Indústria automotiva nacional sai ganhando ou perdendo com o acordo Mercosul-UE?

Líderes do Mercosul e da União Europeia informaram, no início de dezembro, a finalização do Acordo de Parceria. A decisão pôs fim a um processo de negociação que durou cerca de 25 anos.

Este acordo, considerado um dos maiores em termos de comércio mundial, envolve aproximadamente 718 milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 22 trilhões.

Embora a França ainda tenha questões pendentes que podem influenciar o futuro do acordo, especialmente no setor agrícola, as etapas formais, como revisão legal e ratificação, já avançam. A esperança é de que, quando integralmente implementado, o acordo impulsione as relações comerciais entre os blocos e modernize o setor industrial brasileiro.

Efeitos na indústria automotiva

A expectativa é de que as regras entrem em vigor em 2033, devendo baratear custos de importação e exportação de veículos e autopeças, beneficiando a competitividade dos produtos nacionais.

Além disso, o pacto facilita o acesso dos fabricantes do Mercosul ao mercado europeu, conhecido por sua maturidade e diversidade.

Acesso a novos mercados

Com a abertura do mercado europeu, existe o potencial de crescimento para veículos produzidos no Mercosul, como hatchs, sedãs e SUVs. A indústria poderá se beneficiar de um mercado robusto e diversificado.

Redução de tarifas e alíquotas

A redução tarifária poderá ser temporariamente suspensa por três anos se riscos à indústria local forem detectados. Essa medida proporciona segurança às operações locais, com possibilidade de renovação por dois anos adicionais.

Inovação e qualidade

A competitividade exigirá que produtos locais alcancem elevados padrões de qualidade, com certificadoras internacionais assumindo papel crucial. Além disso, a tecnologia de veículos híbridos flex poderá ganhar espaço e escala no mercado.

Desafios e oportunidades

Embora o Brasil possua potencial para aproveitar o acordo, o sucesso dependerá de medidas adequadas e de tempo. Algumas barreiras e benefícios que podem surgir são:

  • Falta de espaço para a produção local de veículos de luxo devido à proximidade dos preços.
  • Dependência externa de inovação e desafios na competitividade com a indústria europeia.
  • Colaboração entre fornecedores de autopeças, gerando benefícios mútuos aos blocos.

A competitividade da indústria nacional será testada, exigindo adaptação e inovação para garantir sua relevância no cenário global. O potencial existe, mas o Brasil precisa acertar o tom para se beneficiar do acordo.

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