
Em breve, os consumidores brasileiros poderão perceber uma redução nos preços ao fazerem suas compras no supermercado. A previsão é do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, que atribui a queda dos preços dos alimentos a uma combinação de fatores econômicos e sazonais.
Entre eles, está o recente recuo global nos preços das commodities, além da renovação dos estoques e da menor demanda por certos itens, como os ovos após o período da Páscoa.
Fatores que impulsionam a queda dos preços

Os preços das commodities agrícolas, como soja, milho e carne bovina, apresentaram uma queda significativa nas últimas semanas nos mercados internacionais. Essa baixa tende a se refletir diretamente nos preços praticados no mercado interno, sobretudo no setor alimentício, que depende de matérias-primas cotadas em dólar.
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Estoques renovados e menor demanda sazonal
Além do movimento das commodities, a redução temporária na demanda por alguns produtos, como ovos, após o período da Páscoa, contribui para o recuo dos preços. Com menor procura e estoques elevados, supermercados e atacadistas tendem a ajustar os preços para manter o giro de produtos.
O arroz, o feijão e o óleo de soja também estão entre os alimentos com expectativa de queda, em razão do aumento da oferta e da regularização da produção após períodos de pressão inflacionária.
Políticas públicas sem intervenção direta
A queda nos preços dos alimentos, segundo o Ministério da Agricultura, é resultado também de uma política agrícola que opta por estímulos à produção ao invés de medidas intervencionistas. O governo tem investido no incentivo à safra, com foco em aumentar a oferta e equilibrar os preços naturalmente pela dinâmica de mercado.
Essa estratégia, conforme apontado por integrantes da pasta, busca promover estabilidade e previsibilidade tanto para produtores quanto para consumidores.
Reflexos esperados no consumo e na inflação
Com a redução dos preços, espera-se um aumento do consumo interno de alimentos, além de impactos positivos sobre os índices de inflação. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial, poderá apresentar recuos nos próximos meses caso a tendência se mantenha.
Especialistas também acreditam que a desaceleração dos preços dos alimentos pode ajudar a aliviar a pressão sobre o Banco Central para manter os juros elevados, permitindo uma eventual redução da Selic ainda em 2025.
Plano Safra 2025-2026 deve ampliar apoio ao médio produtor
O ministro Carlos Fávaro apresentou as diretrizes do Plano Safra 2025-2026, que começa em 1º de julho, com foco na manutenção dos juros do Pronamp em 8% ao ano. Para isso, será necessário aumentar os aportes do Tesouro Nacional, que cobre a diferença entre os juros subsidiados e as taxas praticadas pelo mercado.
Com a Selic ainda em 10,75% ao ano, manter os juros baixos para o crédito rural se torna um desafio. O atual Plano Safra já destina R$ 65 bilhões à equalização de juros, e a equipe econômica trabalha com a expectativa de manter ou ampliar esse valor no novo ciclo para garantir competitividade aos produtores.
Grandes produtores e o crédito dolarizado
Além dos médios produtores, o governo federal também prepara medidas específicas para atender grandes produtores rurais. A principal aposta está na expansão das linhas de crédito dolarizadas, que têm custo zero para o Tesouro Nacional e oferecem taxas de juros abaixo de 10% ao ano.
Com os produtores de grande porte geralmente exportando uma parcela significativa da produção, a exposição ao câmbio torna-se menor. O chamado “hedge natural” protege o produtor das oscilações do dólar, o que torna essas linhas vantajosas e sustentáveis para o governo.
Articulação com instituições financeiras
Para viabilizar o aumento da oferta de crédito dolarizado, o Ministério da Agricultura já iniciou conversas com o Banco do Brasil e pretende estender o diálogo a outras instituições que operam o crédito rural. A intenção é garantir que o crédito chegue aos produtores com agilidade e segurança.
Expectativas para o consumidor

Quais produtos devem ficar mais baratos?
Os primeiros impactos da queda de preços devem ser sentidos em alimentos de grande consumo popular. Entre os itens com maior tendência de redução estão:
Produto | Tendência de preço | Justificativa |
---|---|---|
Carne bovina | Queda acentuada | Estoques renovados e recuo no atacado |
Óleo de soja | Queda moderada | Redução nas commodities e maior oferta |
Arroz | Queda moderada | Produção regular e menor exportação |
Feijão | Queda leve | Oferta crescente no mercado interno |
Ovos | Queda pontual | Fim da demanda de Páscoa |
Perguntas frequentes
Os preços dos alimentos vão cair em todo o Brasil?
Sim, mas a intensidade da queda pode variar conforme a região, devido a custos logísticos e disponibilidade local dos produtos.
Quais alimentos devem ficar mais baratos primeiro?
Carne bovina, arroz, feijão e óleo de soja são os que devem apresentar redução de preços mais rapidamente.
A queda dos preços será duradoura?
Depende das condições climáticas, do comportamento das commodities internacionais e da oferta interna ao longo do ano.
O governo vai intervir nos preços?
Não. A estratégia adotada é de estímulo à produção e ampliação da oferta, sem intervenção direta nos preços.
O que é crédito rural dolarizado?
É uma linha de crédito com juros atrelados ao dólar, indicada principalmente para grandes produtores que exportam e têm receitas em moeda estrangeira.
Considerações finais
A perspectiva de queda nos preços dos alimentos representa uma notícia positiva em meio aos desafios econômicos enfrentados por milhões de brasileiros. A combinação entre a redução nas cotações internacionais das commodities, a renovação dos estoques e a menor demanda sazonal após a Páscoa deve aliviar os custos para o consumidor final nas próximas semanas.