Dirigentes do Brusque falam sobre salários, relação com torcida, Copa do Brasil e mais

Brusque SAF Pedro Costa Miguel Socorro

A diretoria da SAF do Brusque se manifestou oficialmente no fim da tarde desta quarta-feira, 26, pela primeira vez após o fim da campanha quadricolor no Campeonato Catarinense. O gerente de futebol Pedro Costa e o vice-presidente do Grupo AVS, Miguel Socorro, realizaram uma coletiva de imprensa, na qual foram abordados diversos assuntos: salários, premiações, estruturas, relação com torcida, contratações, calendário, entre outros. O encontro durou cerca de uma hora.

Entre os destaques, está a confirmação do aluguel do América do Steffen para sediar as atividades do quadricolor, além dos movimentos que o Brusque tem feito para liberar o estádio Augusto Bauer após a interdição.

Miguel Socorro relatou também que premiações em atraso que o clube associativo tem a pagar serão inclusas em parcelamentos previstos na Lei da SAF (Lei 14.193/2021). A legislação prevê o chamado Regime Centralizado de Execuções, que concentra dívidas, receitas e a distribuição de valores a credores.

O dirigente relata que a SAF fez um pagamento à vista para o clube associativo, visando a quitação de contas em atraso. “A associação entendeu pagar outras verbas que seriam, eventualmente, mais urgentes. Esse valor [premiações à equipe] não foi pago por eles. Portanto, vai entrar como na Lei da SAF, no parcelamento, e todo mundo vai receber as suas verbas em tempo, de direito, de acordo com a Lei da SAF.”

Relatos de funcionários e jogadores ao longo dos últimos meses indicam que a nova gestão tem realizado cortes, incluindo reduções salariais nas transições de contratos do associativo para a SAF e a assinatura de termos de quitações de valores a receber. Isto gerou insatisfações e a saída de alguns funcionários. Com poucos detalhes, Miguel Socorro falou pela primeira vez sobre o tema.

“Qualquer empresa com algumas dificuldades é alvo de uma reestruturação que passa por algumas posições que podem parecer menos simpáticas, mas são necessárias. Portanto, se eventualmente o time tinha sucesso esportivo, mas [estava] financeiramente com muitos problemas, um processo de estruturação é necessário e obrigatório.”

“Não houve essa questão de redução [de salários]. Trata-se efetivamente de fazer tudo o que são os pagamentos e reformular os contratos para que estejam todos de acordo com a lei. Portanto, foi só esse tipo de estruturação que nós fizemos. Conseguimos chegar a acordo com todos os jogadores, à exceção de três. É assunto que está entregue ao departamento jurídico e está em fase de resolução.”

Socorro preferiu não citar os nomes dos jogadores. Matheus Nogueira e Rodolfo Potiguar são dois dos atletas que não têm aceitado as condições contratuais da SAF.

“Nós não coagiamos ninguém. Falamos com todos e todos eles aceitaram as condições, que seria não mais do que regularizar os contratos para uma forma legítima e correta de procedimento, OK? Apenas isso, uma questão de regularização. Todos eles aceitaram, exceto três jogadores. (…) Daremos também notícias assim que tem tenhamos uma notícia sobre isso. Não foi mais do que regularizar uma situação que agora parece um problema, mas daqui a nada já vai deixar de ser.”

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Copa do Brasil e Libra

O Brusque ainda não recebeu as premiações da CBF por ter se classificado à segunda e à terceira fase da Copa do Brasil. O motivo é a SAF estar sob os procedimentos de regularização junto à entidade. Os dirigentes esperam ter a situação pronta em abril. A SAF tem um sistema de premiações voltado à equipe pelas classificações.

“Mais do que as premiações, a entrega deles [jogadores] tem sido total. Estamos muito contentes com o grupo que temos. Temos um grupo de homens de caráter e acreditamos que é uma boa base para aquilo que vai ser uma temporada muito difícil que temos pela frente”, comenta Socorro.

