
O Bitcoin (BTC) volta ao centro do palco global, atingindo níveis de dominância não vistos desde 2021.
Com mais de 60% da capitalização total do mercado cripto, a criptomoeda consolida-se como reserva de valor em meio à instabilidade econômica e política internacional.
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A nova face da dominância do Bitcoin

BTC domina mercado em meio a milhões de altcoins
Em 2021, o Bitcoin detinha cerca de 60% da capitalização do mercado cripto, mas o número de ativos digitais era bem menor — cerca de 3.000 a 4.000.
Em 2025, com milhões de tokens em circulação, o mesmo nível de dominância indica uma força relativa ainda maior do BTC frente às demais criptomoedas.
Volatilidade recente e retomada do apetite institucional
De US$ 74 mil a US$ 86 mil: BTC se recupera com força
Nas últimas semanas, o preço do Bitcoin oscilou bruscamente. Após uma queda para US$ 74 mil provocada por tensões comerciais e temores inflacionários, o ativo ensaiou uma recuperação, superando brevemente a marca dos US$ 86 mil.
Esse movimento coincidiu com a inversão da métrica de “demanda aparente” — que calcula a diferença líquida entre entradas e saídas em exchanges. Pela primeira vez em 2025, esse indicador voltou ao território positivo, evidenciando um novo momento de acumulação.
On-chain confirma: grandes players seguem comprando
Baleias acumulam e retiram BTC das exchanges
Dados da blockchain revelam que carteiras com 10 BTC ou mais continuam a crescer, atingindo 16,36 milhões de unidades — novo recorde histórico. Paralelamente, houve uma redução acentuada do saldo de BTC nas exchanges, sugerindo que os investidores estão armazenando seus ativos em carteiras privadas para manter no longo prazo.
O Net Realized Profit/Loss (NRPL), métrica que mede o lucro ou prejuízo líquido realizado, também voltou ao campo positivo, reforçando a tese de que o mercado entrou em nova fase de otimismo controlado.
Resistências técnicas rompidas e espaço para rali
Triângulo descendente indica força de rompimento
A recente quebra da resistência em um padrão gráfico de triângulo descendente no gráfico diário do BTC acendeu alertas entre traders técnicos. O rompimento, acompanhado de volume crescente, sugere possibilidade de avanço para regiões entre US$ 88 mil e US$ 92 mil.
Caso ultrapasse a máxima histórica de US$ 91 mil, os analistas projetam alvos ambiciosos, entre US$ 100 mil e US$ 110 mil, ainda em 2025.
Fuga das altcoins e possível reversão futura
ETH/BTC atinge mínima de cinco anos
O par ETH/BTC caiu ao menor nível desde janeiro de 2020, revelando fraqueza do Ethereum frente à força do Bitcoin. Essa dinâmica é observada em diversas altcoins, cujas capitalizações de mercado minguaram nos últimos meses.
Arthur Hayes e Rekt Capital divergem sobre futuro
O ex-CEO da BitMEX, Arthur Hayes, projeta que o Bitcoin pode alcançar 70% de dominância, apoiado pela tese de que o BTC será o principal ativo de proteção contra políticas monetárias frouxas e inflação persistente.
Já o analista técnico Rekt Capital alerta que, historicamente, uma dominância acima de 71% pode indicar saturação do ciclo do BTC, servindo como gatilho para uma “altseason”, quando o capital começa a migrar para altcoins em busca de ganhos mais agressivos.
Macroeconomia e política monetária: riscos e oportunidades
EUA retomam tarifas e elevam tensão global
O governo norte-americano indicou que pretende retomar tarifas comerciais sobre semicondutores e componentes eletrônicos da China. Essa medida visa reindustrializar setores estratégicos, mas pode gerar reações adversas nos mercados e aumentar a volatilidade de ativos de risco, como o Bitcoin.
Política monetária e impacto nos ETFs
Com a inflação nos EUA permanecendo acima da meta, o Federal Reserve adiou cortes de juros esperados para o segundo semestre. No entanto, o mercado ainda aposta em flexibilização monetária em 2026.
Enquanto isso, ETFs de Bitcoin nos EUA e Europa continuam atraindo fluxo líquido positivo. Segundo dados da Glassnode, o volume médio diário de compra via ETFs já supera 3.000 BTC, o que ajuda a sustentar a pressão de alta mesmo com ruídos macroeconômicos.
Estratégias institucionais e fundamentos fortalecidos
Strategy compra mais US$ 285 milhões em BTC
A empresa de Michael Saylor, MicroStrategy, intensificou seu compromisso com o Bitcoin, adquirindo mais de 4.000 BTC por aproximadamente US$ 285 milhões. A companhia já acumula mais de 214.000 bitcoins, reforçando seu modelo de tesouraria lastreado em cripto.
Essa decisão é interpretada como uma aposta no potencial de valorização do ativo, além de uma proteção contra a desvalorização de moedas fiduciárias no cenário inflacionário atual.
Reservas corporativas e adoção regulatória
Empresas como Tesla, Square e Coinbase também mantêm o BTC como parte de suas reservas. Paralelamente, regulações mais claras nos EUA, Brasil e União Europeia criam ambiente mais seguro para a entrada de novos players institucionais.
Perspectivas para o restante de 2025

O que esperar do próximo semestre
Analistas preveem que o BTC deve continuar enfrentando resistência entre US$ 86 mil e US$ 91 mil, com possíveis correções até a faixa de US$ 79 mil em caso de aumento da aversão ao risco global.
No entanto, caso o cenário macro permita, o segundo semestre pode ver uma escalada mais expressiva, com alvos de longo prazo entre US$ 100 mil e US$ 120 mil, impulsionados por fundamentos sólidos, escassez de oferta e apetite institucional.
Conclusão: Bitcoin assume protagonismo estrutural
O Bitcoin parece ter atravessado uma linha de inflexão. Sua dominância crescente, o acúmulo de grandes investidores, a força técnica e os fundamentos macroeconômicos estão alinhados para sustentar uma nova fase de valorização.
Mesmo com volatilidade e riscos externos, o BTC mostra resiliência e se consolida, mais uma vez, como o pilar central do ecossistema cripto e como ativo estratégico para o futuro da economia digital.