Crédito para pessoa física: o que você precisa saber para financiar produtos caros

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Com a alta da taxa de juros (Selic) em 13,25% ao ano e um cenário econômico desafiador, muitas famílias brasileiras têm buscado alternativas para financiar bens de alto valor, como carros, motos e eletrodomésticos. Essa realidade exige um planejamento financeiro cuidadoso para que a compra de um bem durável não impacte negativamente o orçamento familiar.

No Brasil, existem diversas formas de financiar bens, e cada uma delas oferece características e vantagens diferentes, dependendo do tipo de produto e da necessidade do consumidor. O Crédito Direto ao Consumidor (CDC) é uma das opções mais procuradas, mas também existem outras alternativas como cartão de crédito, empréstimo consignado e consórcio.

Neste artigo, vamos explorar as modalidades de financiamento mais populares para a aquisição de bens de consumo duráveis, comparando as vantagens e desvantagens de cada uma, para ajudá-lo a fazer a melhor escolha para sua compra.

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O que é o Crédito Direto ao Consumidor (CDC)?

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Imagem: Marcello Casal Júnior/Agência Brasil

O Crédito Direto ao Consumidor (CDC) é uma modalidade de financiamento onde a instituição financeira concede crédito para o consumidor adquirir um bem de valor elevado, como carros, motos, eletrodomésticos e eletrônicos. O pagamento do financiamento ocorre por meio de parcelas mensais, com juros previamente definidos.

De acordo com o Banco Central, a taxa média de juros do CDC é de 1,8% ao mês. Embora essa taxa seja mais baixa do que a de outras modalidades de crédito, como o cartão de crédito rotativo ou o cheque especial, ela ainda representa um custo considerável para quem busca financiar um bem de alto valor.

Quanto custa financiar um bem pelo CDC?

O custo total de um financiamento por CDC depende da taxa de juros, do valor do bem e do prazo de pagamento. Em janeiro de 2025, a taxa média de juros do crédito pessoal foi de 120,47% ao ano, um aumento significativo em relação a 2021. No entanto, o CDC ainda é uma opção vantajosa, principalmente para carros e motos, pois oferece uma taxa mais baixa que a de outras formas de financiamento.

Exemplo de financiamento de carro e moto

Por exemplo, se um consumidor desejar financiar um Fiat Strada (custo de R$ 105 mil), com a taxa média de juros de 1,8% ao mês e um prazo de 48 meses, as parcelas mensais seriam acessíveis, mas o valor total pago ao final do financiamento será consideravelmente maior que o preço do bem.

Para um financiamento de moto, como uma Honda CG 160 (R$ 16,4 mil), as condições são semelhantes, mas as parcelas mensais serão menores devido ao valor inferior do bem.

Financiar produtos de consumo com o CDC

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Imagem: Opat Suvi / shutterstock.com

Além de veículos, o CDC também pode ser utilizado para financiar eletrodomésticos e eletrônicos de maior valor. Bens como geladeiras, notebooks e televisores podem ser adquiridos por meio de financiamento direto com a instituição financeira. Como o valor desses bens é menor, o prazo de pagamento é normalmente mais curto, e as parcelas se ajustam ao orçamento do consumidor.

Cuidados ao financiar com carnês de lojas

Muitas lojas oferecem a opção de financiamento diretamente com o cliente, por meio de carnês, sem a intermediação de uma instituição financeira. Embora essa modalidade pareça vantajosa em algumas situações, Patzlaff alerta para as taxas de juros elevadas que essas lojas podem cobrar. Além disso, o parcelamento no carnê pode gerar uma armadilha, pois ele tende a incentivar o consumidor a voltar à loja e fazer novas compras, comprometendo ainda mais o orçamento.

Outras formas de financiar bens

Além do CDC, existem outras formas de financiar bens de alto valor, como o cartão de crédito, o empréstimo consignado e o consórcio. Cada uma dessas alternativas tem suas vantagens, dependendo das necessidades e da situação financeira do consumidor.

Cartão de crédito

O cartão de crédito é uma das formas mais rápidas e práticas de financiar produtos, como eletrodomésticos e eletrônicos. Algumas lojas oferecem parcelamento sem juros no cartão, o que pode ser uma excelente alternativa para quem deseja acumular milhas ou benefícios. No entanto, é fundamental que o consumidor esteja atento às condições de parcelamento e aos limites do crédito.

Empréstimo consignado

O empréstimo consignado é uma opção interessante para aposentados, pensionistas do INSS e funcionários públicos, pois as taxas de juros costumam ser mais baixas, já que as parcelas são descontadas diretamente da folha de pagamento ou do benefício. Em janeiro de 2025, a taxa máxima de juros para empréstimos consignados foi ajustada para 1,8% ao mês.

Consórcio

O consórcio é uma modalidade sem juros, mas que envolve taxas administrativas e correção monetária. Nesse modelo, o consumidor paga parcelas mensais até ser sorteado ou dar um lance para adquirir o bem desejado. O consórcio é uma boa opção para quem não tem pressa em adquirir o bem, já que não há cobrança de juros, mas sim de taxas administrativas.

Como escolher a melhor forma de financiar bens de alto valor?

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Imagem: Freepik

Para escolher a melhor forma de financiar um bem de alto valor, o consumidor deve levar em consideração os seguintes pontos:

  • Taxa de juros: Compare as taxas de juros oferecidas por diferentes instituições financeiras.
  • Custo Efetivo Total (CET): Verifique o custo total do financiamento, incluindo juros, taxas e outros encargos.
  • Prazo de pagamento: Avalie o prazo disponível para o pagamento das parcelas e o impacto nas suas finanças.
  • Urgência na compra: Se o bem é necessário com urgência, o cartão de crédito ou o empréstimo consignado podem ser mais rápidos. Para quem não tem pressa, o consórcio pode ser uma opção interessante.

Conclusão

Financiar bens de alto valor é uma realidade para muitas famílias brasileiras, mas é essencial fazer isso com planejamento e cuidado. O CDC é uma das formas mais populares de financiar carros, motos e eletrodomésticos, mas também existem outras opções, como o cartão de crédito, o empréstimo consignado e o consórcio. A chave para uma compra responsável é comparar as taxas de juros, o CET e o prazo de pagamento antes de tomar uma decisão. Assim, é possível garantir que o financiamento caiba no bolso e não sobrecarregue o orçamento.

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