Saiba o que é a demência do pugilista, doença que matou Maguila

O lutador de boxe Adilson Maguila morreu nesta quinta-feira (24), aos 66 anos, vítima de encefalopatia traumática crônica (ETC), também conhecida como demência pugilística. O lutador foi diagnosticado com a doença neurodegenerativa, provocada por repetitivos golpes na cabeça, em 2013.

Além de Maguila, outros boxeadores famosos, como Éder Jofre e Muhammad Ali, e o zagueiro Bellini, campeão da Copa do Mundo de 1958 com o Brasil, foram acometidos pela doença.

Segundo o médico, professor da Universidade de São Paulo (USP), Vitor Tumas, a demência do pugilista é o estágio final de uma doença crônica, progressiva e irreversível, caracterizada por uma alteração neurológica que ocorre pelo acúmulo de traumas cerebrais repetitivos. Por isso, é mais frequente que lutadores profissionais recebam o diagnóstico.

Entre os sintomas gerais provocados pela doença estão tonturas e dores de cabeça crônica. O paciente pode apresentar perda de memória e dificuldade de raciocínio, além de problemas motores como rigidez dos músculos, lentidão, alterações na fala e desiquilíbrio.

As alterações motoras também podem se acentuar, se transformando em um quadro parkinsoniano, e na parte psiquiátrica, com agressividade, depressão, ansiedade, paranoia, impulsividade e agressividade.

Maguila vai doar cérebro para pesquisa

O primeiro diagnóstico de Maguila foi Mal de Alzheimer, doença progressiva que destrói as funções cerebrais, em 2010. Na época, o boxeador tinha sintomas de esquecimento considerados normais, perdendo as chaves e a carteira. Porém, a situação se tornou mais grave e perigosa, pois ele passou a esquecer o caminho de casa e não conseguia retornar.

Outro fator que chamou atenção foi a agressividade repentina, o que fez a esposa dele, Irani Pinheiro, procurar ajuda dos médicos. Três anos depois, o lutador foi diagnosticado com a demência pugilística. Depois do consentimento da família, em 2018, Maguila concordou em doar o cérebro para pesquisa após sua morte.

Nos últimos anos, o ex-boxeador passou a morar em um centro terapêutico, localizado em Itu, no interior paulista.

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