Bolsa Família sob comando do Lula caiu em 3 mil cidades e reduziu beneficiários em 1 milhão

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O número de beneficiários do Bolsa Família foi reduzido em 1,1 milhão entre dezembro de 2022 e janeiro de 2025, conforme dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS).

O programa social, um dos maiores do Brasil, sofreu uma redução significativa, refletindo as mudanças implementadas pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A medida busca corrigir distorções e combater fraudes, mas também gerou repercussões em diversas cidades do país.

O Contexto da Redução: Um Panorama Nacional

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Imagem: Sidney de Almeida / shutterstock.com

Em dezembro de 2022, o programa Bolsa Família contava com 21,6 milhões de beneficiários. Em janeiro de 2025, esse número caiu para 20,5 milhões. A principal razão dessa diminuição foi o “pente-fino” realizado pelo governo federal para identificar e eliminar pagamentos indevidos. De acordo com o MDS, o governo encontrou 3,7 milhões de fraudes nos programas sociais vinculados ao Cadastro Único (CadÚnico).

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Além disso, a redução dos beneficiários afetou 61% dos municípios brasileiros. Um levantamento da CNN revelou que 3.412 dos 5.571 municípios registraram uma diminuição no número de famílias atendidas pelo programa. Esse fenômeno é um reflexo do esforço do governo para organizar e corrigir as distorções do programa, que havia crescido durante o mandato anterior de Jair Bolsonaro.

O “Pente-Fino” do Governo Federal

O pente-fino tem sido uma medida essencial para o governo de Lula. Através de uma análise detalhada, foi possível identificar os casos de fraudes e irregularidades no sistema. O MDS aponta que, até meados de 2024, já haviam sido identificados 3,7 milhões de pagamentos indevidos. Esse “enxugamento” foi visto como necessário para garantir que o programa beneficiasse apenas aqueles que realmente precisam do auxílio.

Impacto nas Cidades Brasileiras: Diferenças Regionais

O impacto da redução de beneficiários foi notável em diferentes regiões do Brasil. Cidades como o Rio de Janeiro, uma das maiores do país, experimentaram uma queda considerável no número de famílias atendidas. Entre dezembro de 2022 e janeiro de 2025, o Rio de Janeiro perdeu 88.305 beneficiários, o que representa uma redução de 14%.

A Maior Queda: Braço do Trombudo

Proporcionalmente, uma das cidades que mais sofreu com a redução foi Braço do Trombudo, em Santa Catarina. A cidade viu sua quantidade de beneficiários cair em 70%, passando de 51 para 15 famílias atendidas. Esse tipo de redução proporcional é um reflexo das análises detalhadas realizadas no processo de revisão do programa.

Cidades com Aumento no Número de Beneficiários

Por outro lado, algumas cidades experimentaram um aumento no número de beneficiários do Bolsa Família. Manaus, por exemplo, liderou as altas, com um acréscimo de 15.093 famílias. Em termos proporcionais, a cidade de Áurea, no Rio Grande do Sul, registrou um aumento de 156%, passando de 39 para 100 beneficiários. Esse tipo de variação se deve a fatores como a mudança no perfil econômico de determinadas regiões e a maior precisão no cruzamento de dados.

O Pente-Fino e o Orçamento Público

Especialistas em contas públicas consultados pela CNN afirmam que o pente-fino é positivo, mas ainda há muito trabalho a ser feito. A pressão sobre o orçamento público, com o aumento do número de beneficiários e o valor pago a cada um deles, continua sendo uma preocupação central.

Quando o programa ainda era conhecido como Auxílio Brasil, durante o governo de Jair Bolsonaro, o número de beneficiários cresceu, assim como o valor pago. Esse aumento no valor do benefício, de R$ 200 para R$ 600, gerou uma elevação significativa nos gastos públicos. Entre 2008 e 2023, os gastos com o Bolsa Família aumentaram de 0,3% para 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB), o que corresponde a R$ 172,5 bilhões.

Desafios Futuros: Combate às Fraudes e Sustentabilidade do Programa

O desafio para o governo federal é continuar combatendo as fraudes enquanto mantém a eficácia do programa. A redução do número de beneficiários pode ser vista como um passo importante para garantir que os recursos públicos sejam direcionados para as famílias que realmente precisam do auxílio. No entanto, a preocupação com o futuro do programa persiste, principalmente devido à pressão que ele exerce sobre o orçamento federal.

O governo de Lula enfrenta o desafio de equilibrar a necessidade de combater fraudes e garantir a justiça social com a sustentabilidade fiscal do programa. A gestão de recursos para o Bolsa Família é um tema crucial para o sucesso da política pública no Brasil, e os próximos anos serão decisivos para definir os rumos do programa.

O Que Esperar para o Futuro do Bolsa Família

Projeto de Lei Bolsa Família
Imagem: rafapress / Shutterstock.com

O Bolsa Família, desde sua criação em 2003, tem sido uma das políticas sociais mais importantes do Brasil. Com o governo de Lula, o programa passou por transformações significativas, com o foco na redução de fraudes e no ajuste dos beneficiários. A medida tem sido amplamente debatida, com opiniões divergentes sobre o impacto social da redução e a necessidade de um controle mais rígido.

O futuro do Bolsa Família dependerá de uma série de fatores, incluindo o comportamento da economia, a necessidade de ajuste fiscal e a capacidade do governo de manter a efetividade do programa sem comprometer a justiça social.

Considerações finais

A redução do número de beneficiários do Bolsa Família sob o comando de Lula, com a diminuição de 1,1 milhão de famílias, reflete a implementação de um pente-fino rigoroso no programa. Embora essa medida seja vista como positiva para combater fraudes, ela também levanta questões sobre o impacto social, especialmente nas cidades mais vulneráveis. O desafio do governo será equilibrar a eficácia do programa com a necessidade de manter a justiça social, sem sobrecarregar o orçamento público.

O Bolsa Família continua a ser uma das principais ferramentas de apoio às famílias brasileiras em situação de vulnerabilidade, e a gestão do governo federal tem um papel crucial para garantir a sua continuidade e eficácia nos próximos anos.

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