O agro é o pilar do Brasil? Veja o que o relatório do Itaú tem a dizer sobre isso

O agronegócio brasileiro desempenha um papel fundamental na economia nacional, mas você sabia que ele corresponde a cerca de 21% do PIB? Esse número pode soar impressionante, mas será que o agro realmente sustenta o Brasil?

Neste artigo, vamos entender o tamanho do agro no Brasil, sua contribuição para a economia, o mercado de trabalho e as projeções de crescimento para os próximos anos.

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O agronegócio brasileiro e seu impacto no PIB

O Brasil é um dos maiores produtores agrícolas do mundo, e isso se reflete em sua economia. O setor agropecuário, em suas diversas etapas, tem um impacto significativo no Produto Interno Bruto (PIB) do país.

O agro no PIB: 21% da economia brasileira

Segundo um estudo divulgado pelo Itaú, o agronegócio no Brasil responde por aproximadamente 21% do PIB, considerando todas as etapas da produção. Isso significa que cerca de um quinto da economia nacional está diretamente ligado ao agro, desde a produção na porteira para dentro até o consumo final no mercado.

Este dado coloca o agronegócio como o setor com maior participação no PIB brasileiro, superando até mesmo outros setores chave, como a indústria e os serviços. No entanto, a alegação de que o agro “sustenta” o país é mais complexa. Isso porque, embora sua contribuição seja expressiva, o agronegócio brasileiro depende de outros setores da economia, como a indústria e o comércio, para alcançar esse desempenho.

Fatores que impulsionam o crescimento do setor agropecuário no Brasil

O agro da porteira para dentro: produção primária

Quando falamos de produção primária, estamos nos referindo àquilo que é produzido diretamente no campo – como grãos, carnes, leite, entre outros. Embora o agro como um todo seja responsável por 21% do PIB, a produção primária sozinha tem uma participação menor. Ela responde por cerca de 6% da economia brasileira.

O que é a produção primária?

A produção primária engloba todas as atividades agrícolas e pecuárias realizadas diretamente no campo, ou seja, o trabalho que ocorre “da porteira para dentro”. Esse é o tipo de agro que está mais diretamente ligado aos produtores rurais e envolve o cultivo de soja, milho, café, cana-de-açúcar, além da produção de carnes e leite.

Embora seja o ponto de partida de toda a cadeia produtiva, a produção primária não pode ser considerada como o único fator que sustenta a contribuição do agro para o PIB brasileiro. Isso porque, para chegar à participação de 21%, o agro depende de outros setores essenciais, como a indústria, logística, e comércio.

O agro além da porteira: agroindústria, comércio e logística

A indústria e a logística têm um papel crucial na agregação de valor ao agro, transformando a produção primária em produtos consumíveis ou exportáveis. A agroindústria, por exemplo, engloba o processamento de produtos agrícolas, como cereais, carnes processadas e alimentos embalados, que são comercializados no mercado interno e externo.

Agroindústria e outros setores que contribuem para o agro

Quando somamos o setor agroindustrial e as atividades de comércio e transporte envolvidos na distribuição de produtos, a contribuição total do agronegócio para o PIB sobe para 15%. Isso inclui não só a transformação de matérias-primas no campo, mas também toda a cadeia logística, que é fundamental para o escoamento da produção.

Além disso, o agronegócio brasileiro é um dos principais responsáveis pelo superávit comercial do país, ou seja, pelo saldo positivo nas exportações. Em 2024, o setor agropecuário gerou um superávit de US$ 109 bilhões, sendo o principal motor de contribuição para o superávit da balança comercial brasileira, o que ajuda a equilibrar o déficit comercial de outros setores.

O agro e o mercado de trabalho brasileiro

Quando se fala sobre o mercado de trabalho, o agronegócio brasileiro também tem um peso considerável. Segundo o estudo do Itaú, o setor agropecuário responde por 17% da população ocupada, o que corresponde a 17 milhões de empregos no país.

O agro como empregador no Brasil

O agronegócio emprega cerca de 17 milhões de pessoas no Brasil, sendo que 10 milhões estão diretamente ligados às atividades da produção primária e da agroindústria. Já os outros 7 milhões estão envolvidos em setores que prestam serviços ao agro, como transporte, comercialização e distribuição dos produtos agropecuários.

Esses números mostram que o agro não é apenas um setor com grande peso no PIB, mas também um importante gerador de empregos, principalmente em áreas rurais, onde a oferta de outras oportunidades de trabalho pode ser limitada.

O crescimento do agro nos próximos anos

O agronegócio brasileiro tem mostrado resiliência e continua a crescer, com perspectivas positivas para os próximos anos. Embora a participação da produção primária no PIB tenha diminuído de 6,6% em 2021 para 6,0% em 2023, o Itaú projeta uma recuperação para 2025. Espera-se que a produção primária tenha um crescimento de 4,8%, o que poderá resultar em um aumento da participação do setor no PIB.

Além disso, o agronegócio brasileiro está se diversificando, com novos segmentos, como a agricultura de precisão, que utiliza tecnologias avançadas para aumentar a produtividade e reduzir custos, e a produção de bioenergia, como o etanol e biocombustíveis. Essas inovações podem impulsionar ainda mais o crescimento do setor.

O papel do agro na sustentabilidade e inovação

Além de ser uma potência econômica, o agro brasileiro também está em um caminho de transformação para ser mais sustentável e inovador. A agricultura sustentável e a preservação ambiental têm se tornado prioridades no setor, com práticas como o uso de tecnologias verdes, o plantio direto e a redução do uso de agrotóxicos ganhando espaço.

No futuro, o Brasil pode se tornar um líder mundial não só na produção de alimentos, mas também em soluções sustentáveis para o campo. O setor agropecuário tem se adaptado à demanda global por alimentos mais sustentáveis, com ações que buscam equilibrar a produção e a preservação ambiental.

Imagem: k-life/ Freepik