Inflação nos EUA dispara, mas dólar mantém estabilidade; entenda

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Após dois dias seguidos de queda, o dólar fechou nesta quarta-feira (12) praticamente estável, cotado a R$ 5,76. O movimento reflete a expectativa do mercado em relação à política monetária dos Estados Unidos, especialmente após a divulgação dos dados de inflação no país.

A moeda norte-americana registrou perdas consecutivas nos preços anteriores, impulsionadas por um fluxo positivo de investimentos estrangeiros e por sinais de que o Banco Central dos EUA (Fed) poderia reduzir os juros ainda este ano.

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Inflação nos EUA gera apreensão no mercado

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O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA subiu 0,3% em janeiro , acima da projeção de 0,2% esperada pelo mercado. Esse aumento na inflação reforça o temor de que o Fed possa adiar cortes nas taxas de juros , mantendo o aperto por mais tempo.

Quando os juros americanos permanecem elevados, os investidores tendem a priorizar aplicações em mercados mais seguros, como os Estados Unidos, em detrimento de ativos de países emergentes, como o Brasil. Esse fluxo de capital influencia diretamente a valorização do dólar e dos índices da Bolsa de Valores.

Ibovespa registra forte queda e reflete pessimismo dos investidores

O Ibovespa , principal índice da B3, não conseguiu resistir à pressão vinda do exterior e fechou em queda de 1,69% , perdendo o patamar dos 125 mil pontos. O desempenho negativo foi impulsionado pela aversão ao risco e pela desvalorização de setores sensíveis à alta de juros.

O cenário global mais restritivo é o apetite dos investidores por ações de empresas ligadas ao varejo e tecnologia, que dependem de juros mais baixos para juros de seu crescimento.

Setores mais impactados na Bolsa

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Imagem: Isaac Fontana / shutterstock

Varejo e consumo

Empresas como Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) tiveram quedas expressivas. O setor de varejo é altamente impactado por juros elevados, pois o custo do crédito para consumidores e empresas aumenta, diminui o volume de vendas e investimentos.

Bancos

As ações dos principais bancos, como Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC3) , também registraram baixas, acompanhando a aversão ao risco. A possibilidade de juros elevados por mais tempo pode comprometer a atividade econômica, afetando a concessão de crédito e, consequentemente, a rentabilidade das instituições financeiras.

Commodities

A Petrobras (PETR4) fechou em queda leve, acompanhando o movimento de baixa no petróleo no mercado internacional. Já a Vale (VALE3) teve um desempenho misto, refletindo oscilações no preço do minério de ferro, diretamente relacionadas ao crescimento da economia chinesa.

O que esperar para os próximos dias?

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Imagem: Freepik

O mercado segue atento às próximas movimentações do Federal Reserve e à divulgação de novos dados econômicos nos EUA, que podem indicar os rumores da política monetária americana. Além disso, os investidores aguardam sinais do Banco Central do Brasil , que podem ajustar sua estratégia de juros de acordo com o cenário internacional evoluir.

A expectativa para os próximos dias é de continuidade da volatilidade , com possíveis novas oscilações na bolsa e na cotação do dólar. O mercado brasileiro também será influenciado pelo desempenho das commodities, pela política fiscal do governo federal e pelo cenário macroeconômico global.

Conclusão

O fechamento provisório estável do dólar e a forte queda do Ibovespa refletem um cenário de incerteza global, impulsionado pela inflação nos Estados Unidos e pela possibilidade de juros altos por mais tempo. O mercado financeiro segue sensível às decisões do Fed e ao fluxo de capital internacional, o que pode gerar novas variações no câmbio e na bolsa nos próximos dias.

Enquanto o cenário externo continua pressionando os mercados emergentes, os investidores precisarão se preparar para momentos de volatilidade, mantendo atenção especial aos indicadores econômicos e às decisões de política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

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