Minha Casa, Minha Vida: Governo prorroga prazo para contratação de 112 mil imóveis

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O Ministério das Cidades anunciou recentemente a prorrogação do prazo para a contratação de 112 mil imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV). A decisão, que afeta tanto a Faixa 1 do programa quanto as modalidades MCMV-Entidades e MCMV-Rural, visa garantir mais tempo para o andamento das negociações e solucionar questões administrativas.

O adiamento, que é o segundo desde o anúncio inicial, teve como justificativa problemas burocráticos enfrentados por entidades que integram movimentos sociais e povos tradicionais. O impacto dessa decisão é significativo, pois afeta milhares de famílias em situação de vulnerabilidade social, aguardando há meses por suas moradias.

O que motivou a prorrogação?

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Imagem: Fernando Frazão / Agência Brasil

Problemas burocráticos e o CadÚnico

De acordo com o Ministério das Cidades, o motivo principal para o adiamento é a dificuldade que algumas entidades enfrentaram para cadastrar os beneficiários no Cadastro Único (CadÚnico). A pasta explicou que as eleições municipais de 2024 acabaram interferindo no processo, atrasando o andamento das etapas necessárias para a contratação dos imóveis. Esse atraso burocrático impediu que os pedidos fossem concluídos dentro do prazo estabelecido inicialmente.

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Impacto nas faixas de renda mais baixa

O novo adiamento atinge diretamente a Faixa 1 do programa, voltada para famílias de renda mais baixa. Essa faixa é subdividida em duas modalidades: MCMV-Entidades e MCMV-Rural. O MCMV-Entidades se destina a famílias organizadas em movimentos de moradia urbana, enquanto o MCMV-Rural atende famílias de agricultores familiares, indígenas, quilombolas e outros povos tradicionais.

A trajetória do programa e os prazos anteriores

Primeira prorrogação e as expectativas iniciais

O pacote de 112 mil imóveis foi inicialmente anunciado por Lula em abril de 2024, com a previsão de que as contratações seriam realizadas em até 180 dias, ou seja, até outubro daquele ano. No entanto, problemas administrativos e as eleições municipais acabaram adiando os prazos, levando a um novo anúncio de prorrogação. Em outubro de 2024, o governo prorrogou o prazo por mais 120 dias, até a última terça-feira (4 de fevereiro de 2025), quando a situação foi novamente reavaliada.

Segunda prorrogação e o novo prazo

Com o novo adiamento, a contratação dos imóveis poderá ser realizada até o início de junho de 2025. Esse novo prazo traz uma expectativa de que, finalmente, as famílias que aguardam por essas moradias sejam atendidas, embora o processo esteja se arrastando por mais tempo do que o inicialmente planejado.

O estado atual das contratações

Quantidade de imóveis contratados até agora

Até o momento, o governo liberou um total de 37,4 mil imóveis da linha MCMV-Rural, o que representa metade dos 75 mil imóveis inicialmente previstos. Já a linha MCMV-Entidades teve 12,4 mil imóveis autorizados, cerca de um terço dos 37 mil estabelecidos. No entanto, é importante destacar que a liberação desses imóveis não significa que a construção de fato será iniciada, pois a assinatura dos contratos depende da Caixa Econômica Federal, que ainda precisa concluir os trâmites necessários para o avanço das obras.

Número de pessoas esperando por moradias

A retomada do Minha Casa, Minha Vida, em 2023, foi acompanhada de perto por movimentos sociais, com a previsão de beneficiar cerca de 300 mil pessoas na linha MCMV-Rural e 148 mil pessoas na linha MCMV-Entidades. No entanto, até agora, menos de metade das contratações foram concluídas, deixando cerca de 450 mil pessoas na espera por suas moradias. Esse número de pessoas aguardando por uma solução habitacional reflete a enorme demanda por imóveis dentro do programa.

Reações dos movimentos sociais

Protestos e manifestações

Na semana passada, movimentos sociais pressionaram o governo federal por mais agilidade nas contratações. A União Nacional por Moradia Popular (UNMP), que reúne diversas entidades ligadas ao movimento de moradia, organizou protestos em frente a agências da Caixa Econômica Federal em 11 capitais do Brasil. Os protestos aconteceram no dia 28 de janeiro de 2025, e no dia 30, líderes do movimento se reuniram com representantes do governo no Palácio do Planalto para cobrar uma resposta mais rápida do governo quanto à liberação das moradias.

A expectativa das entidades

Representantes da UNMP destacaram que, embora compreendam as dificuldades burocráticas, a prorrogação sucessiva dos prazos tem gerado um grande impacto nas famílias que já enfrentam dificuldades para acessar condições dignas de moradia. As entidades pedem que o governo federal dê um impulso ao processo e que a assinatura dos contratos seja acelerada, para que as famílias possam finalmente ter acesso aos imóveis prometidos.

O que diz o governo sobre os próximos passos?

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Imagem: Inspiration GP / shutterstock.com – Edição: Seu Crédito Digital

O Ministério das Cidades afirmou que as análises das propostas estão em “estágio avançado” e que o novo prazo de prorrogação permitirá contemplar o maior número possível de solicitações. O ministério também destacou que está em contato constante com as entidades para resolver as questões administrativas e garantir que o programa atenda às necessidades habitacionais da população de baixa renda.

Em entrevista à imprensa, representantes do governo ressaltaram o compromisso do presidente Lula com a promoção da moradia digna para as famílias mais vulneráveis do país. O governo também se comprometeu a trabalhar para resolver as pendências burocráticas o mais rápido possível, a fim de evitar novos adiamentos.

Considerações finais

A prorrogação do prazo para a contratação dos imóveis do programa Minha Casa, Minha Vida reflete as dificuldades administrativas enfrentadas pelo governo e pelos movimentos sociais. Embora a medida tenha sido necessária para garantir que as famílias atendidas recebam as moradias prometidas, a demora no processo gerou frustração entre aqueles que aguardam há meses por uma solução habitacional.

Com o novo prazo estipulado para junho de 2025, resta agora acompanhar o andamento das negociações e torcer para que, finalmente, as moradias sejam entregues às famílias que mais precisam.

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