo prazo que pode fortalecer a resistência da população a boatos.
A confiança nas instituições passa também pela transparência e agilidade na comunicação oficial. E cabe a cada um de nós ajudar a construir um ambiente informacional mais seguro, ético e verdadeiro.