
Os brasileiros ainda têm uma fortuna esquecida em instituições financeiras. Segundo os dados mais recentes do Banco Central, mais de R$ 9 bilhões estão disponíveis para resgate por pessoas físicas e jurídicas em todo o país. A consulta pode ser feita online, de forma simples, e o dinheiro pode ser requisitado sem qualquer custo.
Panorama atual: bilhões ainda não foram resgatados

De acordo com balanço divulgado pelo Ministério da Fazenda, o montante total de valores esquecidos em contas bancárias, consórcios e outras fontes financeiras chega a R$ 9,024 bilhões. Isso inclui recursos de aproximadamente 48,6 milhões de CPFs e CNPJs que ainda não fizeram o resgate.
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O volume expressivo mostra que, apesar dos esforços do governo para divulgar a possibilidade de resgate, muitas pessoas ainda desconhecem ou negligenciam a existência desses valores.
Tesouro ainda não recebeu os recursos
A falta de movimentação oficial significa que os valores permanecem nos bancos e continuam acessíveis ao público. A transferência para o Tesouro Nacional, que marcaria o fim do acesso direto via sistema, ainda não foi iniciada.
Enquanto o edital não é publicado, todos os cidadãos que possuem valores esquecidos podem consultar e solicitar o resgate.
Como consultar se você tem dinheiro esquecido
Acesse o Sistema de Valores a Receber (SVR)
A consulta pode ser feita de forma gratuita no site oficial criado pelo Banco Central:
https://valoresareceber.bcb.gov.br
Passo a passo para consultar e resgatar:
- Acesse o site do SVR.
- Se houver valor a receber, o sistema indicará os próximos passos para resgate.
- O resgate será feito por transferência via Pix ou por solicitação à instituição financeira indicada.
Importante: Nunca acesse links enviados por terceiros. O Banco Central não envia mensagens via WhatsApp, SMS ou e-mail com links ou pedidos de informações pessoais.
Valores a receber: divisão entre pessoas físicas e jurídicas
Desde que o sistema foi criado, o Banco Central estima que cerca de R$ 9,7 bilhões já foram resgatados. Ainda assim, o valor restante é considerável:
- Pessoas físicas: R$ 6,8 bilhões a serem resgatados por 46,4 milhões de CPFs.
- Empresas: R$ 2,1 bilhões ainda estão vinculados a 4,2 milhões de CNPJs.
Essa divisão mostra que o esquecimento de valores não se restringe a pessoas físicas. Muitas empresas, inclusive inativas, também podem ter quantias consideráveis à disposição.
Por que esses valores foram esquecidos?
Fontes mais comuns dos valores esquecidos
Os valores disponíveis são provenientes de diversas fontes, como:
- Contas bancárias encerradas com saldo disponível.
- Tarifas cobradas indevidamente.
- Consórcios não resgatados.
- Cotas de capital de cooperativas de crédito.
- Recursos não reclamados em instituições em liquidação.
Muitas vezes, os valores são baixos, como centavos ou poucos reais. Ainda assim, há casos em que quantias significativas foram identificadas, especialmente entre empresas.
Impacto econômico e social

O dinheiro que pode ajudar na economia das famílias
Com a alta da inflação e o aumento do custo de vida, até pequenas quantias podem fazer diferença no orçamento dos brasileiros. O governo vê o resgate desses valores como uma forma de injetar recursos na economia de forma rápida e direta.
Além disso, o processo simples de consulta e resgate estimula a educação financeira e o cuidado com o histórico bancário dos cidadãos.
Governo ainda sem previsão para novo edital
Apesar da aprovação da lei que autoriza a transferência dos valores para o Tesouro Nacional, o governo federal ainda não anunciou uma data para a publicação do edital com as novas regras.
Enquanto isso, os recursos continuam disponíveis e podem ser solicitados normalmente pela população.
Perguntas frequentes
Há algum custo para resgatar o dinheiro?
Não. O serviço de consulta e resgate é totalmente gratuito.
Os valores esquecidos somem com o tempo?
Não. Os recursos permanecem disponíveis até que sejam resgatados ou transferidos ao Tesouro, conforme previsto na legislação. Mesmo valores antigos, de contas encerradas há anos, podem estar disponíveis.
O que acontece com os valores se o edital for publicado?
Se o edital for publicado, começa a contar o prazo de seis meses para que os titulares ou herdeiros façam o pedido judicial. Após esse período, os valores poderão ser transferidos ao Tesouro Nacional, encerrando a possibilidade de resgate direto.
Considerações finais
Apesar do fim do prazo inicial estipulado pela legislação, milhões de brasileiros ainda podem resgatar valores esquecidos junto a instituições financeiras. A permanência dos recursos disponíveis se deve à ausência da publicação do edital previsto pela Lei nº 14.973/2024, o que mantém o direito de consulta e saque intacto por tempo indeterminado.