
A Starlink, empresa de internet via satélite pertencente à SpaceX, liderada por Elon Musk, acaba de divulgar a lista oficial dos primeiros smartphones compatíveis com sua tecnologia de conectividade direta. O anúncio marca um avanço significativo no setor de telecomunicações, prometendo levar acesso à internet a locais que historicamente enfrentam dificuldades de cobertura de rede.
Parceria com a T-Mobile viabiliza projeto ambicioso

A iniciativa é fruto de uma colaboração estratégica com a operadora norte-americana T-Mobile. Juntas, as empresas pretendem viabilizar a conexão direta entre satélites e smartphones sem a necessidade de torres ou infraestrutura terrestre convencional.
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Conectividade em qualquer lugar: a promessa da internet via satélite
A conexão oferecida pela Starlink é baseada em satélites que operam em órbita terrestre baixa, a cerca de 550 quilômetros da superfície. Por estarem mais próximos do planeta, esses satélites conseguem diminuir o tempo de resposta na transmissão de dados, o que garante uma experiência de uso mais ágil e comparável à das redes tradicionais.
A proposta da Starlink representa uma verdadeira revolução para comunidades rurais e regiões remotas. Ao eliminar a dependência de torres e cabos, a empresa abre portas para soluções em:
- Educação a distância, com aulas online acessíveis a todos;
- Saúde digital, facilitando teleconsultas e diagnósticos remotos;
- Resposta emergencial, com comunicação ativa em áreas atingidas por desastres naturais;
- Economia local, ao fomentar negócios digitais e acesso a informações.
Apoio de governos e ONGs
Diante do potencial transformador da tecnologia, governos e organizações não governamentais demonstram interesse crescente no modelo. A conectividade universal é vista como peça-chave no combate às desigualdades sociais e no fortalecimento da cidadania digital.
Modelos de celulares compatíveis com a internet da Starlink
Apple
- iPhone 14
- iPhone 15
- iPhone 16 (linha prevista para o segundo semestre de 2025)
- Pixel 9
Motorola
- Razr (2024)
- Razr Plus (2024)
- Moto Edge
- Moto G Power 5G (2024)
Samsung
- Galaxy A14 até A54
- Galaxy S21 até S25
- Galaxy Z Flip 3 até Z Flip 6
Requisitos adicionais
Para que os aparelhos funcionem com a rede via satélite, é fundamental que estejam atualizados com as versões mais recentes de seus sistemas operacionais. A compatibilidade pode depender de atualizações específicas para suportar a frequência e os protocolos de comunicação utilizados pelos satélites Starlink.
Expansão prevista
Segundo a empresa, novos dispositivos serão gradualmente incluídos na lista conforme evoluem as parcerias com fabricantes e ocorrem avanços em software e hardware.
Como a tecnologia funciona na prática?
Diferenças em relação à internet tradicional
Ao contrário da conexão por antenas de celular ou fibra óptica, a internet via satélite da Starlink conecta o aparelho diretamente com o satélite mais próximo em órbita. Essa ligação permite maior autonomia em áreas sem sinal de torres de celular, mas exige tecnologia específica nos dispositivos para realizar a troca de dados.
Benefícios
- Cobertura quase global
- Baixa latência com satélites LEO
- Independência de infraestrutura terrestre
Limitações atuais
- Interferência climática: tempestades intensas podem prejudicar a qualidade do sinal;
- Franquia de dados: o serviço ainda deve limitar o consumo mensal, especialmente na fase de testes;
- Alto custo inicial: espera-se que os preços sejam mais elevados que os planos convencionais inicialmente.
A visão de Elon Musk para a conectividade global
Desde a fundação da Starlink, Elon Musk vem defendendo o conceito de internet como um direito básico. Seu objetivo com a SpaceX é construir uma constelação com milhares de satélites em operação, capaz de fornecer internet de alta qualidade a qualquer pessoa, em qualquer lugar do planeta.
Avanço das constelações de satélites
A Starlink já possui mais de 5.000 satélites em órbita e planeja lançar milhares adicionais nos próximos anos. Esses equipamentos se comunicam entre si por laser, formando uma rede autônoma e resiliente que dribla as barreiras geográficas.
Inteligência artificial na gestão de rede
Um dos diferenciais do projeto é o uso de inteligência artificial para otimizar o tráfego de dados entre os satélites e gerenciar o fornecimento de sinal. Isso garante menor latência, maior estabilidade e um consumo de energia mais eficiente.
Situação no Brasil e expectativas para 2025

A Starlink já atua no Brasil oferecendo internet fixa via antena parabólica em áreas rurais. Com a nova tecnologia de conectividade direta via celular, o país poderá ver uma nova revolução no acesso à rede, especialmente na Amazônia, sertões e regiões de difícil acesso.
Concorrência nacional
Empresas como HughesNet e Viasat também operam no Brasil, mas com infraestrutura e cobertura mais limitadas. A entrada dos celulares compatíveis com satélite pode colocar a Starlink à frente na corrida pela conectividade universal no país.
Regulação e aprovação da Anatel
Para operar com tecnologia móvel via satélite no Brasil, a Starlink precisará de aprovação da Anatel. O processo regulatório pode influenciar o início das operações no país, mas especialistas apontam que o governo tem interesse na expansão de cobertura.
Considerações finais
A divulgação dos primeiros modelos de celulares compatíveis com a internet via satélite da Starlink representa um marco na história das telecomunicações. Com apoio da T-Mobile e planos de expansão para outras operadoras, a tecnologia promete levar conexão de qualidade para os cantos mais isolados do mundo.
O projeto é uma amostra do potencial das inovações espaciais aplicadas ao cotidiano. Ainda que enfrente desafios técnicos e regulatórios, a iniciativa sinaliza um futuro em que estar conectado não será mais um privilégio, mas um direito acessível a todos.