
Desde seu lançamento em outubro de 2024, o Programa Acredita tem demonstrado um impacto significativo na vida de milhares de brasileiros de baixa renda. A proposta, liderada pelo Ministério do Desenvolvimento Social, já destinou R$ 3,1 bilhões em microcrédito para 200 mil pessoas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), que reúne dados da população em situação de vulnerabilidade social.
A ação integra a estratégia do governo Lula para fomentar o empreendedorismo entre os beneficiários do Bolsa Família e demais cidadãos em situação de pobreza ou extrema pobreza. Com linhas de crédito mais acessíveis, o programa visa proporcionar condições reais para que essas pessoas construam alternativas de renda por meio de pequenos negócios.
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Transformando beneficiários em empreendedores
De acordo com o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, a iniciativa já começa a transformar a realidade de quem historicamente depende do Estado para sobreviver. Em entrevista recente, ele afirmou que o programa tem incentivado beneficiários do Bolsa Família a deixarem gradualmente o benefício, com base no aumento de sua própria renda.
“Estou trabalhando para que a gente, muito em breve, possa comemorar o 1º milhão de empresários e empresárias do Bolsa Família, que geram empregos para outras pessoas”, declarou o ministro.
O objetivo, segundo ele, é alcançar esse marco até 2026, embora o desejo seja antecipar a meta para este ano. A proposta não se limita apenas ao crédito: inclui também orientação para o uso consciente dos recursos e qualificação profissional, criando um ciclo sustentável de desenvolvimento.
Acredita no 1º Passo: inclusão e capacitação
Quem pode participar?
O subprograma Acredita no 1º Passo é voltado a pessoas com idades entre 16 e 65 anos. Os empréstimos podem chegar a até R$ 21 mil, com juros mais baixos do que os praticados pelo mercado tradicional, oferecidos por instituições financeiras parceiras — com destaque para o Banco do Nordeste, responsável por 50% das operações de crédito.
A prioridade de acesso é dada a grupos historicamente marginalizados, como mulheres, pessoas com deficiência, jovens, negros e integrantes de populações tradicionais e ribeirinhas.
Além do crédito, o programa oferece cursos de qualificação profissional para que os participantes possam gerir melhor seus negócios e ampliar suas oportunidades de renda.
Impacto direto na geração de empregos
Cadastro Único lidera novos postos com carteira assinada
Outro dado revelador é que a inclusão produtiva tem impulsionado também o mercado formal. Segundo Wellington Dias, 89% dos empregos com carteira assinada criados em 2025 foram ocupados por pessoas inscritas no CadÚnico. Foram 474 mil contratações, de um total de 531 mil novas vagas no período.
Em 2024, esse percentual foi ainda maior: 98,8% das novas vagas formais foram preenchidas por cidadãos em situação de vulnerabilidade.
O ministro atribui esses resultados à mudança nas regras do Bolsa Família em 2023, que agora permite ao beneficiário ingressar no mercado de trabalho formal sem medo de perder o benefício de forma automática.
Regra de Proteção dá segurança a quem empreende
Transição gradual do auxílio para a autonomia financeira
Uma das principais inovações trazidas pelo governo é a chamada Regra de Proteção, que permite que famílias que aumentem sua renda mantenham 50% do valor do Bolsa Família por até 24 meses.
Essa regra é válida para famílias cuja renda mensal per capita esteja abaixo de R$ 218, desde que continuem a cumprir todos os critérios do CadÚnico. O objetivo é garantir uma transição segura para aqueles que começam a se emancipar financeiramente por meio do emprego ou do empreendedorismo.
“Quando assinar a carteira de trabalho, não é motivo para perder o benefício. Nós queremos é o emprego, queremos que a pessoa cresça”, reforçou Wellington Dias.
O desafio da dependência prolongada

7 milhões de famílias estão no Bolsa Família há mais de 10 anos
Apesar dos avanços, os dados revelam um desafio persistente: 34,1% das famílias beneficiárias do Bolsa Família estão no programa há mais de uma década, segundo levantamento de fevereiro de 2025.
Isso representa 7 milhões de lares, indicando uma parcela da população que enfrenta barreiras mais complexas para sair da condição de vulnerabilidade. A maior concentração dessa dependência está na região Nordeste, com 38,8% dos beneficiários nessa situação, seguida pelas regiões Norte (33,7%), Sul (29,5%), Sudeste (29,1%) e Centro-Oeste (26,9%).
Essa realidade reforça a importância de políticas como o Programa Acredita, que combinam crédito, capacitação e proteção social para romper ciclos históricos de pobreza.
Caminho para a autonomia
Programa mira emancipação e desenvolvimento regional
O Programa Acredita surge como uma estratégia robusta de inclusão produtiva e redução da desigualdade social, em um país onde o empreendedorismo por necessidade ainda é predominante entre os mais pobres.
Ao oferecer crédito acessível, orientação e segurança para quem decide empreender, o governo aposta na autonomia das famílias como forma de reduzir a dependência crônica de políticas assistenciais, sem abdicar da proteção social necessária em períodos de transição.
Se os resultados continuarem nessa direção, o Brasil poderá, de fato, comemorar o surgimento de um milhão de microempreendedores vindos do Bolsa Família — cidadãos que passaram a gerar renda, empregos e desenvolvimento local com o apoio inicial do Estado.
Com Informações de: Poder360
Imagem: Ricardo Stuckert / PR