
Em uma operação que expõe os perigos crescentes da combinação entre tecnologia avançada e cibercrime, a Polícia Nacional da Espanha desmantelou uma quadrilha que utilizava inteligência artificial para aplicar golpes em investidores de criptomoedas.
O esquema, que arrecadou mais de €19 milhões (aproximadamente US$21,5 milhões), enganou mais de 200 vítimas com promessas de altos retornos em investimentos fraudulentos.
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O esquema de fraude: Como funcionava
Uso de deepfakes para enganar investidores
A quadrilha utilizava vídeos manipulados com inteligência artificial, conhecidos como deepfakes, para criar anúncios falsos nas redes sociais e em sites, nos quais celebridades recomendavam investimentos em criptomoedas.
Esses vídeos realistas eram projetados para atrair investidores desavisados, levando-os a acreditar na legitimidade das plataformas fraudulentas.
Três fases do golpe
O golpe era executado em três fases distintas:
- Captação Inicial: As vítimas eram atraídas por anúncios com deepfakes de celebridades, que as direcionavam para plataformas de investimento falsas;
- Retornos Falsos: Após o investimento inicial, os golpistas apresentavam retornos fictícios para ganhar a confiança das vítimas, incentivando novos aportes financeiros;
- Solicitação de Taxas Adicionais: Quando as vítimas tentavam resgatar seus fundos, eram informadas sobre a necessidade de pagar taxas adicionais para desbloquear os investimentos, perpetuando o ciclo de fraude.
A investigação e prisões
Operação Coinblack-Wendimine
A investigação, denominada Operação Coinblack-Wendimine, teve início após a denúncia de uma vítima em Granada que perdeu €624 mil.
As autoridades descobriram que a quadrilha operava a partir de Alicante, utilizando identidades falsas e uma rede de empresas para canalizar os fundos obtidos fraudulentamente.
Prisões e apreensões
Seis pessoas, com idades entre 34 e 57 anos, foram presas, incluindo o líder do grupo, que foi detido antes de fugir para Dubai.
Durante as buscas, a polícia apreendeu dispositivos eletrônicos, documentos falsificados e uma arma simulada. Até o momento, apenas €100 mil foram recuperados.
O crescente uso de IA em golpes financeiros

Casos internacionais
O uso de inteligência artificial em fraudes financeiras não é exclusivo da Espanha. Em Hong Kong, a polícia desmantelou um esquema semelhante que utilizava deepfakes para enganar investidores, resultando em perdas de US$46 milhões.
Alerta das Autoridades
As autoridades alertam sobre o uso crescente de tecnologias como deepfakes para enganar o público, enfatizando a importância de verificar a autenticidade de ofertas de investimento e de desconfiar de promessas de retornos elevados sem riscos.
Medidas de prevenção e conscientização
Recomendações para investidores
- Verificação de Fontes: Sempre verifique a autenticidade de plataformas de investimento e desconfie de anúncios que utilizam figuras públicas para promover oportunidades financeiras;
- Cautela com Promessas de Retorno: Desconfie de promessas de retornos elevados e garantidos, especialmente quando associados a investimentos em criptomoedas;
- Consultoria Profissional: Consulte profissionais financeiros ou órgãos reguladores antes de realizar investimentos significativos.
Papel das autoridades
As forças de segurança continuam a monitorar e investigar atividades suspeitas relacionadas a fraudes financeiras, enfatizando a importância da cooperação internacional para combater crimes cibernéticos que transcendem fronteiras.
Considerações finais
O caso desmantelado pela polícia espanhola destaca os riscos associados ao uso indevido de tecnologias avançadas, como a inteligência artificial, em esquemas de fraude financeira.
À medida que os golpistas se tornam mais sofisticados, é crucial que investidores e o público em geral permaneçam vigilantes, informados e cautelosos ao considerar oportunidades de investimento, especialmente aquelas que prometem retornos elevados com pouco ou nenhum risco.