Voz grave de Cid Moreira em narração da Bíblia marcou gerações

O tom grave da voz de Cid Moreira se confunde com a força do jornalista no imaginário popular brasileiro. E foi com a voz que ele também marcou gerações, ao se dedicar à narração de salmos bíblicos em CDs, que tiveram milhões de cópias vendidas.

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O jornalista que morreu aos 97 anos nesta quarta-feira (03) mergulhou na produção de conteúdo religioso na década de 1990, quando já era um consagrado apresentador na TV Globo. Segundo o Memória Globo, em 2011 Moreira deu mais um passo com o projeto, ao cumprir o objetivo de gravar a íntegra da Bíblia.

Uma trilha instrumental e suave abre cada episódio das séries. As voz de Cid Moreira já aparece logo no início, narrando em forte tom o nome do capítulo. A gravação continua com uma fala em tom interpretativo do narrador, capaz de levar o ouvinte para “dentro da cena” apenas pela formação sonora.

Após o anúncio da morte de Cid Moreira, internautas saudaram o projeto de áudio. “Várias vezes acordei com o meu pai colocando o CD em que o Cid narrava os salmos. Que ele descanse em paz”, escreveu uma usuária da rede social Bluesky.

Outros brincaram com a potência vocal do jornalista. “Me lembrei que eu tinha medo dele narrando os salmos no CD quando eu era criança. Eu até chorava”, relatou uma internauta.

Da rádio à TV: conheça a trajetória de Cid Moreira

Durante décadas, Moreira conciliou o projeto com a carreira jornalística. Ele marcou a história da profissão ao ser o primeiro apresentador do Jornal Nacional, da TV, em setembro de 1969. Moreira ficou à frente do telejornal durante 26 anos, quando foi substituído por William Bonner e Lillian Witte Fibe. Em seguida, ele dedicou-se à leitura de editoriais no programa.

O Memória Globo calcula que a voz marcante de Cid Moreira entoou o sonoro “boa noite” do programa aproximadamente 8.000 vezes durante as quase três décadas.

Filho do bibliotecário Isauro Moreira e da dona de casa Elza Moreira, Cid Moreira iniciou sua carreira como locutor em 1944, incentivado por amigos que admiravam suas imitações em eventos locais. Foi contratado pela Rádio Difusora de Taubaté, e, em 1949, se mudou para São Paulo, onde trabalhou na Rádio Bandeirantes e na Propago Publicidade.

Em 1951, transferiu-se para o Rio de Janeiro e passou a atuar na Rádio Mayrink Veiga, onde permaneceu até 1956. Nesse período, teve suas primeiras experiências na televisão, na TV Rio, apresentando comerciais ao vivo em programas como Além da Imaginação e Noite de Gala.

Sua estreia como locutor de noticiários ocorreu em 1963, no Jornal de Vanguarda, da TV Rio, sob a direção de Fernando Barbosa Lima. O telejornal contava com grandes nomes, como Sérgio Porto e Luís Jatobá. Em 1969, Cid foi contratado pela TV Globo para substituir Jatobá no Jornal da Globo e, ainda no mesmo ano, passou a integrar a equipe do Jornal Nacional, o primeiro telejornal transmitido em rede no Brasil. Ele dividiu a bancada com Hilton Gomes e, dois anos depois, iniciou uma longa parceria com Sérgio Chapelin.

Além do Jornal Nacional, Cid Moreira fez parte do Fantástico desde a sua estreia, em 1973, e, em 1999, narrou o popular quadro do ilusionista Mr. M, um dos maiores sucessos do programa.

Em 2015, Cid retornou à bancada do Jornal Nacional para um bloco especial em comemoração aos 50 anos da TV Globo, ao lado de seu antigo parceiro, Sérgio Chapelin.

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