Recessão: Bradesco alerta que Brasil pode ter retração econômica já no segundo semestre do ano

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O cenário econômico do Brasil para 2025 pode ser desafiador, com sinais de possível recessão no segundo semestre do ano. O economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato, trouxe um alerta significativo ao revisar as estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

Segundo ele, a economia brasileira pode enfrentar uma desaceleração acentuada nos próximos meses, afetada principalmente pelos elevados juros e pela queda nos investimentos. O banco revisou suas projeções de crescimento, reduzindo sua estimativa de 1,9% para o PIB de 2025, com uma previsão ainda mais modesta de 1,3% para 2026.

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A principal causa para o cenário de recessão

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Imagem: rafapress / Shutterstock.com

O alerta do Bradesco se baseia em uma análise de vários fatores econômicos que indicam uma desaceleração da atividade econômica. A alta dos juros, atualmente em níveis elevados, tem um impacto direto sobre o crédito e os investimentos, que se tornam mais caros e difíceis de acessar. Essa situação cria um ambiente de incerteza que pode afetar o consumo, um dos pilares mais importantes para a economia brasileira.

A retração nos investimentos também é um fator preocupante. Com a redução da confiança dos investidores e a dificuldade de acesso a recursos financeiros, muitos setores podem ter sua capacidade de expansão prejudicada, afetando diretamente o crescimento do PIB.

Recessão técnica: o que isso significa?

A projeção do Bradesco sugere que, caso o ritmo de queda nos investimentos e no consumo continue ao longo de 2025, o Brasil pode enfrentar dois trimestres consecutivos de retração no PIB. Esse cenário caracterizaria uma recessão técnica, uma situação em que a economia experimenta um declínio temporário, mas sem necessariamente indicar uma crise profunda ou prolongada.

A previsão é de que o agronegócio, um dos principais motores da economia brasileira, possa sustentar parcialmente o crescimento no primeiro trimestre de 2025. No entanto, a expectativa é de que, com o passar dos meses, o consumo e os investimentos sigam uma trajetória de queda, o que pode agravar ainda mais a desaceleração econômica.

Inflação e juros elevados: impacto sobre a economia

Além da alta dos juros, outro fator crítico que preocupa os analistas econômicos é a inflação, que segue em patamares elevados. A previsão é de que a inflação no Brasil fique em torno de 5,7% em 2025, um nível ainda considerável, embora abaixo dos números de 2023. No entanto, a previsão de 3,4% para 2026 sugere uma desaceleração, o que pode ser um alívio para a economia, mas não será suficiente para recuperar de imediato o ritmo de crescimento.

A combinação de preços altos e crédito caro tende a diminuir o poder de compra das famílias e desestimular os investimentos no país. Empresas podem adiar ou cancelar novos projetos devido ao aumento do custo de capital, o que afeta ainda mais a geração de empregos e o crescimento econômico.

O que dizem outras instituições financeiras?

O Bradesco não está sozinho em suas previsões. Outras grandes instituições financeiras, como a gestora Kinea, ligada ao Itaú, também alertam para o risco de recessão em 2025. Ambas as instituições veem um cenário de juros elevados e um ambiente econômico adverso, onde a dificuldade de acesso ao crédito e a queda nos investimentos podem gerar uma desaceleração mais acentuada.

A taxa de juros projetada para 2025 é de 15,25% ao ano, o que é considerado um fator limitante para a recuperação econômica. A alta dos juros dificulta o financiamento tanto para empresas quanto para consumidores, reduzindo o consumo e a circulação de dinheiro na economia, fundamentais para sustentar o crescimento.

O papel do Comitê de Política Monetária (Copom)

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Imagem: AuraFinance/Pixabay

Enquanto as projeções do Bradesco e de outras instituições financeiras indicam um cenário de recessão, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central adota uma postura mais cautelosa. A última ata da reunião do Copom, realizada em janeiro, indicou que, apesar de sinais de desaceleração econômica, ainda não há evidências concretas de que o Brasil enfrentará uma recessão iminente.

O Copom, responsável pela definição da taxa de juros no Brasil, mantém um tom vigilante, aguardando os desdobramentos da economia nos próximos meses antes de tomar qualquer decisão drástica. No entanto, a postura conservadora do Banco Central reflete o temor de que uma ação mais agressiva possa gerar mais danos à economia, em um cenário já desafiador.

O que esperar para o futuro?

Apesar do quadro desafiador que se desenha para a economia brasileira em 2025, ainda há espaço para reverter o cenário. A ação coordenada entre as políticas monetária e fiscal será essencial para evitar uma recessão prolongada. O comportamento do consumo interno e a confiança dos investidores serão cruciais para determinar a trajetória da economia nos próximos meses.

O governo precisará focar em estimular o crescimento através de medidas que incentivem a retomada do consumo, especialmente em um cenário de juros elevados. Políticas que incentivem os investimentos privados também serão fundamentais para garantir a recuperação do PIB e evitar uma recessão mais profunda.

Desafios à frente

O Brasil entra em 2025 com um cenário econômico incerto e desafios consideráveis. A alta dos juros, a inflação elevada e a desaceleração no consumo e investimentos são fatores que indicam um ano de dificuldades para o país. No entanto, com uma abordagem cuidadosa e medidas adequadas, há a possibilidade de mitigar os impactos e promover uma recuperação gradual da economia.

Apesar de os alertas de recessão serem claros, o futuro do Brasil dependerá da capacidade de suas autoridades econômicas em implementar políticas eficazes para reverter o quadro. O país tem tempo para agir, mas os sinais de alerta já foram dados, e é essencial que o governo e o setor privado ajam rapidamente para evitar uma retração econômica prolongada.

Imagem: Immersion Imagery / Shutterstock.com

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