Carreta que tombou e bloqueou BR-376 tinha freio adulterado e outras irregularidades

Uma carreta com diversas irregularidades mecânicas tombou na manhã desta terça-feira (18) no km 665 da BR-376, em Guaratuba (PR), no sentido Santa Catarina. O veículo transportava uma carga de soja, que se espalhou pela pista, causando a interdição total do tráfego por quase três horas. Apesar dos danos materiais, ninguém ficou ferido.

Durante a fiscalização, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) constatou que o conjunto veicular apresentava graves falhas de segurança. O cavalo-trator estava sem dois pneus em um dos eixos e com uma cuíca de freio isolada, provavelmente para postergar a manutenção e possibilitar que o veículo continuasse a circular.

A carreta também apresentava pneus completamente desgastados, segundo a PRF. Além disso, foi identificado o uso não autorizado do dispositivo conhecido como “fominha”, uma modificação para que o veículo consiga transportar mais carga, aumentando o risco envolvido.

Carga se espalhou pela rodovia – Vídeo: Divulgação/ND

O cronotacógrafo, equipamento que registra a velocidade e o tempo de direção, do caminhão estava com a aferição vencida desde agosto de 2024, em desacordo com a legislação que regula a jornada e o descanso de motoristas profissionais.

Diante das irregularidades, o veículo foi removido ao pátio da PRF e só será liberado após a devida regularização. O valor das multas, conforme o Código de Trânsito, é de R$ 976.

Somente em 2025, a PRF realizou no Paraná mais de 3 mil autuações em veículos em mau estado de conservação, infração que engloba irregularidades como os pneus com desgaste excessivo. O número equivale a mais de 40 flagrantes por dias. Outros 1.450 veículos foram flagrados com problemas nos equipamentos obrigatórios, como o sistema de freio.

Relembre outro caso na BR-376

Em outubro de 2024, no mesmo local, uma carreta que já vinha apresentando problema nos freios causou um acidente que matou nove pessoas, incluindo oito jovens integrantes de uma equipe de remo de Pelotas. O proprietário e o motoristas respondem na justiça por homicídio culposo. A velocidade máxima para o local, descida de serra sinuosa, é de 60 km/h, justamente para evitar tombamentos e outros acidentes. O tombamento ocorreu poucos metros antes de um radar fixo, instalado para fiscalizar a velocidade dos veículos.

Ficha de inscrição do campeonato e testemunham acidente com atletas de remo – Foto: Márcio Falcão/NDTV