Starlink no Brasil: quando a internet por satélite estará disponível para celulares?

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O avanço das tecnologias de conectividade não para. Entre as inovações mais aguardadas está a possibilidade de acessar a internet diretamente do celular via satélite, sem depender de torres de transmissão ou antenas convencionais. A Starlink, empresa de Elon Musk, é uma das principais protagonistas dessa revolução.

Mas e no Brasil? Quando a conexão via satélite estará disponível para celulares brasileiros?

O que é essa tecnologia?

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Imagem: Freepik / Edição: Seu Crédito Digital

A tecnologia D2D: Direct to Device

A conexão direta via satélite, também chamada de D2D (Direct to Device), permite que smartphones se comuniquem diretamente com satélites em órbita baixa da Terra. Com isso, elimina-se a necessidade de antenas terrestres, expandindo o acesso à internet para áreas remotas, zonas rurais ou regiões com baixa cobertura móvel.

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Como isso funciona?

A tecnologia exige satélites com capacidade específica para comunicação com dispositivos móveis e, do lado do usuário, smartphones compatíveis com o protocolo. A conexão é feita por meio de frequências e antenas específicas instaladas nos satélites da constelação Starlink.

Onde a Starlink já oferece esse serviço?

Países com acesso em teste ou ativo

Atualmente, a Starlink oferece conectividade satelital móvel experimental ou ativa nos seguintes países:

  • Estados Unidos
  • Canadá
  • Japão
  • Austrália
  • Suíça
  • Peru
  • Ucrânia

A maioria das operadoras desses países firmou parcerias com a Starlink para viabilizar os testes da tecnologia, incluindo envio de mensagens SMS, dados móveis e chamadas em áreas sem cobertura de rede celular tradicional.

Smartphones compatíveis com a conexão via satélite

Modelos já aptos a se conectar com satélites

Estão incluídos todos os iPhones a partir da linha 14, inclusive os modelos mais recentes, como o iPhone 16e. No caso da Samsung, são compatíveis os dispositivos das séries Galaxy A35, A36 SE, A54, bem como os da linha S a partir do Galaxy S21. Também fazem parte da lista os dobráveis Galaxy Z Flip 3, Z Fold 3 e suas versões posteriores. Para quem utiliza aparelhos da Motorola, entram os modelos mais atuais das famílias Edge, Razr e G.

Esses dispositivos possuem os componentes necessários para se comunicar com a constelação de satélites da Starlink ou de empresas similares, desde que haja autorização e infraestrutura adequada.

E no Brasil, como está a situação?

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou, por meio de nota, que a tecnologia D2D ainda está em análise no Brasil. Em março de 2025, a agência participou dos primeiros testes no país, conduzidos pelas operadoras Claro e Lynk, no estado do Maranhão. De acordo com o relatório, foi possível realizar conexões estáveis de voz e dados em uma área sem cobertura de antenas terrestres.

O papel da Starlink na expansão da cobertura no Brasil

Aumento da constelação de satélites

A Starlink segue expandindo sua rede de satélites em órbita com o objetivo de ampliar a cobertura global, incluindo o Brasil. Segundo decisão recente, a Anatel solicitou um prazo de 120 dias para avaliar um novo pedido da empresa de Elon Musk para utilização de sua constelação em solo brasileiro.

Atuação atual da Starlink no país

Atualmente, a Starlink já fornece internet por satélite fixa no Brasil, especialmente em áreas rurais e de difícil acesso. O serviço é voltado a residências, empresas e até escolas, com pacotes específicos que utilizam antenas parabólicas da própria companhia. O próximo passo seria justamente a conexão direta com dispositivos móveis, que ainda depende de aval regulatório.

Desafios para a implementação no Brasil

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Imagem: Freepik/ Edição: Seu Crédito Digital

Barreiras técnicas e regulatórias

Para que a conexão direta por satélite funcione plenamente no Brasil, será necessário enfrentar desafios como:

  • Homologação de equipamentos compatíveis
  • Definição de espectros de frequência apropriados
  • Parcerias com operadoras nacionais

Além disso, será preciso estabelecer uma política tarifária clara para o novo serviço e definir o papel das empresas envolvidas na infraestrutura.

Inclusão digital e acesso em áreas remotas

Se aprovado e regulamentado, o serviço da Starlink pode representar um salto significativo na inclusão digital no Brasil. Regiões amazônicas, áreas rurais do Nordeste, comunidades ribeirinhas e povoados isolados poderão ter acesso à internet pela primeira vez, abrindo portas para educação, saúde e economia digital.

Considerações finais

A conexão direta de celulares com satélites está deixando de ser ficção científica para se tornar realidade, pelo menos em alguns países. No Brasil, no entanto, a tecnologia ainda aguarda a autorização da Anatel para ser implantada comercialmente.

Os testes realizados em março de 2025 no Maranhão mostram que a infraestrutura é viável, mas o caminho até a liberação definitiva inclui desafios técnicos e regulatórios. Quando for enfim liberada, a conexão via satélite tem potencial para revolucionar o acesso à internet em áreas remotas do Brasil, promovendo inclusão digital e novas oportunidades para milhões de brasileiros.

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