DREX: veja como a nova moeda digital vai tornar os pagamentos mais transparentes

O Governo Federal anunciou planos para implementar, a partir de 2027, o Drex, a versão digital do real, também conhecida como real digital. Regulada pelo Banco Central (Bacen), a nova moeda é baseada em tecnologia de registro distribuído (DLT) e terá o mesmo valor do real físico. Com promessas de democratizar o acesso a serviços financeiros inteligentes e tornar as transações mais seguras e eficientes, o Drex também levanta debates sobre privacidade e transparência.

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O que é o Drex?

O Drex é a versão digital do real, desenvolvida pelo Banco Central, com a proposta de modernizar o sistema financeiro brasileiro. Diferente das criptomoedas descentralizadas, como o Bitcoin, o Drex será uma moeda centralizada e regulamentada, vinculada diretamente ao Bacen.

Principais características do Drex:

• Valor equivalente ao real físico: Cada Drex valerá o mesmo que um real tradicional.
• Tecnologia DLT: O uso de tecnologia de registro distribuído garante maior segurança e rastreabilidade das transações.
• Integração ao sistema financeiro nacional: O Drex será utilizado em transações que hoje dependem de reais físicos ou eletrônicos.

Objetivos do Drex

A criação do Drex busca alinhar o Brasil às tendências globais de modernização econômica. Entre os principais objetivos estão:

1. Democratizar o acesso a serviços financeiros

Com o Drex, será mais fácil acessar serviços financeiros avançados, como contratos inteligentes e financiamentos automatizados.

2. Facilitar transações complexas

O Drex permitirá a realização de transações que exigem maior segurança e agilidade, como a compra de imóveis, por meio de contratos digitais automatizados.

3. Aumentar a eficiência do sistema financeiro

A moeda digital promete reduzir custos operacionais e aumentar a transparência nas transações financeiras.

Impacto do Drex nas transações financeiras

Segundo o advogado Ariel Franco, em entrevista ao JM News 1, a implementação do Drex permitirá que o sistema financeiro rastreie todas as movimentações financeiras em tempo real.

“Os dados de tudo o que recebemos e gastamos serão automaticamente transmitidos ao Governo. Isso inclui valores, locais e formas de gasto”, explicou o advogado.

Esse rastreamento integral trará implicações significativas para a economia brasileira:

Vantagens:

• Transparência: Redução de fraudes e aumento na eficiência fiscal.
• Modernização: Inclusão de tecnologias inovadoras para simplificar transações.

Desafios:

• Privacidade: Riscos de invasão de dados e necessidade de adequação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
• Adaptação: Empresas e cidadãos precisarão se ajustar às novas tecnologias.

Como o Drex funcionará no dia a dia

Com a implementação do Drex, as transações financeiras, como compras online e pagamentos, passarão a ser realizadas exclusivamente por meio da moeda digital.

Exemplo de uso:

• Compra de imóveis: Um contrato inteligente baseado no Drex automatizará o pagamento e a transferência de propriedade, eliminando intermediários e reduzindo custos.
• Pagamentos cotidianos: Estabelecimentos e plataformas digitais deverão adaptar seus sistemas para aceitar o Drex.

Comparação com o Pix

Embora o Pix tenha revolucionado as transferências bancárias no Brasil, o Drex promete ser ainda mais abrangente.

O Drex, segundo especialistas, representa um avanço em relação ao Pix, oferecendo maior segurança e funcionalidades adicionais.

Debates sobre privacidade e transparência

A capacidade do Drex de rastrear todas as transações financeiras em tempo real levantou preocupações entre especialistas e legisladores.

Opinião de especialistas

O senador Carlos Portinho destacou a necessidade de adequar o Drex à LGPD para garantir a segurança dos usuários:

“A implementação do Drex deve ser feita de forma que respeite a privacidade dos cidadãos e proteja os dados financeiros.”

Posições do Banco Central

O Bacen, por sua vez, defende a tecnologia como um marco de modernização econômica e assegura que as transações serão realizadas de forma segura e transparente.

Implementação do Drex: etapas e cronograma

A implementação do Drex será realizada em etapas, garantindo que o sistema esteja totalmente funcional até 2027.

Cronograma:

1. 2025: Testes iniciais com transações piloto.
2. 2026: Expansão para empresas e instituições financeiras.
3. 2027: Lançamento oficial para o público geral.

Benefícios esperados com o Drex

Para cidadãos:

• Maior acesso a serviços financeiros: Inclusão de públicos que hoje enfrentam dificuldades no acesso ao crédito.
• Redução de custos: Transações mais baratas em comparação aos métodos tradicionais.

Para empresas:

• Automatização de processos: Simplificação de contratos e pagamentos.
• Segurança nas transações: Redução de fraudes e riscos financeiros.

Para o governo:

• Aumento na arrecadação fiscal: Maior controle sobre transações financeiras.
• Transparência nas políticas econômicas: Dados mais precisos para tomada de decisões.

Desafios para a implementação do Drex

Apesar de suas promessas, a implementação do Drex enfrenta obstáculos que precisam ser superados:

1. Aceitação popular:
   • Será necessário educar a população sobre o uso da moeda digital.
2. Infraestrutura tecnológica:
   • Empresas e instituições financeiras precisarão adaptar seus sistemas para suportar a tecnologia DLT.
3. Regulamentação:
   • O Drex deverá atender às exigências da LGPD e de outras legislações financeiras.

Considerações finais

O Drex representa uma revolução no sistema financeiro brasileiro, prometendo modernizar as transações e democratizar o acesso a serviços financeiros. No entanto, sua implementação também traz desafios significativos, especialmente no que diz respeito à privacidade e à adaptação tecnológica.

Com um cronograma bem definido e o apoio do Banco Central, o Drex tem o potencial de colocar o Brasil na vanguarda da economia digital global. Porém, para que isso aconteça, será fundamental alinhar tecnologia, regulamentação e educação financeira.

Se implementado com sucesso, o Drex não apenas modernizará o sistema financeiro, mas também transformará a forma como os brasileiros lidam com o dinheiro no dia a dia.

Imagem: Freepik/ Edição: Seu Crédito Digital