Conheça a Casa Azeite: restaurante, em BH, que une arte, gastronomia e ‘feirinha’ de produtos

A Casa Azeite é um dos novos restaurantes a integrar o circuito gastronômico de Belo Horizonte. Instalado em um casarão vermelho no bairro Floresta, na região Leste da capital mineira, o lugar busca proporcionar um ambiente acolhedor, onde os clientes se sintam ’em casa’. Inaugurado em 15 de janeiro deste ano, o estabelecimento oferece pratos para diversos gostos, tendo o azeite artesanal como ingrediente principal. O Rolê BHAZ foi até lá para explorar as experiências do projeto e descobrir o que pode tornar a casa tão especial.

Segundo o casal de proprietários, Iolanda Silva e Philippe Borges, a ideia era criar um restaurante que reunisse tudo o que gostariam de realizar, caso decidissem abrir um estabelecimento algum dia. ‘E esse dia chegou. Sempre gostamos de sair para comer, de vivenciar a experiência de um restaurante. Isso sempre foi importante para nós, além de amar receber as pessoas para comer em nossa casa. Com o tempo, percebemos que, em alguns lugares, não nos sentíamos tão à vontade, indo lá apenas pela comida. Então, a nossa proposta era criar um ambiente que proporcionasse a sensação de estar em casa, no quintal da nossa casa’, contou Iolanda ao BHAZ.

“A Casa Azeite está, literalmente, no quintal dos proprietários, que moram no segundo pavimento da casa. “Nossa intenção era criar um ambiente aconchegante e descontraído. Sentíamos falta de um lugar onde pudéssemos ir com a roupa que usamos no dia a dia, de chinelo, bermuda, sem muitas formalidades. E queríamos proporcionar essa experiência aos nossos clientes’, explicou Philippe.

Pratos que valorizam o azeite

Todos os pratos do restaurante têm como base ou estão diretamente relacionados ao azeite artesanal, proveniente de pequenas empresas, tanto de Minas quanto de outras localidades. Segundo os proprietários, o objetivo é destacar o protagonismo desse ingrediente, que oferece diversas possibilidades criativas e se adapta de forma versátil ao cardápio da casa. “Nós reparamos que muitos restaurantes dão pouca importância para o azeite. Têm lugares que são muito requintados e chiques, mas o azeite, por exemplo, é aquele de supermercado. Por isso, uma das nossas propostas é apresentar um produto bem trabalhado”, contou Philippe.

Como ambos são engenheiros de formação, a proposta foi trazer profissionais que pensassem nos pratos de acordo com as expectativas, interesses e referências do casal. Não é à toa que o menu oferece opções vegetarianas, veganas, sem lactose e sem glúten, além de alguns pratos poderem ser adaptados conforme as necessidades dos clientes. “Eu sou vegetariana e, muitas vezes, saio para jantar e percebo que há poucas opções para quem não come carne. Não se trata de criar uma opção vegetariana para um público restrito, mas de pensar em alternativas que não incluam carne. E gosto de deixar claro que também oferecemos opções com carne, mas a ideia é dar protagonismo para alternativas diferentes”, explicou Iolanda ao BHAZ.

Foi pensando nisso que os idealizadores decidiram criar um menu “mais enxuto”, capaz de atender a um maior número de pessoas e diferentes restrições alimentares. Segundo os proprietários, o cardápio apresenta uma característica de “contemporaneidade descomplicada”. Nas opções de entradas, o cliente pode escolher entre nove alternativas, com preços que variam de R$ 32 a R$ 65. Entre os destaques estão a “Acelga na Brasa”, com creme de castanha de caju, picles de semente de mostarda, picles de cebola e queijo Grana do Laura, por R$ 32; o “Guioza de Pato”, com molho teriyaki de tucupi, por R$ 65; e o “Lagarto Braseado”, com maionese clássica de anchovas, alcaparras crocantes e acompanhamento de pães, por R$ 39. Também há a batata ‘hasselback’ com creme de queijos, por R$ 39.

Já em relação aos pratos principais, o menu oferece seis alternativas, com valores que variam entre R$ 59 e R$ 89. Entre as opções, destacam-se o “Bife de Chorizo”, finalizado na brasa, acompanhado de purê de batata e salada de ervas (R$ 89), e a “Berinjela ao Poivre”, servida com chips de tubérculos (R$ 89).

O restaurante também oferece três tipos de sobremesas, com preços variando entre R$ 29 e R$ 33, e até elas têm o azeite incluído na receita. Entre as opções, por exemplo, está a mousse de chocolate amargo, com azeite de laranja, crocante de mel e flor de sal.

Soluções para ‘driblar’ o preço do azeite

O azeite é um produto que encareceu nos últimos meses devido a problemas na safra global, transformando o item, antes considerado ‘básico’ na mesa dos brasileiros, em um ‘luxo’ para uma parcela dos consumidores. No mês passado, em BH, o Azeite Português Borges Extra Virgem 500ml passou de R$ 59,80 para R$ 46,45, apresentando uma redução de 22%. Diante disso, os clientes do restaurante poderiam esperar que os valores dos pratos seguissem esse aumento, tornando-se, assim, mais caros. No entanto, Iolanda e Philippe explicaram que buscaram soluções para manter os preços viáveis.

