Milhares de segurados prejudicados! Descubra se você foi afetado pelas negativas indevidas do INSS!

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O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) adote medidas urgentes para corrigir falhas sistêmicas na análise de pedidos de benefícios previdenciários. A medida decorre de uma auditoria realizada pelo programa Supertec (Supervisão Técnica de Benefícios), que identificou um número alarmante de indeferimentos incorretos entre 2023 e o primeiro trimestre de 2025.

Segundo o TCU, milhões de brasileiros podem ter sido prejudicados por erros tanto manuais quanto automáticos nas análises de seus pedidos, agravando a espera por auxílio financeiro e sobrecarregando o sistema com recursos administrativos e ações judiciais.

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FALHAS EM SÉRIE: NÚMEROS PREOCUPANTES NA ANÁLISE DE BENEFÍCIOS

Erros manuais em 2023

Somente em 2023, estima-se que entre 250 mil e 290 mil benefícios foram indeferidos manualmente sem justificativa válida. A taxa de erro nos indeferimentos manuais chegou a 13,2%, o que representa até 2,2 milhões de decisões equivocadas, considerando o volume total de pedidos recebidos, que variou entre 14,4 milhões e 16,8 milhões.

Persistência do problema em 2024 e 2025

A auditoria mostrou que o problema persistiu nos anos seguintes. Até março de 2025, o sistema registrou 16,8 milhões de pedidos, dos quais 10,94% dos indeferimentos automáticos apresentaram falhas.

Como metade dos processos é realizada de forma automatizada, cerca de 100 mil benefícios podem ter sido recusados de forma incorreta apenas por sistemas computacionais.

PRESSA NA ANÁLISE E FALTA DE QUALIDADE PREJUDICAM SEGURADOS

Avaliação baseada em quantidade, não em qualidade

Segundo o ministro Aroldo Cedraz, relator do caso no TCU, um dos principais problemas está no modelo de avaliação dos servidores do INSS, que prioriza a quantidade de processos analisados. Essa métrica acaba estimulando negativas rápidas, muitas vezes sem a devida análise da documentação.

“O servidor tem incentivo para indeferir rapidamente, e não para analisar com profundidade”, destacou Cedraz.

FALTA DE TRANSPARÊNCIA E FALHAS NA COMUNICAÇÃO

Benefícios indeferidos sem explicações claras

De acordo com a advogada Simone Lopes, especialista em Direito Previdenciário, há falhas graves na comunicação com o segurado, especialmente quando os pedidos são negados.

“Muitos benefícios são indeferidos sem qualquer explicação compreensível. Isso dificulta o recurso e prolonga o tempo de espera de quem precisa do valor para sobreviver”, explica.

INCONSISTÊNCIA NO CNIS É UM DOS MAIORES VILÕES

O que é o CNIS e como ele afeta o resultado

O Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) é a base de dados que reúne o histórico de contribuições de cada trabalhador. Quando há informações faltantes ou divergentes, o pedido pode ser negado indevidamente.

“Muitos segurados têm seus benefícios negados por problemas no CNIS, mesmo tendo direito”, alerta Simone Lopes.

ORIENTAÇÕES PRÁTICAS PARA OS SEGURADOS DO INSS

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1. Verificar o CNIS

O primeiro passo para evitar problemas é revisar atentamente o CNIS:

  • Conferir se todos os períodos de contribuição estão corretamente registrados;
  • Verificar vínculos empregatícios com base na carteira de trabalho;
  • Comparar os salários de contribuição com os holerites e guias de recolhimento.

“Qualquer divergência deve ser corrigida antes da solicitação do benefício”, explica o advogado João Badari.

2. Reunir todos os documentos

Os segurados devem reunir documentos atualizados e completos:

  • Contratos de trabalho;
  • Guias de recolhimento do INSS;
  • Holerites;
  • Atestados médicos, quando necessário.

3. Apresentar recurso, se necessário

Caso o pedido seja negado:

  • Apresente recurso administrativo no próprio INSS;
  • Busque apoio jurídico especializado caso não tenha resposta satisfatória ou enfrente nova negativa.

NOVAS MEDIDAS DETERMINADAS PELO TCU AO INSS

Diante da gravidade da situação, o TCU exigiu que o INSS implemente mudanças estruturais para melhorar o processamento dos pedidos. Entre as medidas estão:

Mecanismos proativos de correção de erros

  • Sistemas que alertem sobre inconsistências antes do indeferimento;
  • Verificações mais rígidas e inteligentes nos dados dos segurados.

Inteligência artificial para evitar falhas simples

  • Ferramentas para identificar erros básicos automaticamente, como CPF incorreto, ausência de vínculos ou datas inválidas.

Mudança no modelo de avaliação dos servidores

  • Substituição da lógica baseada em volume por critérios de qualidade na análise dos processos.

Treinamento contínuo dos servidores

  • Capacitação para melhorar:
    • Análise de documentos;
    • Comunicação com os segurados;
    • Detecção de irregularidades nos sistemas.

PROBLEMAS RECORRENTES NA DOCUMENTAÇÃO

Atestado médico incompleto

Segundo o advogado Ruslan Stuchi, um dos erros mais comuns é a apresentação de atestados médicos incompletos ou mal preenchidos. Para serem aceitos, os atestados devem conter:

  • Diagnóstico ou CID (Código Internacional de Doenças);
  • Assinatura e carimbo do profissional;
  • Prazo estimado de afastamento;
  • Estar legível e sem rasuras.

Falhas no PPP

Para comprovar trabalho em condições insalubres, o Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) é fundamental. João Badari alerta:

“É obrigação da empresa fornecer esse documento. Se a empresa não existir mais, é possível localizar os responsáveis através da Receita Federal e da Junta Comercial.”

ADVOGADOS RECOMENDAM REVISÃO COMPLETA DOS DADOS

Marco Aurélio Serau Júnior, advogado especialista em Direito Previdenciário, reforça a importância da análise completa do CNIS por um profissional qualificado. O especialista pode:

  • Identificar falhas;
  • Solicitar correções administrativas;
  • Propor ação judicial, se necessário.

O CIDADÃO PRECISA ESTAR PREPARADO

Concurso TCU pé-de-meia
Reprodução: Seu Crédito Digital/Freepik

As falhas identificadas pelo TCU mostram que milhares de brasileiros foram prejudicados por erros evitáveis no sistema previdenciário. A boa notícia é que o órgão está exigindo mudanças concretas do INSS, que precisarão ser implementadas com urgência.

Enquanto isso, os segurados devem:

  • Verificar seus dados no CNIS com frequência;
  • Organizar a documentação com atenção aos detalhes;
  • Recorrer com base legal quando houver indeferimento indevido;
  • Buscar orientação profissional especializada para evitar erros e agilizar o acesso aos seus direitos.

Com informação e preparo, é possível enfrentar a burocracia e garantir um processo mais justo e eficiente na concessão de aposentadorias e benefícios previdenciários.

Imagem: Freepik/Edição: Seu Crédito Digital

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