Trump e Vance discursam em marcha contra aborto nos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu vice, J.D. Vance, participaram nesta sexta (24) da Marcha pela Vida, uma das maiores manifestações antiaborto do mundo. O ato ocorreu em Washington e reuniu milhares de pessoas, segundo organizadores -as autoridades não divulgaram estimativas de público.A participação de Trump, em viagem pelo país, foi feita por vídeo. Em mensagem gravada ele ressaltou o perdão que deu a ativistas antiaborto na quinta (23). O presidente recém-empossado também exaltou a decisão da Suprema Corte dos EUA de suspender o direito constitucional ao procedimento, em 2022. E ainda fez ameaças a setores da esquerda, associando-os à intolerância religiosa: “Nós vamos investigar os ataques da esquerda contra igrejas. Não haverá espaço para intolerância religiosa nos EUA”, disse, sob aplausos.A mensagem do presidente foi exibida um dia depois de ele ter concedido perdão judicial a 23 ativistas antiaborto que, segundo o republicano, foram perseguidos pelo governo do rival e antecessor, Joe Biden.Conteúdos Relacionados:Trump suspende entrada de migrantes na fronteira sul dos EUATrump é processado após decreto que restringe imigrantesMilei estuda tirar o feminicídio do Código Penal argentinoEntre as pessoas a quem o republicano concedeu clemência, dez foram processadas por terem tentado impedir a entrada de pessoas em uma clínica de aborto legal em Washington.A participação de Trump e de seu vice na Marcha Pela Vida, menos de uma semana após eles tomarem posse, indica um fortalecimento do movimento antiaborto no país.O ato contou com a presença também de políticos brasileiros. A ex-primeira-dama do Brasil Michelle Bolsonaro e alguns deputados, incluindo Bia Kicis (PL-DF), participaram da marcha.O aborto foi um dos temas mais sensíveis da eleição do ano passado. O direito ao procedimento em âmbito federal foi revertido pela Suprema Corte durante o governo Biden graças a uma composição mais conservadora da corte, conquistada com a indicação de magistrados por Trump.A sentença reverteu uma decisão que havia sido tomada pelo mesmo tribunal há 49 anos. A medida não bane integralmente o acesso ao aborto no país, mas deu aos estados o direito de proibir o serviço -gatilho para uma série de leis mais conservadoras que restringiram direitos reprodutivos no país.O tema esteve no centro da eleição. De um lado, Kamala Harris, a candidata democrata, disse que tentaria aprovar uma lei garantindo novamente a proteção ao direito e que Trump tentaria aprovar um banimento nacional ao aborto. O republicano, porém, percebendo a divisão na sociedade a respeito do assunto, evitou se posicionar dizendo que caberia aos estados definir as regras.Quer mais notícias de mundo? Acesse nosso canal no WhatsAppAssociações que lutam pelo acesso a medidas de saúde reprodutiva não sabem ao certo quais serão as decisões de Trump para dificultar o acesso a serviços. Mas, na quinta (23), republicanos aprovaram no Congresso uma medida, ao menos simbólica, que tem o objetivo de penalizar médicos que façam abortos.Aliados de Trump, o presidente da Câmara, Mike Johnson, o líder da maioria no Senado, John Thune, e o governador da Flórida, Ron DeSantis, também participaram da marcha nesta sexta.
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