Bitcoin supera o dólar como investimento no Brasil: A revolução das criptomoedas segundo a primeira pesquisa nacional

Bitcoin

O Brasil está vivendo uma revolução silenciosa no setor de investimentos. O Bitcoin (BTC), que já ocupa um lugar de destaque no cenário global, agora se posiciona de maneira notável no portfólio dos brasileiros, superando até o dólar em popularidade como opção de investimento.

A revelação veio por meio da 1ª Pesquisa Nacional de Criptomoedas, conduzida pelo Datafolha e pela Paradigma Education, com o apoio de gigantes do setor como a Coinbase e a Hashdex. O levantamento, que entrevistou mais de 2.000 pessoas em 113 municípios brasileiros, oferece um retrato preciso da relação entre os brasileiros e as moedas digitais.

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O crescimento das criptomoedas no Brasil

Bitcoin criptomoedas
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A pesquisa revelou um dado impressionante: 25 milhões de brasileiros, representando 16% da população, já possuem ou já investiram em criptomoedas. Esse número coloca o Brasil como o 7º maior mercado de criptomoedas do mundo, ficando atrás apenas de países como Índia, Estados Unidos, China, Indonésia, Turquia e Nigéria.

Esse crescimento não é apenas numérico, mas reflete uma mudança no comportamento dos consumidores e investidores brasileiros, que estão cada vez mais interessados em diversificar suas carteiras com ativos digitais.

Com o Bitcoin ganhando destaque, as moedas digitais se firmaram como uma das formas de investimento mais populares no país, posicionando-se entre as cinco opções mais preferidas, atrás apenas da poupança, imóveis e o tradicional dinheiro no colchão.

As criptomoedas estão, inclusive, empatadas com fundos de investimento, outro ativo financeiro bastante comum entre os brasileiros.

O bitcoin já superou o dólar

O dado mais surpreendente da pesquisa foi a constatação de que o Bitcoin já é mais famoso e popular do que o dólar como ativo de investimento no Brasil.

A popularidade crescente das criptomoedas está se tornando um reflexo de um movimento global mais amplo, no qual os investidores buscam alternativas ao sistema financeiro tradicional, marcado por políticas monetárias instáveis e pela alta dependência de moedas fiduciárias, como o dólar.

Perfil dos brasileiros que investem em criptomoedas

A pesquisa também trouxe à tona o perfil demográfico dos brasileiros que estão se aventurando no mercado de criptomoedas. A maior parte dos investidores tem entre 16 e 24 anos (80%) e reside na região Sudeste (65%).

Além disso, o gênero masculino é predominante entre os investidores, com 64% de homens. Esses números revelam que, apesar de a população jovem ser a mais inclinada a investir em criptomoedas, o mercado ainda tem um longo caminho a percorrer em termos de inclusão e diversidade.

Outro dado interessante da pesquisa é que, entre os entrevistados, 63% acreditam que o sistema financeiro atual não é justo para todos e 74% acreditam que ele poderia se beneficiar de uma modernização.

Esse sentimento de insatisfação com o sistema bancário tradicional é um dos principais motores do crescimento das criptomoedas, já que muitos veem nas moedas digitais uma alternativa mais justa e democrática.

O impacto dos bancos digitais e o real digital

Um dos fatores que ajudaram na popularização das criptomoedas entre os brasileiros foi a integração das moedas digitais nos aplicativos de bancos digitais, como aconteceu com o Nubank.

Essa abordagem permitiu que as criptomoedas se tornassem mais acessíveis para uma ampla gama de brasileiros, tornando-se uma opção viável para aqueles que antes não tinham familiaridade com o mercado financeiro tradicional.

A pesquisa também sugere que o lançamento do Drex, o real digital, pode ter um impacto semelhante no mercado de criptomoedas. A iniciativa do Banco Central do Brasil de criar uma versão digital da moeda nacional tem o potencial de ampliar ainda mais a adoção de criptomoedas no país, ao integrar a tecnologia blockchain no sistema financeiro nacional.

