CEO da Uber alerta que motoristas ficarão obsoletos: ‘Serão substituídos por veículos autônomos’

Em uma declaração que promete alterar a dinâmica do mercado de transporte global, Dara Khosrowshahi, CEO da Uber, afirmou que, nos próximos 10 a 15 anos, os motoristas de aplicativo serão substituídos por veículos autônomos. A previsão, dada durante uma entrevista ao Wall Street Journal, foi acompanhada de uma análise sobre os avanços da inteligência artificial e seu impacto direto no setor de transporte.

Segundo o executivo, os carros autônomos irão superar a habilidade humana de dirigir, com máquinas treinadas com dados que vão muito além da experiência de qualquer motorista.

Com mais de sete milhões de motoristas e entregadores de aplicativos nos Estados Unidos, como aponta a própria Uber, a mudança pode parecer distante, mas o avanço da tecnologia está mais acelerado do que se imagina.

A empresa já investe significativamente em veículos autônomos, vislumbrando um futuro onde a frota de carros será composta em sua maioria por robôs autônomos, trazendo impactos substanciais para o mercado e a vida dos motoristas. No entanto, as previsões de Khosrowshahi esbarram em diversas questões técnicas, regulatórias e culturais que podem adiar essa transformação.

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A previsão de Dara Khosrowshahi: A transição para os veículos autônomos

Durante a entrevista, Khosrowshahi destacou que a tecnologia de veículos autônomos avançará de forma gradual, com uma rede mista de motoristas humanos e robôs nos próximos 10 anos, até que os carros autônomos dominem o mercado. Para o CEO da Uber, os robôs não apresentam as limitações humanas como fadiga e distração e, portanto, poderiam, eventualmente, dirigir melhor do que qualquer motorista humano.

A adoção dessa tecnologia, contudo, não será abrupta. Segundo Khosrowshahi, a transição será um processo gradual e acontecerá em um horizonte de 10 a 20 anos. Um dos principais desafios para a massificação dos carros autônomos é a integração com a infraestrutura atual e a superação de barreiras regulatórias. Além disso, será necessário um grande período de testes e ajustes, antes de uma implementação em larga escala.

Carros autônomos já em operação: exemplos de sucesso

Khosrowshahi citou exemplos de empresas que já estão implementando veículos autônomos com certo sucesso. A Waymo, empresa irmã do Google, já opera carros autônomos em algumas áreas de São Francisco, nos Estados Unidos, com sucesso. Da mesma forma, os veículos da Tesla estão realizando rotas específicas em Las Vegas, como o trajeto entre o aeroporto e o centro da cidade. Esses exemplos servem como um indicativo de que a tecnologia de carros autônomos já está madura para certos tipos de trajetos e, gradualmente, deverá se expandir para novas localidades e distâncias.

A tecnologia de veículos autônomos: segurança e desempenho

Uma pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia analisou 2.100 acidentes envolvendo carros autônomos e 35.000 com motoristas humanos. O estudo revelou que os carros autônomos tendem a tomar precauções de segurança mais eficazes na maioria dos casos. Isso se deve à habilidade das máquinas em reagir rapidamente a diferentes situações, sempre com base em dados e algoritmos, sem a necessidade de descanso ou distrações, fatores que frequentemente prejudicam a atuação humana.

Contudo, o estudo também aponta que, apesar das vantagens, os carros autônomos ainda enfrentam desafios durante situações de baixa visibilidade, como à noite ou no amanhecer, quando os veículos ainda são mais propensos a acidentes devido à limitação nos sensores e sistemas de inteligência artificial. Isso é um indicativo de que, embora a tecnologia esteja avançando rapidamente, barreiras técnicas ainda precisam ser superadas para garantir a segurança total dos veículos autônomos.

Desafios regulatórios e culturais para a adoção de veículos autônomos

Embora a tecnologia de carros autônomos esteja avançando, a adoção em larga escala encontra obstáculos significativos. Barreiras regulatórias e culturais são os principais fatores que podem atrasar ou dificultar a transição. Questões como a regulamentação de segurança, responsabilidade civil em caso de acidentes, e a adaptação das infraestruturas urbanas são apenas algumas das variáveis que precisam ser analisadas antes da implementação em larga escala dos carros autônomos.

Além disso, sociedades mais conservadoras, onde as pessoas são mais resistentes a mudanças tecnológicas, podem enfrentar dificuldades para aceitar a substituição de motoristas humanos por veículos autônomos. Essa mudança pode afetar a forma como as pessoas percebem a segurança e o controle durante suas viagens, algo que ainda pode ser difícil de ser aceito por grande parte da população.

O impacto da tecnologia nos empregos: O futuro dos motoristas de aplicativo

A previsão de que os motoristas de aplicativo serão substituídos por veículos autônomos tem implicações diretas no mercado de trabalho, com consequências para os profissionais da área. Atualmente, mais de sete milhões de pessoas atuam como motoristas de aplicativo ou entregadores nos Estados Unidos, conforme dados da Uber. Esse número reflete uma grande parcela de trabalhadores que dependem do mercado de transportes para gerar renda.

O impacto no Brasil

No Brasil, o mercado de transporte por aplicativo também é muito grande. Estima-se que milhões de brasileiros trabalhem como motoristas de aplicativos, como Uber, 99, e outros. A possibilidade de substituição de motoristas por veículos autônomos pode ter um impacto profundo na economia, especialmente em regiões onde o emprego em serviços de transporte é uma das principais fontes de renda.

Porém, como Khosrowshahi destacou, a transição será gradual, o que significa que muitos motoristas terão tempo para se adaptar a essa nova realidade. Além disso, a adoção de veículos autônomos pode criar novos tipos de empregos no setor, como a manutenção e o monitoramento remoto dos carros autônomos, além da desenvolvimento de tecnologia e infraestrutura para suportar a operação desses veículos.

O que vem a seguir: Preparando o setor para a transformação

A Uber e outras empresas do setor de transporte estão se preparando para o futuro, com investimentos significativos em pesquisa e desenvolvimento de carros autônomos. O objetivo é reduzir custos operacionais e aumentar a eficiência, criando um sistema de transporte mais barato e seguro. Para Khosrowshahi, o próximo passo é massificar a tecnologia, começando com rotas mais simples e gradualmente expandindo para outros tipos de trajetos, até que a frota de veículos seja completamente autônoma.

A preparação dos motoristas

Em um cenário de transição, muitos motoristas de aplicativo serão impactados pela adoção de carros autônomos. Para lidar com essa mudança, é essencial que os motoristas se preparem para novos desafios e busquem alternativas de qualificação para se adaptar ao mercado de trabalho do futuro. A tecnologia e a automação estarão cada vez mais presentes, e a adaptabilidade será a chave para o sucesso no novo cenário.

Imagem: Sundry Photography / shutterstock.com