Banco Central deve lançar o Pix parcelado em setembro; saiba mais

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O Banco Central anunciou oficialmente que o Pix parcelado começará a funcionar a partir de setembro de 2025. A novidade permitirá que os consumidores brasileiros realizem pagamentos parcelados utilizando o Pix, o sistema de transferências instantâneas mais popular do país.

De forma semelhante ao cartão de crédito parcelado com juros, a nova funcionalidade permitirá que o recebedor receba o valor total da compra imediatamente, enquanto o pagador poderá quitar o valor em parcelas, arcando com um acréscimo correspondente aos juros aplicados.

A expectativa do Banco Central é de que o novo modelo aumente a utilização do Pix em transações de maior valor, especialmente no varejo e em operações entre pessoas físicas, incluindo aquelas que não possuem acesso a cartões de crédito tradicionais.

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Imagem: Miguel Lagoa/shutterstock

Como funcionará o Pix parcelado?

Recebedor recebe à vista; pagador quita com juros

Na prática, o Pix parcelado permitirá que qualquer pessoa ou estabelecimento receba integralmente e de forma instantânea o valor de uma compra ou transferência. Por outro lado, quem paga poderá dividir o valor em várias parcelas, conforme a oferta de crédito disponível na instituição financeira.

Ou seja, é uma operação semelhante ao parcelamento com juros no cartão de crédito, mas utilizando a tecnologia do Pix para garantir liquidez imediata ao recebedor e simplificação no processo de pagamento.

Exemplo de uso

Um consumidor compra um eletrodoméstico de R$ 2.000 e escolhe pagar em 10 vezes de R$ 220, com juros aplicados. O vendedor recebe os R$ 2.000 à vista, enquanto o comprador quita o valor em parcelas mensais debitadas da sua conta, conforme cronograma previamente definido.

Onde o Pix parcelado poderá ser utilizado?

Disponível para qualquer tipo de transação Pix

Segundo o Banco Central, não haverá restrições quanto ao tipo de uso do Pix parcelado. A nova modalidade poderá ser utilizada para:

  • Compras em estabelecimentos físicos (varejo, supermercados, lojas de departamentos);
  • Compras online em e-commerces;
  • Transferências entre pessoas físicas;
  • Pagamentos de serviços diversos, como cursos, mensalidades e serviços autônomos.

A possibilidade de parcelar qualquer tipo de transação amplia significativamente o uso do Pix e promete facilitar o acesso ao crédito para consumidores que hoje não têm limite disponível no cartão de crédito.

Diferença entre Pix parcelado e cartão de crédito

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Imagem: Freepik/ Edição: Seu Crédito Digital

Mais inclusivo e com liquidez instantânea para o recebedor

Apesar das semelhanças com o cartão de crédito, o Pix parcelado possui características próprias que o tornam uma alternativa mais acessível para muitos consumidores:

Característica Cartão de Crédito Pix Parcelado
Emissor Bandeiras (Visa, etc.) Instituições financeiras e fintechs
Acesso ao crédito Limitado a quem tem cartão Pode ser oferecido por bancos via Pix
Recebimento do lojista Pode demorar dias Instantâneo
Parcelamento Até 12x (ou mais) Conforme política da instituição
Juros Variáveis e muitas vezes altos Podem ser mais baixos, dependendo da oferta
Inclusão financeira Limitado Ampliado, atrelado à conta bancária

O diferencial mais relevante é a inclusão de públicos fora do sistema tradicional de crédito, como autônomos, informais e pessoas com baixa renda, que já usam o Pix no dia a dia, mas que não têm acesso ao parcelamento via cartão.

Impacto esperado no varejo e na economia

Estímulo às vendas e à inclusão financeira

Com a chegada do Pix parcelado, especialistas estimam que o sistema trará impactos positivos tanto para os consumidores quanto para o comércio. Entre os efeitos esperados:

Aumento nas vendas de bens duráveis

A possibilidade de parcelar produtos de maior valor deve impulsionar a venda de itens como eletrodomésticos, eletrônicos, móveis e serviços educacionais.

Maior acesso ao crédito

O Pix parcelado pode se tornar uma alternativa mais simples e barata ao cartão de crédito, sobretudo entre pessoas negativadas ou sem acesso ao sistema financeiro tradicional.

Redução de custos para o varejo

Como o pagamento ocorre via Pix, o recebedor não precisará arcar com taxas das bandeiras de cartões ou esperar dias para receber. Isso melhora o fluxo de caixa das empresas e reduz despesas operacionais.

Como será feita a oferta de crédito?

Instituições financeiras definirão os termos

A funcionalidade será habilitada diretamente pelos bancos e instituições financeiras, que poderão oferecer aos seus clientes a opção de parcelamento no momento da transação. Os juros, número de parcelas e critérios de aprovação ficarão a cargo de cada instituição.

O Banco Central apenas disponibiliza a infraestrutura do sistema Pix, mas não definirá os termos comerciais do crédito. A expectativa é que bancos e fintechs desenvolvam produtos personalizados, incluindo:

  • Parcelamento automático ao escanear um QR Code;
  • Opção de parcelamento para Pix realizados entre pessoas;
  • Integração com aplicativos de e-commerce e maquininhas.

Medidas de segurança e transparência

Proteção ao consumidor será prioridade

O Banco Central informou que o Pix parcelado contará com as mesmas medidas de segurança já presentes no sistema Pix tradicional, como:

  • Autenticação em duas etapas;
  • Confirmação da operação com senha ou biometria;
  • Notificações em tempo real sobre cada transação.

Além disso, haverá regras de transparência, exigindo que as instituições informem o Custo Efetivo Total (CET) da operação, o número de parcelas, as datas de vencimento e os valores totais a serem pagos.

Expectativa do mercado e próximos passos

Lançamento previsto para setembro de 2025

fachada do Bancos Central do Brasil, com letras e logotopo metálicos na cor cinza sobre uma parede de concreto cinza claro empréstimos nome
Imagem: rafastockbr / shutterstock.com

A funcionalidade está sendo finalizada pelas equipes técnicas do Banco Central e pelas instituições participantes do Fórum Pix, responsável pelo desenvolvimento e governança do sistema.

Segundo o BC, o cronograma atual prevê:

  • Junho a agosto de 2025: fase de testes com instituições selecionadas;
  • Setembro de 2025: lançamento oficial para o público geral, com adesão gradual das instituições.

As principais fintechs e bancos digitais, como Nubank, Inter, C6 e Mercado Pago, devem estar entre os primeiros a oferecer a nova funcionalidade.

Imagem: Brenda Rocha – Blossom /Shutterstock.com

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