Copom deve aumentar a Selic para 14,5% na quarta-feira (19)

Imagem ilustrativa da taxa Selic com três dados entre pilhas de moedas

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) está prestes a anunciar uma nova elevação da taxa Selic na próxima quarta-feira, 19 de março. De acordo com a previsão do mercado, a Selic deverá subir em 1 ponto percentual, alcançando o patamar de 14,5% ao ano. Esta decisão marca um momento significativo para a economia brasileira, pois a taxa de juros é uma das principais ferramentas do BC para controlar a inflação e estabilizar o crescimento econômico.

Neste artigo, discutiremos o que significa esse aumento para a economia, as previsões do mercado sobre as próximas movimentações da Selic e os possíveis efeitos no dia a dia dos brasileiros. Além disso, exploraremos as razões por trás dessa elevação e as implicações para as metas inflacionárias do governo.

O que esperar do aumento da Selic

Selic governos
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De acordo com uma pesquisa realizada com 13 instituições financeiras, incluindo bancos, casas de análise e gestoras de recursos, há uma unanimidade sobre a decisão do Copom: todos os analistas consultados apostam em uma alta de 1 ponto percentual para a Selic na próxima reunião. Este aumento colocará a taxa de juros em seu maior nível desde agosto de 2016, um marco importante, já que a última vez que a Selic foi elevada a 14,5% foi há mais de nove anos.

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A alta da Selic tem como principal objetivo combater a inflação, que, apesar de ter mostrado uma desaceleração recente, ainda está acima da meta estabelecida pelo governo. Para 2025, a meta de inflação do Banco Central é de 3%, mas as estimativas atuais indicam que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deve fechar o ano em torno de 5,68%.

Importância do aumento

O aumento da Selic é uma das medidas adotadas pelo Banco Central para tentar conter o avanço da inflação, um problema persistente para a economia brasileira nos últimos anos. Quando os juros são elevados, o custo do crédito sobe, o que desestimula o consumo e o investimento. Isso, por sua vez, pode ajudar a reduzir a pressão sobre os preços, contribuindo para o controle da inflação.

No entanto, essa estratégia não é isenta de desafios. A elevação da Selic também tem efeitos negativos sobre o crescimento econômico, uma vez que pode tornar os empréstimos mais caros e reduzir o poder de compra das famílias. Por isso, o BC busca equilibrar essas duas forças, tentando controlar a inflação sem prejudicar excessivamente o crescimento econômico.

O que vem após a reunião

Embora o mercado tenha uma previsão clara sobre a elevação da Selic na reunião de março, as apostas sobre os próximos passos do Copom após essa reunião estão mais dispersas. De acordo com as instituições financeiras consultadas, as previsões variam sobre até onde o Banco Central poderá levar a taxa de juros.

  • Cenário mais otimista: Alguns analistas acreditam que o ciclo de aumentos pode continuar até que a Selic atinja 15% ao ano, patamar que seria considerado o “juros terminal” para este ciclo de aperto monetário. Esse é o cenário mais comum entre os agentes financeiros, com seis instituições apontando para essa taxa.
  • Cenário mais pessimista: Por outro lado, três casas de análise preveem que a Selic poderá alcançar 15,25% ao ano. A aposta mais agressiva vem do banco Santander, que sugere que a Selic pode atingir até 15,50% caso o Banco Central continue com a política de elevação dos juros.
  • Cenário moderado: O banco Inter é a única instituição a prever um cenário diferente, acreditando que o BC poderá interromper os aumentos antes de atingir os 15%, com uma projeção de 14,75% como taxa terminal.

Essas divergências refletem as incertezas que ainda cercam as decisões futuras do Copom. A expectativa é que o Banco Central, após a reunião de março, se mostre mais cauteloso em suas comunicações, aguardando mais dados econômicos para definir o ritmo dos próximos aumentos.

Papel da comunicação do Banco Central

O próprio Banco Central já deu pistas de que a reunião de março resultará em um aumento da Selic. Em suas últimas comunicações, o BC foi bastante claro sobre a necessidade de manter uma postura firme no combate à inflação, o que reforça as expectativas de que a alta da Selic será mesmo confirmada. A ata da última reunião, realizada em janeiro, também indicou que o Comitê de Política Monetária manteria sua política de aperto monetário enquanto a inflação não mostrasse uma desaceleração mais consistente.

Para o banco Inter, essa clareza nas sinalizações do Banco Central foi crucial para sedimentar a expectativa de alta de 1 ponto percentual na reunião de março. A instituição acredita que a decisão do Copom já está praticamente confirmada, mas destaca que o foco agora será nas sinalizações para o futuro.

Impacto no mercado financeiro

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A elevação da Selic tem impactos diretos sobre os mercados financeiros, sobre principalmente os investimentos em renda fixa. Com a Selic mais alta, os rendimentos de produtos como CDBs, Tesouro Direto e fundos de investimento atrelados à taxa de juros tendem a aumentar. Isso pode atrair mais investidores para esses ativos, especialmente aqueles que buscam segurança e rentabilidade mais alta em tempos de incerteza econômica.

Por outro lado, a alta da Selic também pode afetar negativamente os mercados de ações, uma vez que os custos mais elevados de financiamento e a expectativa de uma desaceleração econômica podem pressionar os lucros das empresas. Isso pode resultar em um cenário mais desafiador para o mercado de ações no curto e médio prazo.

Considerações finais

A decisão do Copom de elevar a Selic para 14,5% na quarta-feira, 19 de março, é um reflexo da tentativa do Banco Central de controlar a inflação e estabilizar a economia brasileira. Embora o aumento de 1 ponto percentual já esteja praticamente garantido, as expectativas para os próximos passos do BC permanecem incertas, com os analistas divididos sobre até onde a Selic pode chegar.

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