A nova escalada da guerra comercial promovida pelo presidente Donald Trump voltou a movimentar os mercados globais, trazendo reflexos diretos para o mercado de criptomoedas.
O Bitcoin (BTC), principal ativo digital do mundo, tem sido pressionado pelas medidas protecionistas, mas especialistas do BTG Pactual apontam que sua capacidade de recuperação supera a de ativos tradicionais, como o ouro.
A história mostra que, em momentos de crise e incerteza geopolítica, o BTC tende a apresentar recuperações robustas, demonstrando resiliência e se consolidando como uma alternativa viável para investidores que buscam proteção contra choques econômicos.
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Impacto das tarifas sobre o mercado e o Bitcoin
Queda inicial do BTC: Reflexo da incerteza
Desde a retomada da guerra tarifária por Trump, o Bitcoin registrou uma desvalorização de cerca de 12%, acompanhando o movimento negativo dos mercados financeiros globais. As novas tarifas impostas pelos Estados Unidos impactaram diretamente as empresas dependentes de cadeias de suprimentos globais, o que gerou um efeito cascata na economia.
O BTG Pactual ressalta que, embora o Bitcoin tenha sido afetado em um primeiro momento, ele tem apresentado uma performance relativa superior às ações das empresas de tecnologia, conhecidas como Magnificent 7 (Apple, Microsoft, Alphabet, Amazon, Nvidia, Meta e Tesla).
Essa resiliência ocorre porque, ao contrário dessas corporações, o BTC não está sujeito a impactos diretos nos balanços financeiros causados pelas tarifas comerciais.
A percepção institucional do Bitcoin em tempos de crise
Outro ponto destacado pelos analistas do BTG é a crescente percepção do Bitcoin como um ativo estratégico diante de eventos geopolíticos adversos.
Com um histórico de recuperação mais acelerado do que ativos tradicionais, a criptomoeda tem conquistado espaço como uma reserva de valor alternativa.
Recuperação do Bitcoin: Expectativas e fatores determinantes
Comparativo de recuperação: BTC, Ouro e S&P 500
Historicamente, após crises financeiras, o Bitcoin tem apresentado uma recuperação mais rápida do que ativos tradicionais. Um levantamento do BTG Pactual comparou o desempenho do BTC, do índice S&P 500 e do ouro em diferentes períodos após crises econômicas:
- 10 dias após uma crise: BTC sobe, em média, 7%, enquanto o ouro e o S&P 500 registram alta de apenas 2%.
- 60 dias após uma crise: BTC tende a subir acima de 20%, enquanto o ouro e o S&P 500 mantêm ganhos mais modestos, entre 5% e 10%.
Esse padrão se deve à dinâmica da liquidez no mercado, além do crescente interesse institucional pelo Bitcoin.
A influência do M2 e a expansão da liquidez
Um dos fatores determinantes para a valorização do Bitcoin em momentos de crise é a expansão da base monetária global, conhecida como M2.
Durante o primeiro mandato de Trump, houve um aumento significativo desse indicador devido às políticas de estímulo econômico. O mesmo pode acontecer agora, impulsionando tanto o BTC quanto o mercado de ações.
Caso a atual guerra tarifária leve os governos a adotarem novas medidas de expansão monetária, o preço do Bitcoin pode se beneficiar diretamente, seguindo padrões históricos de valorização.
O crescimento do ecossistema cripto: DeFi e Stablecoins
Adoção das Finanças Descentralizadas (DeFi)
Outro fator que pode impulsionar o mercado cripto é a crescente adoção de soluções descentralizadas. As tensões comerciais criadas pelas tarifas impulsionam o uso de finanças descentralizadas (DeFi) e stablecoins como alternativa a sistemas bancários tradicionais.
Essas soluções oferecem maior liberdade para transações globais, sem as restrições impostas por políticas governamentais.
O papel de stablecoins na nova economia global
Stablecoins, como USDT (Tether) e USDC (USD Coin), têm sido amplamente utilizadas para facilitar transações internacionais, servindo como uma ponte entre ativos digitais e moedas fiduciárias. Esse crescimento reforça a relevância das criptomoedas em momentos de incerteza econômica global.
Regulação favorável aos ativos digitais
Recentemente, Donald Trump revogou medidas que limitavam o desenvolvimento de protocolos DeFi nos Estados Unidos. Essa mudança regulatória pode estimular o crescimento do setor e atrair mais investidores institucionais para o mercado cripto.
Conclusão: O que esperar do Bitcoin no cenário atual?
A guerra tarifária promovida por Trump trouxe impactos imediatos ao mercado, pressionando o preço do Bitcoin. No entanto, a história mostra que o ativo digital tem um histórico de recuperação robusta após períodos de incerteza.
O aumento da base monetária global, a crescente adoção institucional e o desenvolvimento do ecossistema DeFi são fatores que podem impulsionar o Bitcoin no médio e longo prazo. Apesar da volatilidade, o BTC continua sendo uma alternativa atrativa para investidores que buscam proteção e valorização em tempos de crise.
