Embaixadora do Brasil na Venezuela comparece à posse de Maduro em Caracas


Governo brasileiro não reconheceu oficialmente vitória de Maduro nem da oposição. Diplomacia decidiu manter canal aberto com regime venezuelano. Gilvânia Maria de Oliveira, embaixadora na Venezuela.
Edilson Rodrigues/Agência Senado
A embaixadora do Brasil na Venezuela, Glivânia Maria de Oliveira, compareceu nesta sexta-feira (10), em Caracas, à cerimônia de posse de Nicolás Maduro para seu terceiro mandato como presidente venezuelano.
A cerimônia aconteceu na Assembleia Nacional, e Maduro prestou juramento à Constituição homenageando o ex-presidente Hugo Chávez, que morreu em 2013.
Nicolás Maduro toma posse neste momento na Venezuela
Embora o Conselho Nacional Eleitoral e a Suprema Corte venezuelana tenham proclamado a vitória de Maduro, a oposição, organismos internacionais e outros países alegam que houve fraude no processo eleitoral de 2024 e reconhecem Edmundo González como presidente legítimo.
Segundo a oposição, a divulgação das atas eleitorais demonstraria a vitória de González. A Suprema Corte do país, entretanto, alinhada a Maduro, proibiu a divulgação dessas atas.
Oficialmente, o Brasil não reconheceu a vitória de Maduro nem a vitória da oposição. O presidente Lula, por sua vez, a exemplo de outros líderes internacionais, tem cobrado a divulgação das atas.
Essa postura, diferente da que o presidente vinha adotando até então, levou a um distanciamento da relação política entre Lula e Maduro, gerando consequências diplomáticas. O embaixador em Brasília, por exemplo, foi chamado de volta a Caracas.
Além disso, o próprio Maduro passou a divulgar mentiras sobre o processo eleitoral brasileiro.
Da parte brasileira, segundo integrantes do governo ouvidos pela GloboNews, mesmo assim, o Brasil não irá romper as relações diplomáticas com a Venezuela; não irá fechar a embaixada em Caracas; e não chamará de volta a embaixadora.
O entendimento, segundo relatos, é que o Brasil precisa manter o pragmatismo, isto é, manter aberto o canal de diálogo com a Venezuela em razão, por exemplo, do fato de que crises no país podem gerar impacto direto no Brasil, a exemplo da questão migratória.
Conversas sobre envio de representante
Relatos obtidos pela GloboNews dão conta que desde 2023 o governo brasileiro já havia decidido que, se alguém fosse representar o Brasil na posse, seria a embaixadora Glivânia Maria de Oliveira, não o presidente Lula.
Essa presença, porém, chegou a ser reavaliada diante de denúncias de que Maria Corina Machado, uma das lideranças da oposição, havia sido presa e, depois, solta.
Entretanto, a decisão do governo brasileiro foi manter a ida da embaixadora em Caracas à cerimônia.
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