
Dados atualizados do Índice Brasileiro de Conectividade (IBC), divulgados pela Anatel, revelam que o Distrito Federal ocupa o topo do ranking nacional com 77,41 pontos, seguido por São Paulo e Santa Catarina, ambos com 75,23 pontos. Esses três estados se destacam como os mais bem conectados do país em 2024, refletindo a maior capilaridade em investimentos em infraestrutura digital e cobertura de rede.
Contudo, no outro extremo do ranking, estados do Norte e Nordeste enfrentam os menores índices de conectividade, evidenciando os desequilíbrios regionais, apesar dos esforços em políticas pública para a região Norte. Roraima (43,74), Amazonas (44,92) e Pará (50,52) são os últimos colocados do IBC. Isto é, o cenário nacional ainda é marcado por desigualdades.
De acordo com a pesquisa TIC Domicílios 2023, do Cetic.br, 34% da população brasileira nas áreas rurais não possui acesso à internet – um número bem superior ao observado nas regiões urbanas. A falta de infraestrutura, custos elevados e ausência de oferta adequada continuam sendo os principais entraves para maior acesso, diz o levantamento.
Leia também: Dividir internet com vizinho é comum para parte do Brasil
Além disso, o levantamento aponta que 62% dos usuários de internet no Brasil acessam exclusivamente pelo celular, o que representa aproximadamente 92 milhões de indivíduos. Essa prática é ainda mais comum entre as classes sociais mais baixas: 87% dos usuários das classes D e E utilizam apenas o celular para se conectar à internet, enquanto na classe A, esse percentual é de apenas 9%.
Ambos os levantamentos corroboram ainda com dados do IBGE que indicam que, em 2023, 5,9 milhões de domicílios brasileiros não utilizavam a internet. As principais razões apontadas foram: falta de conhecimento para usar a internet (33,2%), outra vez o custo elevado do serviço (30,0%) e percepção de que não havia necessidade de acesso (23,4%) .
Especialistas alertam que, embora os índices de conectividade estejam subindo gradualmente, é preciso intensificar políticas públicas que levem banda larga de qualidade às regiões mais afastadas e economicamente vulneráveis.