Tarifa Social de Energia Elétrica: veja se tem direito ao desconto na conta de luz

Tarifa social 2025

A Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE) é uma medida essencial para milhões de famílias de baixa renda no Brasil.

Criada com o objetivo de tornar a energia elétrica mais acessível, o benefício oferece descontos na conta de luz, seguindo critérios de consumo e renda.

Apesar de sua importância, a iniciativa enfrenta desafios que comprometem sua eficácia, principalmente diante das desigualdades regionais e mudanças climáticas.

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O que é a Tarifa Social de Energia Elétrica?

Bonus conta de luz
Imagem: Daniel Krason / shutterstock.com

A TSEE é uma política pública amparada pela Lei n° 10.438/2002, que concede descontos escalonados às famílias de baixa renda.

Em 2024, o programa beneficiou cerca de 17 milhões de consumidores residenciais, representando 21% dos clientes no Brasil. O custo do benefício, estimado em R$ 6,2 bilhões, é custeado pela Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), recurso financiado por todos os consumidores de energia.

O desconto é proporcional ao consumo mensal de energia, sendo maior para quem consome menos. No entanto, a abrangência do programa está aquém do ideal.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estima que 7,7 milhões de famílias elegíveis ainda não acessam o benefício devido à falta de cadastro no CadÚnico.

Como funciona o cadastro?

Indenização Enel pelo apagão
Imagem: Freepik

Para receber o desconto, é obrigatório que a família esteja inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). Esse registro é feito nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) de cada município. Entretanto, o processo manual e a falta de automação dificultam a inclusão de novos beneficiários.

Países como Índia e Colômbia têm sistemas mais eficientes, permitindo que distribuidoras ou governos identifiquem e incluam famílias automaticamente no programa. Essa modernização poderia ampliar a cobertura no Brasil, garantindo maior alcance da política.

Desafios da Tarifa Social no Brasil

Além do cadastro deficitário, a TSEE enfrenta desafios relacionados ao valor do desconto e às desigualdades regionais. O programa não considera variáveis como diferenças climáticas, custos de vida regionais ou disparidades no consumo de energia.

Regiões mais quentes, como o Rio de Janeiro, sofrem com maior consumo de energia devido à necessidade de climatização. Isso eleva as contas de luz, tornando o benefício insuficiente para atender às demandas básicas.

Em contrapartida, países como a Índia oferecem subsídios que chegam a 100% da fatura para famílias de baixa renda, enquanto na Colômbia o desconto pode atingir 60%.

Impactos das mudanças climáticas

Lâmpada, caneta, calculadora e duas moedas sobre uma conta de luz.
Imagem: Renata Photography / Shutterstock.com

O ano de 2024 foi considerado o mais quente da história, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM). Com temperaturas extremas, cresce a demanda por energia para conforto térmico.

Porém, as faixas de consumo previstas na TSEE não contemplam esse “novo normal”, agravando o problema nas áreas mais vulneráveis.

Propostas para o futuro

A TSEE precisa de reformulações para atender às necessidades atuais. As principais propostas incluem:

  • Modernização do cadastro: Adotar métodos automatizados para incluir todas as famílias elegíveis;
  • Revisão dos descontos: Ajustar os valores às diferentes realidades regionais e climáticas;
  • Revisão legislativa: Atualizar o programa para refletir o impacto das mudanças climáticas e as desigualdades sociais.

Somente com essas melhorias a TSEE poderá garantir justiça energética para quem mais precisa.

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