Grupo incendeia ônibus em ‘protesto’ contra suposto maus-tratos em presídio da Grande BH

Um grupo de homens incendiou um ônibus e ameaçou o motorista da linha 119 no bairro Vale da Prata, em Ribeirão das Neves, Região Metropolitana de Belo Horizonte, na madrugada desta sexta-feira (31). Os suspeitos deixaram uma carta com o condutor do coletivo, denunciado suposto maus-tratos dentro de um conjunto penitenciário da Grande BH.

O motorista, de 40 anos, contou à Polícia Militar que estava dentro do ônibus esperando o horário de início da viagem, marcado para as 2h da madrugada, quando quatro suspeitos se aproximaram do veículo. Um dos homens estava armado com um facão e teria gritado “abra a porta”.

Pensando se tratar de um assalto, o condutor tentou dar partida no veículo para fugir. Nesse momento, porém, um outro suspeito subiu na janela e colocou uma arma na cabeça da vítima, dizendo que iria matá-lo caso ele não abrisse a porta do coletivo.

O motorista obedeceu o grupo e abriu a porta. Os suspeitos entraram no ônibus e pediram para que o homem pegasse as coisas dele e descesse do veículo. Um dos suspeitos chegou a dizer que eles não fariam nada com o motorista, apenas colocariam fogo no coletivo.

Denúncia de maus-tratos

Depois que o motorista já tinha descido do ônibus, o grupo espalhou um líquido inflamável e incendiou o veículo. Antes de fugir em um carro branco, os suspeitos entregaram uma carta à vítima e pediram que ela entregasse aos policiais.

O bilhete denunciava suposto maus-tratos e falta de atendimento médico a detentos do Complexo Penitenciário Público-Privado (CPPP), em Ribeirão das Neves. Segundo o que estava escrito, um presidiário teria morrido por falta de assistência. Os suspeitos cobraram medidas e também ameaçaram “consequências mais graves” caso o problema não seja resolvido.

As chamas estavam altas quando os militares chegaram ao local. Eles acionaram o Corpo de Bombeiros, que debelou o incêndio. O ônibus foi totalmente consumido pelo fogo. Outros três carros, que estavam próximo ao coletivo, também foram atingidos pelo fogo e tiveram pequenos danos.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). A matéria será atualizada caso tenha retorno.

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