Sonho de ter a casa própria está mais difícil para o brasileiro; entenda

Mãos segurando chaves classe média e uma miniatura de casa.

Comprar um imóvel residencial ficou, em média, 7,73% mais caro em 2024, conforme dados divulgados pelo Índice FipeZAP.

Essa foi a maior variação anual desde 2013, quando os preços subiram 13,74%. O aumento supera a inflação projetada para o ano, de 4,64%, e reflete um aumento real de 3,09%, quando ajustado pela inflação.

A alta nos preços dos imóveis é um reflexo de diversos fatores econômicos que têm influenciado o mercado imobiliário brasileiro. O crescimento da economia e o bom desempenho do mercado de trabalho são pontos que contribuem para essa elevação nos valores.

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Economia em alta e impacto no mercado imobiliário

Imagem de uma oportunidade casa em miniatura ao lodo de uma pilha de moedas
Imagem: Andrey_Popov/shutterstock.com

Paula Reis, economista do DataZAP, aponta que a recente alta nos preços dos imóveis está diretamente ligada à recuperação econômica do Brasil.

A taxa de desemprego, por exemplo, atingiu 6,1% no trimestre encerrado em novembro de 2024, a menor da série histórica iniciada em 2012. Isso indica uma melhoria significativa no mercado de trabalho, o que impacta diretamente no aumento da demanda por imóveis.

Além disso, o Brasil tem visto uma expansão na concessão de crédito, especialmente nos segmentos de imóveis populares e de médio padrão.

Isso tem facilitado o acesso ao financiamento para muitas famílias, embora a valorização dos imóveis também tenha dificultado a compra para quem já enfrenta dificuldades financeiras.

O PIB também supera expectativas

Outro fator que impacta o aumento dos preços dos imóveis é o crescimento econômico do Brasil. O Produto Interno Bruto (PIB) superou as expectativas iniciais, com uma previsão de crescimento de 1,7% para 2024.

No entanto, agora se espera um crescimento mais robusto, de cerca de 3,5%. Esse crescimento impulsiona diversos setores da economia, incluindo o imobiliário, tornando o cenário ainda mais desafiador para aqueles que desejam adquirir sua casa própria.

Cidades e capitais: variações de preços

Obra imóvel
Imagem: Reprodução/Shutterstock

O FipeZAP acompanha o preço médio dos imóveis em 56 cidades brasileiras. Entre as capitais, os maiores aumentos ocorreram em Curitiba (18%), Salvador (16,38%), João Pessoa (15,54%) e Aracaju (13,79%). Curiosamente, a única cidade que registrou queda nos preços foi Santa Maria (RS), com uma redução de 1,5%.

Curitiba se destacou como a cidade que lidera o ranking geral de valorização dos imóveis, com uma expressiva alta no valor do metro quadrado. Esses aumentos refletem o crescente interesse em diversas regiões e a recuperação econômica de muitas dessas localidades.

Preço médio do metro quadrado nas capitais

Em dezembro de 2024, o preço médio de venda de imóveis residenciais foi de R$ 9.366 por metro quadrado, o que representa cerca de R$ 468 mil para um apartamento de 50 metros quadrados. Essa variação é notável, especialmente quando comparamos os preços entre diferentes cidades e tipos de imóvel.

Nas capitais, as diferenças são ainda mais pronunciadas. Vitória (ES) lidera com o metro quadrado mais caro, custando R$ 12.287. Florianópolis (R$ 11.766) e São Paulo (R$ 11.374) também figuram entre as cidades com os preços mais elevados.

Por outro lado, Betim (MG) aparece como a cidade com o metro quadrado mais barato, com um valor médio de R$ 4.280.

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