O mercado de criptomoedas no Brasil: Desafios e expectativas

Embora a adoção de criptomoedas esteja em alta no Brasil, a pesquisa também revelou que existem desafios significativos para a plena consolidação do Bitcoin e outras moedas digitais no país. O levantamento revelou que, embora 54% dos brasileiros conheçam o Bitcoin, dois terços dessas pessoas não conhecem outras criptomoedas além do BTC.

Isso indica que, apesar de o Bitcoin ser amplamente reconhecido, muitos brasileiros ainda têm uma compreensão limitada sobre o ecossistema mais amplo das moedas digitais.

Bitcoin: Mercado de ações ou mercado de ouro?

Um dado relevante da pesquisa é que 45% dos entrevistados acreditam que o Bitcoin é mais semelhante ao mercado de ações do que ao mercado de ouro, que é tradicionalmente visto como um ativo seguro e de valor estável.

Além disso, 29% dos brasileiros veem o Bitcoin como um tipo de aposta. Essa percepção pode ser atribuída à alta volatilidade do mercado de criptomoedas, que ainda é visto por muitos como um mercado especulativo, sujeito a grandes oscilações de preço.

O fato de o Bitcoin ser comparado a um mercado de ações ou a uma aposta reflete a falta de compreensão mais profunda sobre a natureza do ativo. Muitos investidores ainda associam o Bitcoin a um investimento de risco, e não a uma reserva de valor ou proteção contra a inflação, como muitos defensores da criptomoeda argumentam.

O caminho das criptomoedas no Brasil: Desafios e oportunidades

O levantamento também sugere que, embora o Bitcoin tenha se tornado mais popular, a falta de educação financeira e o desconhecimento sobre as outras criptomoedas ainda são obstáculos importantes para a massificação das moedas digitais no Brasil.

É necessário um esforço contínuo para aumentar a literacia financeira digital e promover uma compreensão mais ampla sobre como funcionam as criptomoedas e como elas podem ser usadas como ferramentas de investimento.

Auto Custódia: O Caminho para a independência digital

Outro dado relevante da pesquisa é que mais de três milhões de brasileiros, ou cerca de 2% da população, já possuem sua própria carteira (wallet), o que indica que estão mais envolvidos com a auto custódia de seus ativos digitais.

Esse é um passo importante em direção à independência financeira digital, pois as carteiras pessoais permitem que os investidores tenham controle total sobre seus fundos, sem depender de intermediários.

No entanto, a auto custódia também apresenta desafios, como a necessidade de maior segurança no armazenamento das criptomoedas. Para garantir a proteção dos ativos, é essencial que os investidores adotem boas práticas de segurança digital, como o uso de carteiras frias (cold wallets) e senhas fortes.

Conclusão: O futuro das criptomoedas no Brasil

Criptomoedas em 2025
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O Brasil está se consolidando como um dos maiores mercados de criptomoedas do mundo, e a pesquisa mostra que as moedas digitais estão cada vez mais presentes no cotidiano dos brasileiros. O Bitcoin, em particular, ganhou relevância, superando até o dólar como opção de investimento para muitos.

Com uma nova geração de investidores cada vez mais disposta a explorar alternativas ao sistema financeiro tradicional, o mercado de criptomoedas no Brasil tem um grande potencial de crescimento. No entanto, para que esse crescimento seja sustentável, é necessário que haja um aumento na educação financeira e que os brasileiros se familiarizem mais com o funcionamento das criptomoedas e seus riscos.

À medida que mais instituições financeiras e bancos digitais adotam criptomoedas e o Banco Central lança o real digital, o Brasil tem tudo para se tornar um líder global na adoção de ativos digitais. O futuro do Bitcoin e das criptomoedas no país parece promissor, e o próximo passo será integrar essas tecnologias de forma mais fluida e eficiente ao sistema financeiro nacional.

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