
A crescente disputa tarifária entre Estados Unidos e China pode se tornar um catalisador para o crescimento do Bitcoin, segundo um relatório recente da gestora de ativos digitais Grayscale.
A empresa acredita que o cenário atual de incertezas econômicas pode levar mais investidores a buscarem ativos escassos, beneficiando a maior criptomoeda do mercado.
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Bitcoin e a estagflação: Proteção contra a crise?
De acordo com a Grayscale, a imposição de tarifas comerciais elevadas entre os EUA e a China tem potencial para desencadear um período de “estagflação” — um fenômeno econômico em que há estagnação no crescimento econômico acompanhada de inflação persistente.
Esse cenário, historicamente, afasta investidores dos ativos financeiros tradicionais e impulsiona a demanda por alternativas seguras e escassas, como commodities e, mais recentemente, o Bitcoin.
A tese da Grayscale se baseia na visão do Bitcoin como um “ouro digital”. Assim como o ouro físico sempre foi considerado um refúgio seguro em tempos de crise econômica, a criptomoeda pode desempenhar um papel semelhante na era digital.
Impacto da crise tarifária na economia global
A queda do dólar e o espaço para novas reservas de valor
A Grayscale destaca que as tensões comerciais geradas pela guerra tarifária pressionam a demanda pelo dólar americano como principal ativo de reserva global. Com a possível desvalorização da moeda norte-americana, outros ativos podem ganhar espaço, incluindo ouro, outras moedas fiduciárias e o próprio Bitcoin.
A análise da gestora também aponta que episódios históricos semelhantes indicam que a fraqueza do dólar e a inflação acima da média devem persistir no curto e médio prazo. Em resposta a esse cenário, investidores podem aumentar sua exposição a ativos descentralizados e não correlacionados aos mercados tradicionais, como o Bitcoin.
A evolução do mercado de criptomoedas
Além das questões macroeconômicas, a Grayscale ressalta que a infraestrutura do mercado de criptomoedas está em rápida evolução.
Mudanças nas políticas regulatórias nos Estados Unidos estão tornando o ambiente mais favorável para investidores institucionais, o que pode acelerar a adoção do Bitcoin como uma classe de ativo consolidada.
A visão de outras gestoras: Bitwise também endossa a tese
A Grayscale não está sozinha nessa avaliação. A gestora Bitwise também publicou um relatório esta semana afirmando que a crise tarifária pode ser benéfica para o Bitcoin.
Segundo a empresa, o enfraquecimento do dólar abrirá espaço para uma maior demanda pela criptomoeda, consolidando ainda mais seu papel como reserva de valor alternativa.
Investidores devem olhar para o longo prazo
Embora o Bitcoin ainda enfrente desafios de volatilidade e aceitação regulatória, especialistas argumentam que seu crescimento como ativo global está diretamente ligado à instabilidade dos mercados tradicionais.
A guerra tarifária pode ser apenas mais um episódio na longa jornada de consolidação do Bitcoin como um ativo financeiro robusto e independente das políticas econômicas convencionais.
Conclusão: Bitcoin se fortalece como ativo estratégico

A crise tarifária entre Estados Unidos e China está remodelando o cenário econômico global e, segundo análises da Grayscale e Bitwise, pode ser um dos fatores impulsionadores para uma adoção ainda maior do Bitcoin. À medida que os investidores buscam proteção contra a incerteza, a criptomoeda se posiciona cada vez mais como um porto seguro digital.
O impacto dessa crise no Bitcoin dependerá de como os governos e investidores reagirão às mudanças econômicas. No entanto, se as previsões das gestoras se concretizarem, o mercado de criptomoedas poderá entrar em uma nova fase de valorização e adoção global.