Quanto aos vínculos do Brusque com a Liga do Futebol Brasileiro (Libra), o dirigente afirma que os contratos deverão ser revertidos à SAF, prevendo também evoluções neste sentido também ao longo de abril.

Copa Santa Catarina

Sem vaga garantida na Copa do Brasil de 2026, o Brusque não descarta participação na Copa Santa Catarina de 2025, mas também ainda não confirma que vai disputar a competição. O quadricolor não joga a Copa SC, que dá vaga à Copa do Brasil, desde 2019, quando conquistou seu quinto título.

“Possivelmente numa próxima coletiva ou num próximo momento já tenhamos a informação sobre a disputa da Copa Santa Catarina. E também tendo que entender os moldes, entender as equipes, entender o formato, entender o momento. É uma decisão que podemos levar um pouco adiante para tomar em relação à participação ou não.”

Relação com torcida

Miguel Socorro rebateu as afirmações de que a relação entre Brusque e torcida tenham esfriado. Em sua visão, o momento do clube é diferente para o torcedor, mas não há mudanças que causem um distanciamento.

“O clube é o mesmo. As cores são as mesmas, o hino é o mesmo, a camisa que vai para dentro do campo é a mesma. Só a gestão é diferente. Nós queremos jogar na cidade, estamos a fazer tudo para que se desbloqueie a situação do Augusto Bauer. Ou seja, tudo aquilo que nós estamos a fazer é em prol do clube e em prol do torcedor, para melhorar as condições de um clube que eles tanto gostam”, inicia.

“Portanto, eu entendo que possa haver alguma desconfiança em relação à nossa vinda, mas nós queremos, com o nosso trabalho e com o tempo, demonstrar que nós estamos aqui para criar valor. E criar valor é regularizar todas as situações pendentes, criar estruturas e alicerces para que [estas situações] não voltem a acontecer. Criar um time que seja competitivo, que as pessoas se possam orgulhar dele e que a cidade se possa orgulhar.”

Socorro também faz elogios à gestão do clube associativo e afirma que a SAF quer melhorar o que já foi feito. “A anterior administração fez um excelente trabalho, com todas as dificuldades que teve e sem capacidade de aporte financeiro. Fez um trabalho excelente, esportivamente fez coisas impensadas. Nós estamos aqui para melhorar isso. Portanto, queremos acreditar que o torcedor vai estar conosco.”

Sócio-torcedor e aproximação

Pedro Costa pontua que o atual plano de sócio-torcedor está sendo revisto e que a SAF, após os 14 jogos que teve de 15 de janeiro a 6 de março, inicia trabalhos para entendimento da cidade e do torcedor. A ideia é iniciar uma aproximaçãoo maior a partir da Série C.

“Existe, sim, uma análise sendo feita sobre o plano dos sócios. Que sejam ajustes ou seja a continuação do trabalho, o que for decidido será comunicado para toda a população, para todos os torcedores. Estaremos sempre buscando melhorias nos planos, tanto para os torcedores, quanto também para o clube que seja um projeto rentável, que ele possa ter cada vez mais sócios e cada vez mais torcedores nos jogos.”

“Já tivemos uma reunião até com a própria torcida organizada [Torcida Força Independente – TFI] na sede para nos conhecermos, para criarmos uma relação, para entendermos alguns pontos deles e da nossa parte. Então essa aproximação tem sido feita. Talvez não na velocidade que nós gostaríamos, também que a torcida gostaria”, completa.

Patrocinadores

Miguel Socorro complementa sobre a relação com os patrocinadores, com a SAF realizando reuniões ao longo dos últimos dias. “Temos sido muito bem recebidos por todos também e entendemos que é importante para o nosso projeto, para que não reste dúvidas. A aproximação e a ligação com a diretoria da associação [clube associativo] é total. Nós fizemos todos os pagamentos previstos no contrato da SAF. Temos uma relação boa.”

