TJD decide pela interdição do estádio Augusto Bauer; Brusque pode recorrer

Brusque Augusto Bauer

A Terceira Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol de Santa Catarina (TJDFut-SC) decidiu, nesta terça-feira, 18, pela interdição do estádio Augusto Bauer. A punição é resultado do primeiro julgamento do caso no qual um banner da Federação Catarinense de Futebol (FCF) foi retirado das janelas do bar Na Cara do Gol, que tem visão do campo a 3 metros da linha de fundo.

A interdição foi uma decisão unânime dos cinco auditores. Também foi aplicada multa de R$ 100 ao Brusque. O clube pode recorrer da decisão ao pleno.

Conforme o texto da decisão, a interdição será válida “até que se cumpra todas as exigências que serão impostas pela Federação Catarinense de Futebol”. Estas exigências não são citadas na ata de julgamento, publicada na noite desta terça-feira, 18, no site da FCF.

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O texto da decisão na ata de julgamento, publicada no site da FCF | Imagem: Reprodução

O quadricolor foi julgado com base no artigo 211 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que trata sobre não manter o local indicado para a partida com infraestrutura necessária e plena garantia e segurança de realização. A pena inclui multa, que varia de R$ 100 a R$ 100 mil, e “interdição do local, quando for o caso, até a satisfação das exigências que constem da decisão”.

O Carlos Renaux foi citado no texto da denúncia. “O proprietário do estádio Augusto Bauer, o Clube Atlético Carlos Renaux, omitiu a esta Federação que parte do seu estádio, cerca de 1,5m (um metro e meio) dentro do recinto onde ocorrem os jogos (do alambrado para dentro), não é de sua propriedade.”

Com isto, o Augusto Bauer não tem medidas adequadas no perímetro de seu imóvel. A distância mínima regulamentar da linha de fundo ao alambrado é de 3 metros.

Esta é a distância da linha de fundo à parede do BKR Park Mall, centro comercial em frente ao estádio. Contudo, metade desta distância pertence ao centro comercial. Ou seja, o imóvel do Augusto Bauer termina num recuo de 1,5 metro em relação à linha de fundo.

Esta margem foi a prerrogativa para o bar Na Cara do Gol fazer a retirada de um banner da FCF que cobria suas janelas em 1º de março, horas antes de Brusque x Chapecoense, pelas quartas de final do Campeonato Catarinense. Contudo, a federação não aceita que o local, que é separado do estádio, tenha vista do campo durante as partidas. A capacidade do bar em dias de jogo é inferior a 100 pessoas.

Constava no texto da denúncia que o Brusque não tomou providências sobre a “remoção não autorizada por terceiros de ‘banner’ veiculando a campanha ‘Cartão Vermelho para o Racismo’” e nem atendeu a FCF sobre “o fechamento de abertura existente no prédio que se encontra na linha de fundo do campo de jogo”. A abertura a que se refere a denúncia é a janela do bar Na Cara do Gol.

O caso

Para a reforma do estádio Augusto Bauer finalizada no segundo semestre de 2024, o Carlos Renaux cedeu parte do seu terreno aos empresários que realizaram as obras. Nesta parte do terreno, foi construído o BKR Park Mall, um centro comercial. Nos fundos deste prédio, estão quatro janelas do bar Na Cara do Gol, que dão ampla visão do gramado do Augusto Bauer.

A Federação Catarinense de Futebol exigia que as janelas fossem tampadas, desde o início das obras. Brusque, enquanto locatário, e Carlos Renaux, enquanto proprietário, não mostraram resistência às janelas. A FCF enviava ofícios ao Brusque exigindo que as janelas fossem cobertas ou bloqueadas.

Em 1º de março, horas antes de Brusque x Chapecoense, pelas quartas de final do Campeonato Catarinense, a FCF instalou um banner sob medida nas redes de proteção entre o BKR Park Mall e a linha de fundo, para bloquear a visão do bar para o gramado. Funcionários do bar atenderam a ordens do proprietário para retirarem o banner.

No início da tarde, o proprietário do bar, Alex Buschirolli, realizou coletiva de imprensa reforçando que há uma distância mínima permitida de 3 metros entre a linha de fundo e a parede do BKR Park Mall, sendo que 1,5 metro desta distância pertence ao imóvel do prédio. O empresário, que também foi um dos responsáveis pela reforma do estádio, também afirmou que processaria a FCF por perdas e danos, referentes a eventuais prejuízos que o bar teria com a tentativa de bloqueio das janelas.

A partida entre Brusque e Chapecoense correu normalmente, com o time visitante saindo vencedor na disputa de pênaltis. Outras quatro partidas do quadricolor foram realizadas no estádio com o bar funcionando normalmente.


Assista agora mesmo!

Kai-Fáh: Luciano Hang foi dono de bar em Brusque, onde conheceu sua esposa:
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