Fuad Noman morreu por complicações decorrentes do Linfoma não Hodgkin; entenda

Diagnosticado com um linfoma não Hodgkin (LNH), o prefeito de Belo Horizonte (PBH), Fuad Noman (PSD), morreu na manhã desta quarta-feira (26), aos 77 anos, em decorrência de complicações pela doença, de acordo com o Hospital Mater Dei, onde ele estava internado desde 4 de janeiro. A morte de Fuad foi confirmada no início da tarde desta quarta-feira (26 de março). O chefe do Executivo da capital tinha 77 anos. A informação foi confirmada pela PBH. Segundo o Ministério da Saúde, esse é um tipo de câncer que tem origem nas células do sistema linfático e que se espalha de maneira não ordenada.

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Especialistas reforçam que existem mais de 20 tipos diferentes de linfoma não-Hodgkin. Esse tipo de doença pode ocorrer em crianças, adolescentes e adultos, mas, de modo geral, ela torna-se mais comum à medida que as pessoas envelhecem. Os homens são mais predispostos do que as mulheres.

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O sistema linfático faz parte do sistema imunológico, que ajuda o corpo a combater doenças. Como o tecido linfático é encontrado em todo o corpo, o linfoma pode começar em qualquer lugar.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, por razões ainda desconhecidas, o número de casos de LNH duplicou nos últimos 25 anos, principalmente entre pessoas com mais de 60 anos.

Saúde

Em 4 de julho de 2024, prestes a iniciar a campanha pela reeleição, Fuad Noman revelou um diagnóstico de câncer no sistema linfático. O tipo do tumor não foi divulgado. O anúncio da doença ocorreu após o prefeito passar por uma cirurgia que, segundo ele, foi bem-sucedida.

Durante a campanha, o político passou por quimioterapia e foi liberado do tratamento em 14 de outubro, antes da votação de segundo turno.

Entre os dias 23 e 28 de novembro do mesmo ano, após apresentar dores nas pernas, Fuad Noman foi internado no Hospital Mater Dei. Na época, a prefeitura não detalhou a causa do problema.

Em meados de dezembro, o político voltou ao hospital para combater um quadro de pneumonia e sinusite. Ele fez uso de antibiótico venoso, além de fisioterapia respiratória e motora. O então prefeito foi liberado no dia 15. Na época, a data da internação não foi revelada.

A diplomação de Noman pela reeleição em 2024 foi no dia 18 de dezembro. O político não compareceu à cerimônia e enviou um representante. 

No dia seguinte, foi internado com diarreia e desidratação. Na sexta-feira (20), o médico que acompanhava o político revelou que o prefeito apresentou sangramento intestinal e foi levado para UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) para diagnóstico mais preciso sobre a causa. A suspeita era de relação com o uso de medicamento anticoagulante oral.

O médico Enaldo Melo de Lima ressaltou na data que Noman não fazia uso de “medicamentos ou equipamentos de suporte à vida”, embora estivesse na UTI. O político recebeu alta médica no dia 23 de dezembro. Ele passou o Natal em casa e também trabalhou de lá.

Por orientação médica, Noman participou da cerimônia de posse virtualmente, no dia 1º de janeiro. Em uma chamada de vídeo, o economista fez o juramento com dificuldade de fala. Um comunicado oficial informou que a medida era para evitar aglomerações, já que o político estava com imunidade baixa como reflexo do tratamento contra o câncer.

Dois dias depois, em 3 de janeiro, Fuad Noman voltou a ser internado com um quadro de insuficiência respiratória aguda. Ele foi levado para a UTI e intubado. Segundo a equipe médica, o político teve um novo diagnóstico de pneumonia. Ele foi retirado da intubação no domingo (5), mas permaneceu na Unidade de Terapia Intensiva.

Em 17 de março, foi anunciada a transferência do prefeito entre unidades do Mater Dei. Ele saiu do prédio da avenida do Contorno para a Gonçalves Dias, no Santo Agostinho, região Centro-Sul de BH. O motivo da transferência seria a realização de exames espedíficos.

