Sobe para 10 número de vítimas de médico investigado por crimes sexuais contra pacientes em Itabira

Subiu para 10 o número de vítimas que formalizaram registro de ocorrência contra o médio mastologista, Danilo Costa, de 46 anos, investigado por crimes sexuais contra pacientes e funcionárias de um hospital em Itabira, na Região Central do estado. A informação foi divulgada pela Polícia Civil durante coletiva de imprensa nesta sexta-feira (7).

De acordo com o chefe da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) de Itabira, delegado João Martins Teixeira, cinco vítimas são pacientes e cinco são funcionárias do Hospital Nossa Senhora das Dores, onde ele trabalhava. Todas as mulheres têm entre 30 e 50 anos.

“Estamos trabalhando com crimes sexuais, então, ao final do inquérito, vamos definir a tipificação correta. Até o momento, estamos considerando possibilidades como estupro, assédio sexual, importunação sexual e violação sexual mediante fraude”, afirma o delegado.

O relato mais antigo de uma das vítimas é de 2015. “Trabalhamos com a hipótese de que ele acreditava sempre que a impunidade viria em razão do status. Que ele acreditava que isso nunca se chegaria ao conhecimento das autoridades”, explica Teixeira.

O médico foi preso preventivamente na última terça-feira (4), quando a Polícia Civil cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão na residência dele. Ele já tinha passagem por crime relacionado à posse de armas.

Investigações

As investigações foram iniciadas após uma paciente denunciar o abuso ocorrido durante atendimento com o suspeito para o tratamento de um câncer. De acordo com o boletim de ocorrência, a mulher contou à polícia que foi agarrada assim que entrou no consultório e estuprada. Após cometer o crime, o médico teria dado a ela uma receita e agendado uma nova consulta para 90 dias depois.

A paciente contou, ainda, que o especialista a orientou a sair pelo corredor lateral para não ser percebida. Segundo a Polícia Militar, desnorteada após a violência sexual, ela seguiu as orientações. Ao chegar em casa, chorando, ela contou para o filho sobre o ocorrido e a família foi a um hospital da cidade vizinha, João Monlevade, e acionou a polícia.

Teixeira revela que, após o relato da paciente, outras mulheres também denunciaram o médico por falas e toques impróprios. A pedido da Polícia Civil, a Justiça autorizou a prisão, a suspensão do passaporte do suspeito e um mandado de busca e apreensão na casa dele. O suspeito foi levado para o sistema prisional e segue à disposição do Judiciário.

O que diz o hospital?

Em nota, o Hospital Nossa Senhora das Dores informou que afastou o médico assim que soube da primeira denúncia, no último dia 25 de janeiro, e que está cooperando com as autoridades na investigação. O comunicado ainda destaca garantia de acompanhamento às pacientes um processo administrativo interno para apurar os atos. Um novo médico vai ser indicado para assumir os atendimentos.

“O HNSD reitera seu compromisso com a ética, o respeito e a segurança de suas pacientes. A instituição deixa claro desta forma que não tolera qualquer conduta inadequada dos seus profissionais e assegura que todas as medidas cabíveis estão sendo adotadas para a completa elucidação do ocorrido. O hospital não compactua com atitudes de qualquer natureza que possam causar dano aos seus pacientes”, completa.

Inquérito

O delegado responsável pelo caso esclarece que o inquérito segue em tramitação, “aguardando algumas diligências” para ser concluído. “Estamos correndo contra o tempo para concluir esse inquérito no prazo previsto em lei, que é de 10 dias contados a partir da prisão do suspeito”, destaca. Sendo assim, a previsão é que o inquérito seja concluído na próxima semana.

Teixeira ainda incentivou que outras possíveis vítimas procurem a polícia. “A intenção da PC é deixar as mulheres cada vez mais à vontade de procurar a delegacia e relatar alguma violência sofrida pelo médico. As vítimas são de Itabira e uma de João Monlevade, mas entramos em contato com outras unidades policiais para deixar as autoridades atentas a esse caso”, concluiu ele.

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