Dólar comercial fecha em leve queda: Entenda os motivos

Dólar

O mercado de câmbio no Brasil e no mundo vem enfrentando semanas de forte volatilidade, com o dólar oscilando de acordo com fatores internos e externos. No fechamento de ontem (23/10), o dólar comercial registrou uma leve queda de 0,06%, encerrando o dia cotado a R$ 5,6934. Durante o dia, a moeda americana chegou a atingir R$ 5,7334 na máxima.

A queda moderada do dólar foi resultado de uma combinação de fatores globais e locais, incluindo a política monetária dos Estados Unidos e as incertezas políticas nas eleições norte-americanas. Vamos explorar esses fatores em detalhes.

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A influência do Federal Reserve (Fed)

Expectativas sobre a política de juros

O Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, tem desempenhado um papel crucial na recente valorização do dólar.

Os investidores estão atentos às decisões do Fed, que pode ajustar as taxas de juros em resposta à inflação e ao crescimento econômico dos EUA.

Nas últimas semanas, sinais de que o Fed pode adotar cortes de juros menos agressivos do que o esperado aumentaram o apelo da moeda americana, sustentando sua força no mercado global.

Impacto no mercado brasileiro

Com os rendimentos dos títulos americanos subindo devido à política de juros do Fed, há um fluxo de capital de volta para os EUA, o que pressiona a taxa de câmbio no Brasil.

Investidores estrangeiros tendem a retirar recursos de países emergentes, como o Brasil, para buscar maior segurança e rentabilidade nos títulos do Tesouro americano, elevando a cotação do dólar por aqui.

Dólares
Imagem: rafastockbr / shutterstock.com

Incertezas nas Eleições dos EUA

A ascensão de Donald Trump

Outro fator que influencia o comportamento do dólar é o cenário político nos EUA, especialmente as eleições presidenciais de 2024. As chances de uma vitória de Donald Trump, candidato do Partido Republicano, parecem ter crescido nas últimas semanas, o que traz incertezas ao mercado.

Tradicionalmente, períodos eleitorais nos EUA são marcados por maior volatilidade, dado o impacto que a escolha do presidente pode ter na política econômica e externa do país.

Repercussão no Brasil

A possibilidade de uma vitória republicana gera expectativa sobre como serão as futuras relações comerciais e diplomáticas entre Brasil e EUA. Dependendo do resultado eleitoral, pode haver impactos diretos nas exportações brasileiras, o que influencia a taxa de câmbio no país.

Um governo mais protecionista, por exemplo, pode limitar a entrada de produtos brasileiros no mercado norte-americano, afetando negativamente o saldo da balança comercial e pressionando o dólar.

Dólar comercial x dólar turismo

Diferenças entre as cotações

Enquanto o dólar comercial fechou o dia em R$ 5,6934, o dólar turismo foi negociado entre R$ 5,694 e R$ 5,874. Essa diferença é comum, já que o dólar turismo inclui uma série de custos adicionais, como impostos e margem de lucro das casas de câmbio.

A demanda por dólar turismo

Nos últimos meses, a procura por dólar turismo tem se mantido elevada, refletindo uma demanda contínua por viagens internacionais e remessas pessoais.

A diferença de cotação em relação ao dólar comercial pode ser explicada também pela volatilidade cambial e pelo aumento da demanda em momentos de incerteza econômica.

Intervenções do Banco Central

Leilões de Swap Cambial

No cenário interno, o Banco Central do Brasil tem agido para suavizar a volatilidade cambial por meio de leilões de swap cambial. Esses leilões têm como objetivo fornecer liquidez ao mercado e proteger a moeda brasileira contra grandes oscilações.

No dia 23 de outubro, o Banco Central realizou operações de rolagem de contratos de swap cambial com vencimento em dezembro, o que ajudou a estabilizar a taxa de câmbio no curto prazo.

Resultados das intervenções

As intervenções do Banco Central têm sido vistas como uma ferramenta eficaz para reduzir a volatilidade, mas também levantam preocupações sobre a capacidade da autoridade monetária em controlar a alta do dólar a longo prazo.

O sucesso dessas intervenções depende, em grande medida, do comportamento do mercado externo e das expectativas econômicas no Brasil.

Cenário econômico interno

Incertezas fiscais

No Brasil, as incertezas fiscais continuam sendo um dos principais fatores que pressionam o dólar para cima. A trajetória do déficit público e a sustentabilidade da dívida pública são aspectos que preocupam os investidores.

Um cenário de maior endividamento público tende a depreciar o real, já que aumenta o risco percebido pelos investidores.

Crescimento econômico e inflação

O crescimento econômico no Brasil tem sido moderado, com setores importantes, como a indústria e o agronegócio, enfrentando desafios.

Além disso, a inflação se mantém em um patamar elevado, o que dificulta o controle da política monetária pelo Banco Central. Esses fatores, somados à incerteza fiscal, contribuem para a pressão cambial.

Imagem de notas de dólar com arte de gráficos de investimentos
Imagem: RHJPhtotos e Sittipong Phokawattana / Shutterstock.com – Edição: Seu Crédito Digital

O que esperar do dólar nos próximos meses?

A trajetória do dólar nos próximos meses dependerá de uma série de fatores, tanto internos quanto externos. As decisões do Federal Reserve sobre a política de juros continuarão a influenciar o mercado cambial, assim como o desfecho das eleições presidenciais nos Estados Unidos.

No Brasil, a questão fiscal e as medidas econômicas adotadas pelo governo para conter a inflação e estimular o crescimento serão determinantes para a cotação do dólar.

Investidores e empresas devem se preparar para um cenário de volatilidade persistente, ajustando suas estratégias de hedge cambial e monitorando atentamente as decisões de política econômica tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

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