Varejista famosa entra em colapso! Veja como ela chegou à falência

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A falência da Eletrosom, uma das varejistas de eletrodomésticos mais conhecidas do Brasil, foi oficialmente decretada pela Justiça. A decisão, anunciada pelo escritório MADGAV, marca o encerramento de uma trajetória iniciada em 1980, em Monte Carmelo (MG), cidade que abrigou a última unidade em funcionamento da empresa.

A Eletrosom chegou a operar em todo o território nacional, com centenas de lojas e milhares de colaboradores. No entanto, a história de sucesso começou a desmoronar há cerca de uma década, quando dificuldades financeiras comprometeram o funcionamento da rede. Em 2024, após anos de tentativas frustradas de recuperação, a empresa entrou oficialmente em colapso.

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Como a Eletrosom chegou à falência?

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Imagem: Rádio Montanheza/Reprodução

Uma trajetória marcada por dívidas e tentativas de recuperação judicial

A crise financeira da Eletrosom não foi repentina. Em 2015, a empresa mineira já havia solicitado recuperação judicial diante do acúmulo de dívidas. À época, esse movimento visava permitir a renegociação com credores e evitar o encerramento das atividades. No entanto, o esforço não surtiu o efeito esperado.

Em 2023, um novo pedido de recuperação foi feito na Comarca de Monte Carmelo, sinalizando que a situação havia se agravado. As pendências financeiras ultrapassavam R$ 200 milhões, valor que se tornou impagável para a companhia, já fragilizada por um cenário de queda nas vendas, aumento da concorrência e dificuldades de adaptação ao mercado digital.

Encerramento em massa e demissões

Com o agravamento da crise, a Eletrosom começou a encerrar gradativamente suas atividades. As 240 lojas físicas espalhadas pelo país foram fechadas, resultando na demissão de aproximadamente 3 mil funcionários. O colapso da empresa causou impacto direto em dezenas de cidades, especialmente nas regiões em que ela representava um dos principais empregadores locais.

Durante seus anos de funcionamento, a varejista oferecia um portfólio variado, com produtos que iam desde móveis e eletrônicos até itens de informática. Aceitava diferentes formas de pagamento, incluindo boleto e cartões de crédito, tentando facilitar o consumo popular. Ainda assim, a inovação tecnológica e a crescente digitalização do comércio pesaram contra seu modelo de negócios tradicional.


Aumento expressivo nas recuperações judiciais no Brasil

Imagem de um martelo de juiz com diversos livros ao lado, na parte superior está escrito "Recuperação judicial"
Imagem: Zolnierek / Shutterstock.com – Edição: Seu Crédito Digital

Levantamento aponta tendência preocupante no mercado empresarial

O caso da Eletrosom não é isolado. Segundo dados divulgados pela consultoria RGF, o número de empresas que solicitaram recuperação judicial aumentou de forma consistente desde 2023. No segundo trimestre de 2024, 4.223 companhias estavam nesse processo, número que subiu para 4.408 no trimestre seguinte, com 185 novos pedidos registrados em apenas três meses.

Esse crescimento demonstra um cenário de fragilidade econômica que afeta principalmente empresas de médio porte e com modelos tradicionais de operação. A alta dos juros, a inflação persistente e as mudanças no perfil do consumidor têm exigido rápidas adaptações — o que muitas não conseguem acompanhar.


O contraste: mais empresas abertas, mas muitas também fecham

Ambientes desafiadores para novos e antigos empreendedores

Apesar do aumento nos pedidos de recuperação judicial, o Brasil também vem registrando a abertura de novas empresas. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, 93 mil novas empresas foram criadas ao longo de 2024. Contudo, 47 mil foram encerradas no mesmo período.

Esse contraste revela um mercado dinâmico, porém instável, no qual empreendedores tentam se firmar enquanto outros não resistem às pressões financeiras. A falência da Eletrosom, portanto, pode ser vista como um reflexo desse ambiente volátil e desafiador.


A lição deixada pela Eletrosom

O preço da falta de adaptação no varejo

O fim da Eletrosom serve de alerta para o varejo tradicional brasileiro. A empresa, que por muitos anos se destacou pela capilaridade e pelo atendimento popular, não conseguiu acompanhar a velocidade das transformações do setor. A ascensão do comércio eletrônico, a digitalização dos meios de pagamento e a personalização da experiência de compra tornaram-se diferenciais indispensáveis.

Empresas que não investem em tecnologia, logística e marketing digital perdem rapidamente espaço para concorrentes mais ágeis. O modelo de negócio da Eletrosom, baseado em lojas físicas em centros urbanos e pequenas cidades, perdeu força frente a grandes marketplaces e lojas virtuais que oferecem produtos similares com preços mais competitivos.


Considerações finais

Um fim anunciado, mas que ainda choca

A decretação da falência da Eletrosom era considerada iminente por especialistas do setor, mas ainda assim representa um marco no varejo nacional. Mais do que um encerramento de atividades, trata-se de um símbolo da transição de um modelo de negócio que funcionou durante décadas, mas que não conseguiu resistir às novas exigências do mercado.

Para consumidores, funcionários e fornecedores, restam os impactos diretos. Para o setor empresarial, fica a necessidade urgente de inovação e de atenção às tendências econômicas, tecnológicas e comportamentais.

Imagem: ADragan / Shutterstock.com

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