“Existe uma preocupação dos trabalhadores”; sindicato se posiciona sobre pedido de falência da Teka

Em entrevista ao jornal O Município Blumenau, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem (Sintrafite) se posicionou sobre o pedido de falência continuada do administrador judicial da empresa têxtil Teka.

“Existe uma preocupação muito grande por parte do sindicato e dos próprios trabalhadores. Eles temem com qual é o seu futuro porque, na verdade, não tem absolutamente nada garantido”, expressa Carlos Maske, presidente da Sintrafite.

O sindicato afirma que são mais de mil empregos que a empresa dispõe em Blumenau e, por isso, estão muito atentos à situação. Maske explica que os trabalhadores serão reunidos para conversar sobre a petição e os possíveis desdobramentos do processo. 

O Sintrafite afirma que os próximos passos serão para acompanhar o processo com atenção e manter os trabalhadores informados de seus direitos, salários e fundos de garantia. O sindicato lembra que o processo continua tramitando e depende do Ministério Público e da decisão do próprio juiz.

Conforme o Sintrafite, atualmente, não há situações de atraso no pagamento de salários. “Os salários e os fundos de garantia estão sendo pagos em dia, mas existem muitas pendências de quando houve o pedido da recuperação judicial”, reitera.

Maske cita que, há anos, houve casos de atraso no pagamento de salários, fundos de garantia, assim como “trabalhadores que foram demitidos há 13 anos e que nunca receberam um centavo sequer da Teka”. “É um processo que se arrasta há muitos anos, é inaceitável”, destaca. 

“Qualquer desrespeito aos direitos dos trabalhadores, nós vamos parar a fábrica, exigir que se cumpra a legislação e que se garanta os direitos dos trabalhadores. Então, isso a gente não vai aceitar de maneira nenhuma, isso nós vamos deixar muito claro com os trabalhadores”, finaliza o presidente do sindicato.

Saiba mais sobre pedido de falência continuada

Desde 2012, a gigante empresa têxtil Teka Tecelagem Kuehnrich passa por um processo de recuperação judicial e, na tarde desta quarta-feira, 5, a administração judicial da companhia pediu pela falência com a continuação das atividades.

A petição da Leiria & Cascaes Administração Judicial, que representa a Teka, foi apresentada à Justiça é de que a recuperação judicial, que completará 13 anos de andamento, seja convertida em uma “falência continuada”. Portanto, a empresa seguiria em funcionamento e operando, com os empregos mantidos, mas o patrimônio seria liquidado para pagar os credores.

A Teka é uma tradicional empresa têxtil do Brasil, com unidades em Blumenau. Mesmo assim, a administração judicial apresentou a solicitação de falência por conta das dificuldades financeiras, como dívidas bilionárias, e operacionais que a companhia apresentava.

A solicitação ainda será analisada pela Vara Regional de Falências, Recuperação Judicial e Extrajudicial de Jaraguá do Sul. Até uma decisão, a empresa têxtil seguirá em operação com limitações financeiras e operacionais.

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