Ministério Público apura vídeo com ataques racistas em BH

O MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) acompanha o caso do homem que teria gravado e divulgado, numa rede social, um vídeo com ataques racistas após receber reclamação de uma cliente negra no bar onde o ele trabalhava como garçom. O caso veio à tona no último final de semana.

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Segundo informações do órgão, divulgadas nesta segunda-feira (21), o promotor Allender Barreto Lima da Silva, responsável pela Coordenadoria Estadual de Combate ao Racismo e Todas as Outras Formas de Discriminação, instaurou uma notícia de fato, procedimento que antecede inquéritos. O promotor também pediu que a Polícia Civil acompanhe a ocorrência.

Silva designou a 18ª Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos, Igualdade Racial, apoio comunitário e Fiscalização da Atividade Policial para acompanhar o caso.

As imagens chamaram a atenção de internautas e de autoridades após serem publicadas na internet. Segundo a gerência do Bar dos Amigos, o homem que aparece na gravação é Alessandro de Oliveira Pereira, de 36 anos, ex-funcionário da unidade do bairro Universitário, na região da Pampulha. Ele foi demitido após a administração do bar ter acesso ao vídeo.

Na gravação, o homem se refere a uma cliente que teria reclamado de um copo do estabelecimento. “Trabalhar em bar não é fácil não, tem que aturar cada uma. Maldita Princesa Isabel que assinou a Lei Áurea pra acabar com a escravidão. Preto tem que entrar no chicote e no tronco mesmo. Não tem conversa não. Não sei se preto tem razão pra reclamar de copo, tem que tomar água do vaso. Eu tinha que ter vivido na época dos barões, cortar essa raça no chicote”, diz no registro. 

Conforme apurado pelo BHAZ, Pereira responde a processos por violência doméstica, estelionato, ameaça/agressão. Uma denúncia do MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) o acusa de aplicar golpes em ao menos 15 pessoas, oferecendo falso suporte para mudanças para os Estados Unidos, cobrando de R$ 30 mil a R$ 100 mil. Segundo a acusação, ele desaparecia após receber o pagamento.

Um relatório da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais) indica que Pereira é considerado foragido. Ele teve quatro passagens pelo sistema prisional mineiro. Na última, ganhou o benefício de saída temporária, mas não retornou à prisão. Veja os períodos em que Alessandro Pereira ficou preso:

  • De 12/7/2017 a 3/8/2017 – Alvará de soltura concedido pela Justiça.
  • De 25/1/2018 a 8/8/2019 – Alvará de soltura concedido pela Justiça.
  • De 8/9/2022 a 9/9/2022 – Alvará de soltura concedido pela Justiça.
  • De 22/9/2022 a 26/3/2024 – Teve benefício de saída temporária concedido pela Justiça e não retornou no prazo determinado; sendo registrado como fuga por abuso de confiança

A reportagem tenta contato com a defesa do suspeito.

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