Conta de luz mais cara: adicional deve ser incluído em maio

Nos próximos meses, a conta de luz pode ficar mais cara, especialmente a partir de maio. Isso acontece devido à previsão de volta da bandeira tarifária amarela, um mecanismo utilizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para ajustar os custos da energia elétrica no Brasil. A bandeira amarela indica que haverá um custo adicional na tarifa de energia, que pode aumentar o valor das contas de luz. O agravamento da crise hídrica, aliado ao aumento da demanda por eletricidade e a manutenção de altas temperaturas, são fatores que tornam essa previsão cada vez mais concreta.

Neste artigo, vamos analisar o que significa a bandeira amarela, os impactos econômicos dessa mudança para o consumidor brasileiro, e o que os especialistas estão projetando para os próximos meses.

O que é a bandeira tarifária e como funciona?

A bandeira tarifária é uma ferramenta adotada pela Aneel para ajustar as tarifas de energia elétrica de acordo com as condições de geração de energia no país. As bandeiras funcionam com cores que variam conforme a situação do setor energético. São elas:

Leia mais: Bandeira verde segue na conta de luz durante este mês de março

• Bandeira Verde: Não há custo adicional para o consumidor. Essa bandeira indica que a geração de energia está normal, sem grandes riscos para o fornecimento.
• Bandeira Amarela: Há um custo adicional na tarifa de energia. Esse custo é imposto quando o Brasil enfrenta dificuldades para gerar energia suficiente devido a condições climáticas adversas, como a falta de chuvas.
• Bandeira Vermelha: Existem duas modalidades de bandeira vermelha (Patamar 1 e Patamar 2). Essa bandeira representa a situação mais crítica, com custos ainda mais elevados para o consumidor.

Quando há uma expectativa de escassez de energia, o governo decide acionar as bandeiras para repassar o custo de produção de energia, que pode ser mais caro devido ao uso de usinas térmicas ou outras fontes menos eficientes.

Previsões para a conta de luz

De acordo com especialistas da área de energia, a possibilidade de acionamento da bandeira amarela em maio de 2025 tem se tornado cada vez mais concreta. A previsão de uma seca prolongada e a diminuição da capacidade dos reservatórios das hidrelétricas contribuem para essa mudança.

Impacto da secura nos reservatórios

A geração de energia no Brasil depende principalmente de fontes hidrelétricas, que são alimentadas por chuvas. Quando o nível dos reservatórios está baixo, é necessário recorrer a usinas térmicas, que têm um custo mais elevado. O cenário climático atual, com a previsão de chuvas abaixo da média, eleva a probabilidade de bandeira amarela. Isso ocorre, pois o país pode não ter energia suficiente para atender à demanda, aumentando o preço da eletricidade.

De acordo com a consultoria Ampere, que acompanha a situação do setor elétrico, as projeções indicam que o Brasil deve continuar com a bandeira verde até abril. No entanto, a partir de maio, com o agravamento da seca e o aumento do preço da energia, a bandeira amarela deve ser acionada, o que adicionará um custo extra para o consumidor.

Previsões das consultorias

Vários institutos e consultorias, como a XP, PSR Energy e a MCM Consultores, já ajustaram suas previsões para o primeiro semestre de 2025, sinalizando uma maior probabilidade de bandeira amarela. As expectativas de aumento do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) – o preço da energia no mercado – também corroboram esse cenário. Em março, a média do PLD deve ultrapassar R$ 300 por megawatt-hora (MWh), um valor consideravelmente superior aos R$ 100/MWh de fevereiro.

De acordo com a análise da XP, o país pode enfrentar um cenário de bandeira vermelha 1 ou 2 já a partir de julho, caso o regime de chuvas não melhore. O período de estiagem pode continuar até o final do ano, o que manteria a cobrança da bandeira amarela até novembro, com a expectativa de retorno da bandeira verde em dezembro, quando as chuvas podem ser mais frequentes.

Impactos da bandeira amarela para o consumidor

Quando a bandeira amarela é acionada, o consumidor paga um adicional de R$ 1,88 para cada 100 kWh consumidos. Esse aumento pode parecer pequeno para algumas famílias, mas para outras, especialmente as que têm maior consumo de energia elétrica, esse valor pode representar um peso considerável na conta de luz.

Em uma residência que consome 200 kWh por mês, por exemplo, o valor adicional será de R$ 3,76. Já para uma casa que consome 400 kWh, o acréscimo será de R$ 7,52. Para empresas e indústrias com consumo elevado, esse impacto pode ser ainda mais significativo.

Alternativas e dicas para economizar na conta de luz

Em um cenário de bandeira amarela ou vermelha, a dica principal para o consumidor é adotar práticas de economia de energia. Isso pode ajudar a mitigar os custos adicionais e reduzir o impacto na conta de luz. Algumas sugestões incluem:

• Uso eficiente de eletrodomésticos: Prefira o uso de aparelhos como a máquina de lavar roupa e a secadora nos horários fora de pico.
• Desligue os aparelhos em stand-by: Muitos aparelhos consomem energia mesmo quando estão desligados, como televisores, micro-ondas e carregadores.
• Aproveite a luz natural: Durante o dia, abra as cortinas e aproveite a luz do sol ao máximo para evitar o uso de lâmpadas.
• Opte por lâmpadas LED: Elas são mais eficientes e consomem menos energia.

Além disso, algumas distribuidoras de energia oferecem programas de incentivo à economia, como tarifas diferenciadas para horários de baixo consumo.

Considerações finais

Em resumo, a previsão de bandeira amarela em maio de 2025 é uma realidade cada vez mais próxima. A falta de chuvas e o aumento do custo da energia são fatores determinantes para essa mudança nas tarifas de energia. Embora o impacto imediato para os consumidores seja um aumento no valor da conta de luz, o cenário pode se agravar dependendo das condições climáticas.