Trump volta a atacar Zelensky, culpando-o por ‘milhões’ de mortes na invasão russa

O presidente americano, Donald Trump, gesticula durante reunião com seu contraparte salvadorenho, Nayib Bukele, no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, DC, em 14 de abril de 2025Brendan Smialowski

Brendan SMIALOWSKI

O presidente americano, Donald Trump, voltou a atacar seu contraparte ucraniano, Volodimir Zelensky, nesta segunda-feira (14), culpando-o falsamente pela invasão russa a seu país e responsabilizando-o por “milhões” de mortes.

Trump, que teve uma discussão pública com Zelensky em pleno Salão Oval da Casa Branca há seis semanas, disse que o ucraniano compartilhava a culpa com o presidente russo, Vladimir Putin, que ordenou a invasão ao país vizinho em fevereiro de 2022, e com o então presidente americano, Joe Biden.

O republicano disse à imprensa que havia “milhões de mortos por culpa de três pessoas”.

“Digamos, Putin número um, mas digamos Biden, que não tinha ideia do que diabos estava fazendo, número dois, e Zelensky”, acrescentou Trump, durante uma reunião com o presidente salvadorenho, Nayib Bukele.

Em seguida, Trump voltou a atacar Zelensky.

“Sempre está buscando comprar mísseis”, disse depreciativamente, referindo-se à tentativa do líder ucraniano de se armar para defender seu país da invasão russa.

“Quando você começa uma guerra, precisa estar certo de que pode ganhar a guerra”, disse Trump. “Não se começa uma guerra contra alguém que é 20 vezes maior que você e depois espera que as pessoas te deem alguns mísseis”, acrescentou.

As relações entre Trump e Zelensky têm sido tensas desde que o presidente americano surpreendeu o mundo com negociações com a Rússia em fevereiro.

Antes da discussão televisionada com Zelensky em 28 de fevereiro, Trump reproduziu os argumentos de Moscou, culpando a Ucrânia pela guerra e chamando Zelensky de “ditador sem eleições”.

Desde então, Zelensky vem tentando consertar as coisas, inclusive com o envio de uma delegação de Kiev a Washington na semana passada para discutir um acordo solicitado por Trump, que daria aos Estados Unidos acesso preferencial aos recursos naturais ucranianos.

Mas o presidente americano tem intensificado sua retórica nos últimos dias.

No entanto, Trump insistiu em que um acordo para encerrar a guerra na Ucrânia é possível, apesar de Kiev denunciar que Moscou está procrastinando.

“Quero pôr fim ao massacre e acho que estamos nos saindo bem nesse sentido. Acho que muito em breve vocês terão propostas muito boas”, disse Trump.

O presidente americano fez estes comentários apesar de um ataque russo contra a cidade ucraniana de Sumi, que matou ao menos 35 pessoas no domingo.

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