O agora ex-ministro das Comunicações, Juscelino Filho, entregou nesta terça-feira (8) sua carta de demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão ocorre no mesmo dia em que veio à tona a denúncia apresentada contra ele pela Procuradoria-Geral da República (PGR), por suposto envolvimento em esquema de desvio de emendas parlamentares.
A decisão de se afastar, segundo ele, tem o objetivo de permitir que possa se dedicar à sua defesa “com serenidade e firmeza”, reafirmando que as acusações são “infundadas” e que confia no Supremo Tribunal Federal (STF) para comprovar sua inocência. Juscelino também retoma seu mandato como deputado federal pelo Maranhão.
Na carta, Juscelino afirma que tomou “uma das decisões mais difíceis” de sua trajetória e que deixa o cargo “por acreditar que, neste momento, o mais importante é proteger o projeto de país que ajudamos a construir”. O ex-ministro também declarou: “Saio do Ministério com a cabeça erguida e o sentimento de dever cumprido”.
Mais cedo, seus advogados divulgaram nota afirmando que ainda não foram formalmente notificados sobre a denúncia e criticaram um possível “indício perigoso de retorno ao punitivismo” no qual a imprensa fica sabendo dos autos antes dos envolvidos no processo.
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Os advogados também argumentam que Juscelino apenas indicou emendas parlamentares e que a responsabilidade pela execução das obras recai sobre o Poder Executivo. “Essa é a melhor oportunidade para se colocar um fim definitivo a essa maratona de factoides”, afirma o texto, assinado pelos criminalistas Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso e Francisco Agosti.Na carta de despedida, Juscelino destacou ainda que se orgulha de realizações de sua gestão, como a expansão da banda larga em escolas e comunidades carentes, a conexão da Amazônia com fibra óptica submersa e o lançamento da TV 3.0.