Na noite de terça-feira, 25 de março, Fuad teve o estado de saúde agravado após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Segundo o Hospital Mater Dei, ele foi reanimado, “mas evoluiu com choque cardiogênico”.

Quem foi Fuad Noman

Fuad Jorge Noman Filho nasceu no dia 30 de junho de 1947, em Belo Horizonte. Além de político, era economista e escritor. Noman teve dois filhos e quatro netos. Era torcedor do Atlético Mineiro. 

Órfão de mãe na infância, Fuad Noman precisou começar a trabalhar ainda jovem no bar que a família tinha no centro da capital mineira. Cresceu no Padre Eustáquio, região Noroeste da capital, onde também trabalhou como engraxate na porta da icônica igreja do bairro. 

Após concluir a educação básica, ingressou no Exército e serviu à instituição durante 10 anos. Fuad Noman cursou e concluiu a faculdade de economia durante a carreira militar. A conquista seguinte foi a aprovação no concurso público para o cargo de auditor fiscal no Banco Central.

A vida pública do mineiro tem passagens em cargos ligados ao Governo Federal (foi secretário executivo da Casa Civil da Presidência da República durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, entre 1996 e 1997), ao Governo de Minas Gerais (fez parte dos governos de Aécio Neves e Antônio Anastasia, como secretário de Fazenda e de Transporte e Obras Públicas e depois como secretário Extraordinário para a Coordenação de Investimentos) e à Prefeitura de Belo Horizonte (foi nomeado secretário municipal de Fazenda, cargo que exerceu de 2017 até 2020).

Em 2020, Fuad foi eleito vice-prefeito da capital mineira ao lado do empresário Alexandre Kalil. Quando Kalil deixou a cadeira para concorrer ao governo de Minas, em março de 2022, Fuad assumiu o comando da capital mineira.

Em 2024, ele foi reeleito prefeito. O político começou a disputa fora do pódio. Um dos principais gargalos apontados pelos especialistas e por pesquisas, era o desconhecimento da população em relação à imagem de Fuad. O candidato à reeleição trabalhou com esse desconhecimento e chegou ao segundo turno, em segundo lugar. Na disputa final contra Bruno Engler (PL), Fuad Noman saiu vitorioso, com 53,73% dos votos válidos.

Veja destaques da trajetória de Fuad Noman na vida pública:

  • secretário-executivo da Casa Civil da Presidência da República; 
  • diretor do Banco do Brasil;
  • presidente da BrasilPrev;
  • consultor do Fundo Monetário Internacional para o governo de Cabo Verde;
  • secretário de Estado de Fazenda de Minas Gerais;
  • secretário de Estado de Transporte e Obras Públicas de Minas Gerais;
  • secretário Extraordinário da Copa do Mundo do Governo de Minas Gerais;
  • presidente da Gasmig;
  • secretário de Estado Extraordinário para a Coordenação de Investimentos; e
  • secretário Municipal de Fazenda de BH.

Nota da PBH sobre a morte de Fuad na íntegra

É com profundo pesar que a Prefeitura de Belo Horizonte informa o falecimento do prefeito Fuad Noman, ocorrido nesta data.

Fuad Noman dedicou décadas de sua vida ao serviço público, sempre pautado pelo compromisso com a ética, o diálogo e o bem-estar da população de Belo Horizonte. Economista por formação, com sólida trajetória na administração pública, Fuad ocupou importantes cargos no Governo Federal, Governo de Minas Gerais e na Prefeitura de Belo Horizonte, sempre deixando marcas de competência, responsabilidade e sensibilidade social.

Em 2022, assumiu o cargo de prefeito da capital mineira, e desde então conduziu a cidade com serenidade, firmeza e espírito público.

Fuad era conhecido por seu trato gentil, sua capacidade de escuta e seu amor por Belo Horizonte. Um homem público íntegro, cuja história se confunde com o desenvolvimento da nossa cidade.

Neste momento de dor, nos solidarizamos com os familiares, amigos e todos os cidadãos belo-horizontinos que perdem não apenas um líder, mas um exemplo de ser humano. A cidade se despede com gratidão e reverência.

Informações sobre o velório e homenagens serão divulgadas em breve.

Prefeitura de Belo Horizonte

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