
Seu Gilberto leva o boi Morinho para passear pelas ruas de Piumhi e atrai olhares curiosos. Animal foi adestrado já adulto e acompanha o dono até na hora de tomar café. Boi vira ‘pet’ e amizade com dono chama atenção em Piumhi, MG
Quem passa pelas ruas de Piumhi, no Centro-Oeste de Minas, pode ser surpreendido por uma cena no mínimo inusitada: um homem montado em um boi, desfilando tranquilamente pela cidade, entre trocas de carinho e olhares curiosos. O senhor em questão é o aposentado Gilberto Veiga, e o companheiro de quatro patas é o boi Morinho. Juntos, eles viraram símbolo de afeto e encantamento por onde passam.
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A empresária Mileny Rodrigues é uma das muitas pessoas que se comoveram com a cena e resolveu registrar um desses momentos. O vídeo publicado nas redes sociais já alcançou mais de 10 mil visualizações.
“Há muito tempo venho prestando atenção nessa amizade. Uma vez vi ele montado no boi na cidade, e depois comecei a ver sempre. O carinho é impressionante. O boi é ensinado, pede comida, dá beijo, deita e rola com o senhor Gilberto”, contou ao g1.
O que mais chama atenção é o cuidado que seu Gilberto tem com Morinho. Mesmo tendo carro, ele prefere fazer seus trajetos montado no animal. Uma vez por semana, percorre cerca de 4 quilômetros com o boi — só por prazer. Um verdadeiro passeio entre amigos.
“Ele trata como se fosse um animal de estimação, como um cavalo de passeio. Vai com ele para a feira, para o centro. E não tem uma pessoa que não pare para olhar”, comentou a empresária Mileny.
Boi Morinho
Gilberto Veiga/Divulgação
Morinho já era adulto quando chegou à vida de Gilberto, mas isso não foi problema. Com paciência e muito carinho, ele foi adestrado. Hoje, atende aos comandos do dono com naturalidade.
“Trabalhei por 30 anos no Saae [Serviço Autônomo de Água e Esgoto] e, quando me aposentei, meu plano era simples: comprar um bezerro para amansar. Mas a vida me surpreendeu e acabei achando um boi já adulto, com 10 arrobas. Levei ele para casa e comecei com atividades para adestrá-lo. Primeiro, amarrei e comecei a jogar areia para ver se ele pulava. No começo era só curiosidade, mas fui pegando gosto. Entrei no curral e, dia após dia, fui montando nele. Com 45 dias, já estávamos passeando pela cidade juntos”, relembrou.
Depois disso, vieram os truques. Gilberto ensinou Morinho a deitar quando ele pedia, apenas pegando na pata do boi. “Em uns 15 dias, bastava ele me ver que já deitava sozinho. Foi uma surpresa e tanto”, afirmou.
“Hoje, ele deita no chão quando chamo, come na minha mão e até pega comida da minha boca, se eu deixar. Quando passamos na padaria, a dona já conhece: ele para na porta e só sai depois que ganha um pão. Vai sozinho, espera e só então continua o caminho. É de uma inteligência fora do comum”, afirmou.
A dupla tem seus pontos de parada favoritos: no posto, para tomar água, e na padaria, onde o pãozinho é garantido. Morinho até se ajoelha para que Gilberto desça com calma.
“Todo mundo quer tirar foto, montar nele. Já faz mais de dois anos que essa rotina virou parte da minha vida. Desde o começo eu percebi que ele era diferente. Muito inteligente, dócil e companheiro. Ver tanta gente admirando ele é uma bênção”, disse Gilberto.
“Ele não é só um boi, é um amigo”, finalizou Gilberto.
Boi Morinho
Gilberto Veiga/Divulgação
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