Tesouro Prefixado ganha destaque com risco de recessão global, aponta Itaú BBA

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O temor crescente de uma recessão global provocada pela escalada da disputa comercial entre China e Estados Unidos tem gerado movimentos estratégicos no mercado financeiro brasileiro. Em meio às incertezas, investidores e analistas se voltam para alternativas seguras e previsíveis, como os títulos públicos federais.

O banco Itaú BBA tem se destacado entre as instituições que recomendam a renda fixa como principal alocação neste momento. A orientação se apoia na possibilidade de encerramento antecipado do ciclo de alta da Selic, diante da desaceleração econômica global. O foco recai especialmente sobre o Tesouro Prefixado com vencimento de até três anos e, para prazos mais longos, sobre o Tesouro IPCA+.

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Imagem: Reprodução/Itaú

Disputa entre EUA e China pressiona mercados e acende alerta para recessão global

Tarifas mais altas reacendem o temor de uma desaceleração mundial

A mais recente rodada de tarifas anunciadas pelo ex-presidente americano Donald Trump, em abril de 2025, contra produtos chineses, colocou o mundo em estado de alerta. A retaliação por parte da China e o clima de incerteza comercial elevam os riscos de queda no crescimento global.

Economias centrais, como a própria China e os Estados Unidos, já indicam sinais de desaceleração, o que provoca reações imediatas em mercados emergentes — como o Brasil. A renda fixa brasileira aparece como uma das principais beneficiárias desse movimento defensivo.

Impactos no Brasil: Selic pode cair antes do previsto

De acordo com o estrategista do Itaú BBA, Lucas Queiroz, a expectativa inicial de que a taxa Selic chegaria a 15% ao ano em 2025 já começa a ser revista. A intensificação do risco de recessão força o mercado a precificar um fim mais rápido do ciclo de alta dos juros, ou ao menos a suavização da política monetária a partir do segundo semestre de 2025.

“Com a intensificação do risco de desaceleração global, o mercado começa a trabalhar com a hipótese de que o ciclo pode ser encerrado mais cedo. Ou, ao menos, evita projeções mais agressivas sobre a postura do Copom”, afirmou Queiroz.

Renda fixa ganha destaque nas recomendações do Itaú BBA

Tesouro Prefixado: oportunidade com prazos intermediários

Com a previsão de estabilização e posterior queda dos juros, os títulos Tesouro Prefixado com vencimento em até três anos, especialmente o Prefixado 2028, ganham protagonismo.

“A precificação de que a Selic alcançará cerca de 15% ao ano, se mantendo acima de 14% nos anos seguintes, gera atratividade para os prefixados de prazo intermediário”, detalha Queiroz.

O modelo prefixado é vantajoso em um cenário onde a taxa contratada é superior à taxa básica de juros futura, garantindo retornos reais mais altos para o investidor que permanecer até o vencimento.

Tesouro IPCA+: proteção e rentabilidade no longo prazo

Para investidores com perfil de longo prazo e dispostos a manter aplicações por mais de cinco anos, o Tesouro IPCA+ 2040 é a principal recomendação do Itaú BBA.

Queiroz destaca que, mesmo em um ambiente de desinflação, esse título mantém prêmios reais elevados e oferece proteção contra eventuais surpresas inflacionárias. A expectativa é de que a inflação brasileira continue caindo, mas a incerteza fiscal e política ainda justifica a busca por instrumentos que garantam rendimento acima do IPCA.

“O Tesouro IPCA+ é o principal veículo para capturar a expectativa de desinflação sem abrir mão da proteção contra a inflação”, resume o estrategista.

Carrego em IPCA+ continua imbatível

Outro ponto ressaltado pelo Itaú BBA é o carrego positivo dos títulos IPCA+, ou seja, o ganho acumulado por manter a posição ao longo do tempo. Essa característica, combinada com a expectativa de queda nos juros reais, torna o produto ainda mais atrativo.

“Os prêmios reais embutidos continuam elevados, e a inflação implícita já precifica parte significativa dos riscos fiscais do país”, explica Queiroz.

Como o investidor pode se posicionar neste cenário

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Imagem: rafastockbr / shutterstock

Perfil conservador: foco em Tesouro Prefixado curto

Para quem busca previsibilidade e baixo risco, especialmente no horizonte de até 3 anos, o Tesouro Prefixado 2028 é apontado como a melhor alternativa. O investidor garante uma taxa contratada agora e pode se beneficiar caso a Selic recue nos próximos ciclos.

Perfil moderado: diversificação com IPCA+ de médio prazo

Já para quem pode manter investimentos por cinco a dez anos, o Tesouro IPCA+ com vencimentos em 2030 ou 2035 permite maior rentabilidade com controle de risco. A diversificação entre prefixado e IPCA+ também é uma estratégia defendida por especialistas para equilibrar ganho real e proteção contra inflação.

Perfil agressivo: prazos longos e apetite ao risco

Investidores com perfil mais agressivo e horizonte superior a dez anos podem optar por Tesouro IPCA+ 2040 ou 2055, que entregam os maiores retornos nominais do mercado. No entanto, esses papéis exigem tolerância à volatilidade no curto prazo, sobretudo em momentos de instabilidade fiscal ou política.

A conjuntura global reforça o apelo da renda fixa no Brasil

Queda do petróleo e desinflação fortalecem o cenário

A previsão de queda nos preços do petróleo, somada à retração das cadeias globais de produção, também deve ajudar a conter a inflação no Brasil. Isso contribui para a perspectiva de desinflação em 2026, o que por sua vez fortalece a tese de recuo da Selic e aumenta a atratividade da renda fixa.

Brasil como porto seguro em meio à turbulência

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Imagem: Brenda Rocha – Blossom /Shutterstock.com

Com a expectativa de manutenção do controle fiscal e a atuação vigilante do Banco Central, o Brasil se posiciona como um dos principais destinos emergentes para investidores de renda fixa. Os juros reais elevados, combinados com o ambiente de risco global, colocam o país como alternativa sólida para alocação de capital.

Imagem: ktasimar / Shutterstock.com

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