Acesso ao estádio

Uma das principais reclamações da torcida é o fato de o estádio Augusto Bauer estar abrindo apenas uma hora antes das partidas. Isto causa filas no acesso, que já é dificuldado pelo fato dos setores de cadeiras e arquibancada coberta serem acessados pela mesma escada estreita, ao lado da secretaria do Carlos Renaux. Em dias de calor, o transtorno é maior para entrar no estádio.

Miguel Socorro afirma que, a princípio, uma hora é o bastante. Deverá ser o procedimento padrão. Contudo, também avalia que uma abertura dos portões com maior antecedência será adotada a depender, das partidas, das datas e da venda de ingressos.

“Nós compreendemos e estamos do lado do torcedor e ouvimos as suas reivindicações e as suas as suas opiniões são muito importantes para nós. Nós entendemos, na experiência que temos na organização de jogos, que não sendo um jogo considerado de alto risco ou com 100% a lotação, que uma hora é realmente suficiente para colocar todo mundo dentro do estádio. Logicamente, com regras”, afirma Socorro, argumentando com a relação custo-benefício para o clube na média de público que o Brusque tem apresentado. Ainda assim, o clube pretende aumentar a média de público, hoje inferior a 3 mil torcedores por jogo.

O dirigente também prevê uma fila de entrada preferencial para idosos e pessoas com deficiência. “E a partir daí também analisaremos tudo aquilo que nós faremos em termos de organização de jogo (…). Se eventualmente entendermos que temos mesmo que fazer com mais tempo, assim faremos. Isto é um processo dinâmico.”

“E nós entendemos que há momentos diferentes. Nós entendemos também que se for um jogo às 17h no sábado, o torcedor vem ao meio-dia pro estádio. Aí até faz sentido ter uma fan zone, ter atividades no lado de fora que estimule a vinda. E isso com certeza vai acontecer. Agora, sabemos que num jogo às 20h num dia de semana, talvez já não justifique tanto, porque a pessoa vem mais em cima da hora do jogo”, exemplifica.

Shows e eventos no Augusto Bauer

Com o Augusto Bauer recebendo shows e eventos, é possível que haja conflitos de agenda com partidas do Brusque. Isto já aconteceria em 8 de fevereiro, quando Brusque e Criciúma empataram em 1 a 1. Um show do cantor Ferrugem seria realizado na mesma data, mas foi adiado para 19 de abril. É o mesmo fim de semana previsto para Brusque x Ituano, pela Série C.

Pedro Costa afirma que os avisos antecipados permitem uma organização ao longo da temporada. Também cogita uma alteração da data desta partida, a primeira do quadricolor como mandante na competição.

“A nossa ideia é antecipar essas datas para poder chegar num acordo com a CBF, com a Federação [Catarinense], com o órgão responsável pela competição, para podermos ajustar as datas e não ter o risco de jogar fora do Augusto Bauer. Então, temos total ciência desse ponto, e vamos trabalhar antecipadamente para não acontecer de precisar sair da cidade para jogar.”

“Hoje tem sim uma data confirmada, a gente já tá alinhando, já estamos alinhando com a CBF também um possível ajuste de data da nossa partida, para não acontecer o conflito de datas. Então a relação é muito próxima, muito direta, muito tranquila.”

Mercado

A intenção da SAF é montar um elenco que possua entre 30 e 32 jogadores para a Série C. Pedro Costa conta 30 atletas disponíveis no Brusque hoje, o que inclui os provenientes da base do clube. O foco das contratações tem sido de jovens até 24 anos, com algumas peças de idade mais próxima dos 30.

“Não temos cravado posições necessárias para contratação. Claro que uma ou outra se faz necessária hoje pela análise do elenco, talvez por carência, talvez por saídas recentes. Mas o, o Brusque tá atento a todas as posições, e principalmente a todas as oportunidades que o mercado vai nos proporcionar até a data de fechamento dessa dessa janela para iniciar a Série C”, comenta Costa.


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