Beagalta: coletivo promove altinha e ocupação do espaço público em BH

Uma bola amarela pinta no céu do Parque Ecológico da Pampulha, em Belo Horizonte, todo domingo. Depois, mais uma e mais muitas. Não, não são os ‘segundos-sóis’ de Cássia Eller. São, na verdade, um sinal de que começou mais uma altinha organizada pelo coletivo Beagalta. Importado das praias do Rio de Janeiro, o esporte tem se espalhado pela capital mineira, acumulando novos praticantes e ocupando espaços públicos.

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Entusiasta da altinha e um dos fundadores do Beagalta, Lucas Pedersoli explica que o grupo surgiu da necessidade de difundir, em BH, a cultura do esporte já popular em outros lugares do país.

“Eu morei com uns amigos no Rio Grande do Norte entre 2021 e 2023. Depois, fui obrigado a voltar para Belo Horizonte, e não tinha ninguém pra jogar altinha além dessa galera”, diz. “Nós começamos a nos encontrar no Parque Ecológico e isso foi chamando a atenção do pessoal que também frequentava o espaço. A coisa foi crescendo, então, em 2023, a gente criou o Beagalta”.

Além de Pedersoli, o coletivo esportivo é composto por outros três administradores: Duda Alves, Rayanne Coelho e Thamires Coelho. São eles os responsáveis pelo fenômeno que movimenta mais de oito mil pessoas pelas redes sociais. Só no WhatsApp, onde os detalhes dos encontros são repassados, o Beagalta possui dois grupos com quase mil participantes cada.

Altinha

Patrimônio Cultural Imaterial da cidade do Rio de Janeiro desde 2020, a altinha é um esporte praticado com bola em círculos de quatro pessoas. O objetivo do jogo é passar a pelota para os companheiros, sem deixar que ela caia no chão. Quanto mais tempo no ar, melhor. Para isso, pode-se utilizar de qualquer parte do corpo, exceto as mãos.

Variante do futebol de areia, a altinha não é considerada um esporte de competição. Nas partidas, prevalece a colaboração com os integrantes do círculo, a técnica utilizada nos movimentos e o tempo que a bola permanece no ar. Apesar disso, existem, sim, competições, em que quartetos disputam habilidade uns com os outros.

Ocupação em BH

Orgulhoso, Pedersoli fala do crescimento orgânico do Beagalta e da prática da altinha em Belo Horizonte. “Lá no início, a ideia era trazer um esporte novo pra cidade. Mas, na realidade, o que a gente sentia falta não era do esporte, mas da comunidade. Eu tive a oportunidade de conhecer muita gente diferente no Rio Grande do Norte, do pescador ao dono da pousada, e todos jogavam altinha com a gente. Em BH, eu senti falta disso”, explica o fundador do coletivo mineiro.

A ocupação do espaço público é outro pilar do Beagalta, segundo Lucas. “Em BH, a gente não tem essa cultura, né? Não tem aquele momento de estar com os amigos num piquenique, conversando, batendo bola. Acho que nosso grupo também tem chamado a atenção por isso”, mira. Além das partidas de altinha, o coletivo lanches comunitários no Parque Ecológico da Pampulha.

Como participar?

Os encontros do Beagalta são semanais, aos domingos. Por volta das 10h, as primeiras bolas começam a subir pelo céu azul de BH. Os encontros cruzam a tarde e só terminam lá pras 17h. De acordo com Pedersoli, para participar das rodas, não tem mistério: “é só chegar”, diz.

As atividades são gratuitas e não exigem experiência. Os mais habilidosos jogam em quartetos mais exigentes; os menos, são organizados em grupos mais acessíveis. O Beagalta também conta com um corpo de professores que oferecem aulas particulares de altinha, pagas.

Além do Parque Ecológico aos domingos, o coletivo promove encontros no meio da semana na Praça da Assembleia, no Santo Agostinho, e na esplanada do Mineirão. Todas as informações sobre os grupos de WhatsApp, a agenda de encontros e as aulas estão disponíveis na página oficial do grupo no Instagram, o @beaga.alta.

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