Novo consignado pode reduzir até 46% as parcelas de empréstimos; veja como funciona

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O governo federal lançou, na última quarta-feira, um novo modelo de crédito consignado que promete revolucionar o mercado financeiro para trabalhadores formais.

Com a possibilidade de portabilidade de empréstimos, os profissionais poderão reduzir suas prestações em até 46%, utilizando a Carteira de Trabalho Digital e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) como garantia. A iniciativa visa oferecer taxas mais acessíveis e aliviar o endividamento de milhões de brasileiros.

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Como Funciona o Novo Crédito Consignado?

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Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Acesso via Carteira de Trabalho Digital

O novo sistema permite que trabalhadores formais solicitem propostas de crédito diretamente pelo aplicativo da Carteira de Trabalho Digital. Após autorizar o acesso a dados como nome, CPF, margem salarial disponível para consignação e tempo de empresa, o trabalhador recebe ofertas de instituições financeiras habilitadas em até 24 horas. A partir de 21 de março, o sistema estará em operação, e a partir de 25 de abril, as contratações poderão ser feitas também pelos canais eletrônicos dos bancos.

FGTS como Garantia

Uma das grandes novidades é a possibilidade de usar até 10% do saldo do FGTS como garantia para o empréstimo. Além disso, em caso de demissão sem justa causa, o trabalhador poderá utilizar 100% da multa rescisória (equivalente a 40% do saldo do FGTS) para quitar a dívida. Caso o valor não seja suficiente, o pagamento será interrompido e retomado quando o trabalhador conseguir um novo emprego CLT.

Limite de Comprometimento da Renda

O novo crédito consignado permite o comprometimento de até 35% do salário bruto, incluindo benefícios, abonos e comissões. O desconto das parcelas é feito automaticamente pelo empregador, que repassa o valor à Caixa Econômica Federal, responsável por efetuar o pagamento aos bancos credores.

Vantagens em Comparação a Outras Modalidades

Redução de Custos

De acordo com simulações realizadas pela Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), o novo crédito consignado pode ser significativamente mais barato do que outras modalidades de empréstimo.

Por exemplo, um empréstimo de R$ 5 mil no cheque especial custaria R$ 7.724,04 ao final de 12 meses, enquanto, no Crédito do Trabalhador, o valor total seria de R$ 5.988,24 — uma economia de R$ 1.735,80.

Para um empréstimo de R$ 2 mil, a diferença também é expressiva:

  • Cheque especial: R$ 3.089,64
  • Crédito pessoal: R$ 2.878,32
  • Rotativo do cartão de crédito: R$ 4.478,64
  • Crédito do Trabalhador: R$ 2.395,32

Migração e Portabilidade

A partir de 25 de abril, trabalhadores que já possuem empréstimos consignados poderão migrar para a nova linha de crédito. A portabilidade entre bancos estará disponível a partir de 6 de junho, permitindo que os usuários busquem as melhores taxas e condições do mercado.

Impacto no Mercado Financeiro

Redução do Risco de Inadimplência

Para o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, o novo crédito consignado beneficia tanto os trabalhadores quanto os bancos. “O risco de crédito para o banco será muito menor no consignado novo, o que aumenta a qualidade dos ativos e reduz a inadimplência”, afirma. Ele também destaca que o trabalhador só poderá acessar a nova linha após quitar dívidas mais caras, como cheque especial ou rotativo do cartão de crédito.

Críticas do Setor Imobiliário

A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) manifestou preocupação com a coexistência do novo crédito consignado e o saque-aniversário do FGTS. Segundo a entidade, a expansão dos saques do Fundo pode comprometer sua sustentabilidade e prejudicar o financiamento de moradias populares, saneamento e infraestrutura. A Abrainc defende a extinção do saque-aniversário, que já retirou mais de R$ 142 bilhões do FGTS.

Riscos e Recomendações

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Imagem: Brenda Rocha – Blossom / shutterstock.com

Atenção a Golpes

O economista Eduardo Araújo elogia a iniciativa do governo, mas alerta para o risco de fraudes, como a “falsa portabilidade”. “É preciso ter atenção com mensagens ou ligações recebidas, e jamais transferir recursos para terceiros sob justificativa de quitação de dívidas”, ressalta.

Uso Consciente do Crédito

Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo da Anefac, recomenda que o novo crédito seja utilizado para quitar dívidas mais caras. “O consumidor deve se livrar de uma dívida mais cara, como o rotativo do cartão ou o cheque especial, para então aproveitar as vantagens do consignado”, explica.

Conclusão

O novo Crédito do Trabalhador representa uma oportunidade para milhões de brasileiros reduzirem seus custos com empréstimos e reorganizarem suas finanças. Com taxas mais baixas, portabilidade e a possibilidade de usar o FGTS como garantia, a modalidade promete aliviar o endividamento e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores formais.

No entanto, é fundamental que os usuários estejam atentos aos riscos de fraudes e utilizem o crédito de forma consciente, priorizando a quitação de dívidas mais caras e evitando o comprometimento excessivo da renda.

Imagem: Sidney de Almeida / Shutterstock.com

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