“Quando idealizamos a Casa, há dois anos, não imaginávamos que o azeite se tornaria um artigo de luxo, como é hoje. Ao pensar no cardápio, queríamos que fosse um restaurante acessível para que muitas pessoas pudessem conhecer. Por isso, durante o processo de construção, avaliamos a escolha dos insumos, dos fornecedores e a inteligência por trás do menu, para chegar a um preço que fosse viável tanto para o cliente quanto para nós. Fomos adaptando ao longo do caminho e acho que funcionou”, explicou Iolanda ao BHAZ.

Drinks autorais e carta de bebidas

Outro ponto que os donos do Casa Azeite buscaram destacar é a carta de drinks. Ao todo, são oferecidas doze opções, sendo cinco considerados clássicos, como Cosmopolitan e Negroni, e cinco autorais, como o ‘Drink de uma fruta só’, que é feito com a fruta da estação em dois preparos e cachaça dama da noite. Os valores variam entre R$ 31 e R$ 39.

Um dos destaques é o ‘Nós 5’, que reúne os cinco drinks autorais da Casa Azeite, oferecendo aos clientes a oportunidade de experimentar e compartilhar. Segundo Iolanda, a opção é uma homenagem ao grupo de amigas de sua mãe. “Tenho muito interesse na área da mixologia e achei interessante trazer essa alternativa. É uma versão menor dos drinks e uma forma de homenagear o grupo de amigas da minha mãe, porque elas se chamam de ‘nós cinco’”, explicou.

Outro destaque é que, caso o drink favorito do cliente não esteja no cardápio, ele pode pedir ou sugerir uma opção à bartender. A alternativa será preparada se o restaurante tiver os ingredientes e custa R$ 37.

Além dos drinks, o casal também se preocupou com a carta de vinhos, incluindo mais de 15 rótulos no cardápio, variando entre vinhos brancos, tintos, rosés e naturais. Há opções mais “em conta”, a partir de R$ 100 a garrafa, e até opções mais caras, que podem chegar a R$ 850. Segundo Philippe, o intuito era trazer uma variedade em questão de uvas, paladar e valores. “Comparada a cartela de vinhos de outros restaurantes, a nossa é enxuta. Porém, trouxemos opções diferentes, inclusive vinhos naturais, que são feitos com uvas cultivadas sem agrotóxicos e com o mínimo de intervenção no processo de vinificação”, contou ao BHAZ.

No menu também estão incluídas doses de bebidas, com preços que variam entre R$ 19 e R$ 99, além de opções de bebidas não alcoólicas, como água, refrigerante, soda da casa, suco do dia, tônica e energético, com valores que vão de R$ 6 a R$ 25. Para quem não abre mão da “velha e boa” cerveja, há opções de quatro rótulos de long neck, por R$ 14.

Lojinha e venda de quadros

A Casa Azeite ainda conta com uma lojinha que vende os mesmos modelos de louças usadas no restaurante, camisas, velas, bonés e, claro, e o azeite de laranja usado nas receitas do restaurante. “A concepção da nossa primeira coleção foi trazer produtos e fornecedores parceiros. Por exemplo, os nossos pratos foram desenvolvidos por um amigo nosso, fundador da Breve Cerâmica, e temos eles aqui disponíveis, caso o cliente goste. As velas e o azeite são desenvolvidos aqui também. Então, a pessoa pode levar um pouco do restaurante para a casa”, contou Iolanda.

O mesmo acontece com os quadros distribuídos pelo restaurante, que podem ser adquiridos pelos clientes. Ainda segundo os idealizadores, as obras são produzidas por artistas que desejam vender seus trabalhos, oferecendo uma oportunidade de conexão entre compradores e pintores. “É um modo da gente coloca para vender e, com isso, conseguimos trocar a decoração e incluir o trabalho de outro artista. É um modo de tornar a arte cíclica, porque, muitas vezes, o quadro está lá parado no ateliê ou na casa dele, e ele não tem como expor ou vender”, disse Philippe.

“A nossa ideia não era apenas trazer uma gastronomia de qualidade, mas também tornar a Casa um lugar onde pudéssemos expor obras de arte, ter uma lojinha com produtos locais e fomentar a cultura e a culinária local. Queríamos criar um espaço diferente do que estamos acostumados”, finalizou Iolanda.

A Casa Azeite funciona de terça a sexta-feira, das 18h30 às 23h, e aos sábados, de 16h30 às 23h. A cozinha encerra as atividades meia hora antes do restaurante fechar. O cardápio completo pode ser conferido no @casa.azeite.

Então, se liga!

Casa Azeite

Endereço: Rua José Pedro Drumond, 56 – Floresta, BH
Funcionamento: Terça a sexta-feira, das 18h30 às 23h | Sábado, das 16h30 às 23h
Mais informações em @casa.azeite.

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